UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES E O USO DAS TIC: ANÁLISE DA TEMÁTICA A PARTIR DOS FAZERES ESCOLARES

UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES E O USO DAS TIC: ANÁLISE DA TEMÁTICA A PARTIR DOS FAZERES ESCOLARES

Amanda Martins Dias¹

Rafaela Antônia Candida Faria¹

Sarah Carolina Custódio¹

Thatyane Caetano de Almeida¹

¹Graduação em Ciências Biológicas na Universidade Estadual de Goiás/[e-mail]

Introdução

Em um mundo cada vez mais globalizado, as mudanças sociais, políticas, econômicas e culturais acontecem rapidamente, dando cada vez mais espaço às tecnologias de informação e comunicação (TIC). A escola, como mediadora de novos conhecimentos, necessita estar sempre atualizada e começar também a repensar suas práticas pedagógicas, tendo em vista o contexto social no qual está inserida (SILVA, 2010).

Nos últimos anos tem se falado bastante sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC) no sistema educacional, principalmente no ensino fundamental. Neste sentido alguns projetos foram desenvolvidos, como é o caso do Um Computador por Aluno (UCA) e a criação de plataformas que disponibilizam cursos de  formação para docentes. Uma importante plataforma que é utilizada pelos professores é a e-Proinfo, um ambiente virtual que viabiliza uma relação ensino e aprendizagem à distância, dando continuidade ao conteúdo visto em sala de aula (PITHON e  BROCHADO, 2006).

Foi realizado um estudo na Escola Fernando Leite de Campos-Várzea Grande (em Mato Grosso) que visa observar quais os efeitos que os cursos oferecidos pela plataforma têm sobre as práticas pedagógicas e como isso é refletido em sala de aula. Para ser feita a análise sobre esses pontos, alguns professores que concluíram os cursos da plataforma em 2010 foram observados no ano de 2011. Nessas observações, a princípio notou-se certa dissociação da formação continuada em relação ao estabelecimento de uma escola continuada, ou seja, utilizando as TIC como uma extensão para fora do ambiente de sala de aula. Isso aconteceu por fatores que vão desde à falta de interesse da escola à descontinuidade do processo de formação dos professores. Também foi notado que os profissionais não desprezaram por completo as TIC, pelo contrário, elas foram utilizadas, mas em um modelo pedagógico tradicional (apenas dentro da sala de aula em alguns momentos).

Apesar das observações terem mostrado certa dificuldade em estabelecer um modelo de educação continuada por meio das TIC, as mudanças que tem ocorrido no mundo por causa das novas concepções da sociedade globalizada transformam sim, lentamente, as práticas pedagógicas, e consequentemente, a profissão docente. Nesse sentido, abre-se a discussão sobre novos significados para a profissão do professor. Esse profissional está tão vinculado ao papel atribuído à escola na atualidade, que muitas vezes quando se fala em falhas no processo educacional, a culpa é atribuída ao indivíduo/ professor. No entanto, é válido lembrar que, esses profissionais não mudam a abordagem educacional do dia para a noite, eles necessitam construir um conhecimento sobre as técnicas computacionais, entender o porquê e o como integrar o computador na sua prática pedagógica e ser capaz de superar barreiras de ordem administrativa e pedagógica (VALENTE e ALMEIDA, 1997).

As decisões tomadas sobre políticas públicas a respeito da formação de professores tomaram  um sentido de profissionalização como o principio de formação. Sabe-se porém que a base para construção de um profissional parte de sua formação, que é um investimento pessoal de busca de conhecimento (DASSOLER e LIMA apud LIBÂNEO, 2012).

Por um lado se tem a profissionalização, que é o principio da formação de professores. Já por outro  se tem um processo de perca de qualificação que pode ser associado a visão do profissional sobre a formação do docente. Segundo  , o processo que ele chama de desprofissionalisação/desqualificação  se dá pela falta de autonomia profissional. Para analisar esse processo é preciso entender a natureza da profissão da docência.               

Neste trabalho, objetiva-se estudar a formação continuada de professores, com foco nos professores do ensino fundamental que participaram de cursos na plataforma e-Proinfo, e a relação com o uso das TIC’ no processo de formação continuada com a realidade dos professores no contexto em que estão inseridos.

Metodologia

Neste trabalho, optou-se pela análise de  análise da temática formação continuada de professores e o uso das TIC’s na realização de tarefas, a partir de artigos sobre TIC e formação continuada de professores. O estudo se pautou na análise dos textos de Frozi e Alonso (2013), Silva (2010), Pithon e Brochado (2006), Valente e Almeida (1997), Dassoler e Lima apud Libâneo (2012) e Eguita (1991).

Resultados e discussão

 No estudo de Frozi e Alonso (2013) em que observaram  onze professores da  Escola Fernando Leite de Campos em Várzea Grande - MT, que participaram da pesquisa, através da aplicação de um questionário, traçou-se um perfil socioeconômico e profissional, e através deste também obteve-se informações sobre o hábito de leitura e a frequência na biblioteca da escola, onde foram unanimes em responder que frequentavam pouco a biblioteca da escola e que usavam as mídias como busca de informação, o que mostra que possuíam intimidade com o uso das TIC. Porém quanto ao conhecimento informático, apenas um dos pesquisados tinha um conhecimento aprofundado e os outros possuíam apenas noções básicas.

Os professores pesquisados neste estudo de Frozi e Alonso (2013) participaram de um processo de formação continuada pela Pitec, o qual diz que no processo de formação a aprendizagem foi significativa e teve seu valor. Porém ainda encontraram dificuldades na aplicação do uso das TIC pela pouca intimidade e dominação delas, estabelecendo assim um limite para o professor. Seria preciso uma formação em que prepara-se o professor com o uso das TIC e não para o uso delas, assim uma formação com aulas práticas orientadas para as problemáticas encontradas e para a realidade escolar. Silva e Garíglio (2010) analisaram dados que evidenciaram que a políticas de programas de formação continuada necessitam de uma infraestrutura tecnológica melhor e profissionais para oferecer suporte ás práticas de uso das TIC nas escolas.         E por não haver uma política que dialoga com a realidade dos professores e de suas escolas, ocasiona um distanciamento entre o programa e as reais demandas das instituições de ensino e educadores.