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UNIDADE I – A PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA

Por:   •  21/1/2017  •  Trabalho acadêmico  •  10.064 Palavras (41 Páginas)  •  259 Visualizações

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UNIDADE I – A PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA

1 – Descrever os pontos de vista dos filósofos gregos sobre a vida psíquica.

Na antiguidade não se considerava a vida psíquica objeto particular de estudo. Dedicados hora ao estudo da alma, hora à moral, os gregos não vislumbraram a psicologia como um estudo independente. Em Platão, ela se resumia a um capítulo da cosmologia, pois a alma humana não se compreende em si mesma, habitando um lugar no conjunto das coisas. Aristóteles, embora tenha concebido os fenômenos da alma, i.e., suas faculdades (a nutritiva, a sensitiva, a intelectual e a motora), não admitiu a existência da alma no mundo, entendendo-a como “princípio de vida que se eleva até o pensamento do homem”. Os estoicos e os neoplatônicos reestabeleceram a alma no mundo, mas continuaram a vê-la como princípio universal, sem jamais observar a alma particular diretamente.

2 – Explicar o conceito de psicologia dos pensadores medievais.

A pneumatologia, como era conhecida a psicologia na idade média, não avançou mais do que os gregos em seus estudos, antes foi um conjunto de reflexões teológicas e filosóficas acecas das ideias de Platão, Aristóteles e de Santo Agostinho. No entanto, o notável desprezo pela física, em consequência da predominância quase absoluta da moral cristã, fez com que o espírito humano voltasse para si mesmo, havendo interessantes reflexões como a de Santo Agostinho, para quem a vida psíquica caracteriza-se pela consciência e seu funcionamento estabelece a memória.

3 – Destacar as ideias centrais da psicologia contemporânea: Théodule Ribot, Alfred Binet, Bergson, Pierre Janet, Daniel Lagache, Descartes, Sigmund Freud, Husserl, Gestat-Theorie, Jean Piaget, Stanley Hall, Edward Lee Thordike e Watson.

Théodule Ribot. Ribot foi um grande colaborador na França para a psicologia experimental. Criticou o associacionismo e o intelectualismo, destacando a importância do inconsciente e da afetividade na vida e no espírito.

Alfred Binet. Binet deu preferência à introspecção experimental como método de estudo, denominando-o de método de Paris, diferente dos alemães que o denominavam de método de Würzburg. Dentre seus trabalhos, o de maior repercussão na França e também no mundo todo foi a escala métrica da inteligência, tornando-se o ponto de partida para os testes mentais.

Bergson. Combateu fortemente o experimentalismo, temendo que a psicologia se tornasse uma química do espirito, enclausurada em uma postura mecanicista e determinista. Para ele, “os estados da consciência, considerados em si mesmos, são qualidades puras e, por conseguinte, não são mensuráveis”. Sua posição aproximou-o da fenomenologia de Husserl, no entanto enquanto este buscava as essências das coisas, aquele inquiria os dados vitais.

Pierre Janet. Uma das principais ideias de Janet era a de que a consciência é uma atividade de síntese, capaz de reunir dados e fenômenos produzindo um resultado novo. Segundo ele, as doenças mentais surgem quando episódios provocam a dissociação e impedem a síntese por meio da consciência. Mas tarde, Janet também adotou o método externo, complementando seu método da introspecção, definindo a psicologia como ciência da conduta.

Daniel Lagache. Lagache também concebeu a psicologia ciência da conduta, mas não a limitou nos moldes do behaviorismo, pois utilizou-se da compreensão, tal como Dilthey e Jaspers. Sintetizando a psicanalise com a psicologia da conduta, alcançou a psicologia clínica, cujo método consiste em “observar globalmente o sujeito, tal como ele se apresenta, e em obter dele uma visão sintética compreensiva”.

Descartes. Moderno, Descartes considerou a alma como substância distinta do corpo, influenciando diretamente a psicologia contemporânea. Para ele, conhecer a alma era mias fácil do que ao corpo, pois aquela se conhecia por diretamente, enquanto a matéria só se conhecia por sensações.

Sigmund Freud. Freud foi o grande criador da psicanálise, cuja ideia central confere ao instinto sexual o principal fator da vida psíquica. Para a psicanálise a vida psíquica possui camadas cada vez mais profundas, e seu método consiste justamente em penetrar em tais camadas. O desvendar delas é importante porque cada uma tem reflexo nas manifestações da personalidade humana. À frente capítulo específico detalhará esse tema.

Edmund Husserl. Husserl foi o fundador da fenomenologia, método filosófico que busca apreender o objeto por meio da consciência. Ou, de outro modo, visa analisar os conceitos por meio dos fenômenos. Sua intenção é analisar minuciosamente o objeto, em busca de suas essências e para isso segue duas etapas: a redução fenomenológica, que exclui tudo o que se sabe sobre o objeto e a redução eidética, pela qual se procura determinar as estruturas a priori de toda a experiência.

Gestat-Theorie. A teoria da forma representou uma grave crítica aos paradigmas mecanicistas, principalmente o associacionismo. As ideias centrais da teoria concebiam o espírito humano não como um amontoado de partes, mas “como um conjunto de estruturas, de formas, de sínteses indecomponíveis”.

Jean Piaget. Suas contribuições ultrapassaram o campo da psicologia, influenciando os quadros da epistemologia e da teoria do conhecimento. Segundo sua teoria, há quatro estágios da cognição humana: o estágio sensório-motorpré-operacional (pré-operatório), operatório concreto e operatório formal.

Stanley Hall. Foi o fundador do primeiro laboratório de psicologia nos Estados Unidos, em 1883.

Edward Lee Thordike. Foi o primeiro a realizar um estudo sistemático da inteligência animal. Nesse estudo, Thordike analisou o estabelecimento e a supressão de conexões neurais entre o estímulo e a resposta. Fortalecimento e supressão explicam-se por meio da leio do exercício e da dei do efeito. Consoante a lei do exercício, quanto mais se realiza uma conexão, mas ela se fixa, sendo o inverso é verdadeiro, quanto menos se faz, mais facilmente se debilita até se suprimir. Já pela lei do efeito há tendência a se reter as respostas que causam satisfação.

Watson. Representante do behaviorismo, Watson levou às ultimas consequências os estudos de Pavlov as bases de sua teoria. Segundo ele, a psicologia deve evitar expressões como “estados mentais”, “espírito”, “consciência”, e só se referir a “estímulos e respostas”. Nesse modelo, o homem nada mais é do que de reações mecânicas.

4 – Destacar os antecedentes históricos da psicologia jurídica.

        A primeira vez que o termo psicologia judicial apareceu foi na obra Manual sistemático de psicologia judicial, em 1835, onde se expressa a importância da antropologia e da psicologia no auxílio das atividades judiciais. Entre o século XVIII e o XIX houve intenso debate acerca da necessidade de estudos psicológicos para subsidiar o trabalho dos juristas, como se percebe na obra de Eckarts Hausen, A necessidade de conhecimento psicológico para julgar delitos, de 1792. Ainda a esse respeito, pode-se citar a produção de Lombroso e a sua perspectiva do criminoso atávico, que embora sem validade hodiernamente, representa a relação entre direito e psicologia.

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