Ureia E Creatinina
Artigos Científicos: Ureia E Creatinina. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: yasminronsini • 16/9/2013 • 6.341 Palavras (26 Páginas) • 1.276 Visualizações
RESUMO
A avaliação do trato urinário tem como escopo o diagnóstico e a avaliação dos seus efeitos na função do aparelho urinário. A avaliação dos níveis de uréia e creatinina são os testes mais comumente utilizados na rotina, entretanto o aumento dessas substâncias só ocorre quando cerca de 75% da função renal é perdida e, dessa maneira, o conhecimento e utilização de outros métodos que permitam o reconhecimento mais precoce da doença renal tornam-se muito importantes para um melhor prognóstico. Esta revisão de literatura relata importantes métodos para detecção precoce da doença e para a avaliação da função renal.
Laboratorial evaluation of renal illnesses in small animals
ABSTRACT
The evaluation of the urinary tract targets the diagnosis and the evaluation of its effects in the function of the urinary system. The evaluation of the urea levels and creatinina are the tests more commonly used in the routine, however the increase of these substances only occurs when about 75% of the renal function is lost and, in this way, the knowledge and use of other methods that allow the early recognition of the renal illness become very important for a better prognostic. This revision of literature tells important methods for early detention of the illness and the evaluation of the renal function.
1 - INTRODUÇÃO
A avaliação clínica geral do trato urinário é direcionada a identificar a presença da doença e avaliar seus efeitos na função do aparelho urinário. Assim, a estrutura e função renal devem ser avaliadas separadamente. Os testes usados para detectar a presença de alteração na estrutura renal incluem urinálise, exames de imagem e biópsia renal. O impacto de uma doença que afeta a função renal geralmente é analisado por testes que avaliam a taxa de filtração glomerular, a permeabilidade glomerular e a capacidade de concentração renal.
O método rotineiramente usado para avaliar a função renal é a mensuração da concentração plasmática de substâncias normalmente excretadas pelos rins. A avaliação dos níveis de uréia e creatinina são os testes mais comumente utilizados na rotina. Para avaliação desses dados, é importante o conhecimento dos fatores extra renais que podem afetá-los e também é importante a análise concomitante de outros dados laboratoriais para a localização da origem do aumento dessas substâncias (azotemia). A azotemia só ocorre quando cerca de 75% da função renal é perdida e, dessa maneira, o conhecimento e utilização de outros métodos que permitam o reconhecimento mais precoce da patologia renal tornam-se muito importantes para um melhor prognóstico da insuficiência renal.
2- DOENÇA RENAL X INSUFICIÊNCIA RENAL
Doença renal é definida como a ocorrência de lesões morfológicas renais de qualquer extensão ou severidade ou qualquer anormalidade bioquímica relacionada à função renal (GREGORY, 2003), ou seja, indica a existência de lesão renal sem qualificar a causa, a gravidade, a distribuição ou estágio da função renal (NELSON; COUTO, 2001). Devido à extensa reserva funcional do rim, uma doença renal severa pode estar presente mesmo na ausência de sinais clínicos ou alterações laboratoriais que indiquem insuficiência renal (GREGORY, 2003). A reserva funcional do rim pode ser considerada como um percentual dos néfrons não necessários para manter a função renal (NELSON; COUTO, 2001). Esta reserva varia de um animal para outro, mas é maior do que 50% em cães e gatos sadios (NELSON; COUTO, 2001).
A insuficiência renal começa quando a reserva funcional é perdida. É uma condição de decréscimo da função renal; refere-se a um nível de função do órgão e não a doença como entidade específica (NELSON; COUTO, 2001). Está presente quando há sinais clínicos ou alterações laboratoriais causados pela redução da função renal, o que só ocorre após uma perda considerável dos néfrons (GREGORY, 2003) - aproximadamente 75% dos néfrons de ambos rins (NELSON; COUTO, 2001). O resultado da insuficiência renal é uma intoxicação denominada uremia (CONFER; PANCIERA, 1998).
A insuficiência renal pode ser classificada como aguda (IRA) e crônica (IRC) (NELSON; COUTO, 2001). Clinicamente, é importante a diferenciação entre IRA e IRC devido ao prognóstico de cada uma (FINCO, 1997), (GRAUER; LANE, 1995). A IRA resulta de uma redução súbita na função renal e geralmente é causada por uma agressão tóxica ou isquêmica que pode ser reversível (NELSON; COUTO, 2001), (FINCO, 1997). A IRC ocorre em um período de semanas, meses ou anos (NELSON; COUTO, 2001), (FINCO, 1997) e é, segundo Nelson e Couto (2001), a principal causa de morte em cães e gatos. A lesão do néfron, nesse caso, geralmente é irreversível (NELSON; COUTO, 2001), (FINCO, 1997).
3- AZOTEMIA
A azotemia ocorre quando há excesso de componentes nitrogenados no sangue (NELSON; COUTO, 2001), (STOCKHAM; SCOTT, 2003) (HOSTETTER; ANDREASEN, 2004) (FINCO, 1995), que são rotineiramente detectados pelo aumento de uréia e creatinina sérica (STOCKHAM; SCOTT, 2003). As causas de azotemia podem ser pré-renal, renal ou pós-renal. A uremia ocorre quando os sinais da insuficiência renal estão presentes (NELSON; COUTO, 2001), (STOCKHAM; SCOTT, 2003), (HOSTETTER; ANDREASEN, 2004). Na ausência de sinais clínicos o animal azotêmico não está urêmico (NELSON; COUTO, 2001). Os sinais clínicos associados à uremia incluem anorexia, vômito, diarréia, hemorragia gastrointestinal, estomatites ulcerativas, letargia, tremores musculares, convulsões, coma, (NELSON; COUTO, 2001) hipertensão, perda de peso (HOSTETTER; ANDREASEN, 2004) e hálito com odor amoniacal (STOCKHAM; SCOTT, 2003).
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