Ética E Juízo De Valor - Aborto

O aborto, que é uma prática proibida, vem sendo pautada nas discussões desde Dilma Rousseff ter sido acusada de defender a prática. No Brasil, está na lei que o abortamento é permitido em duas situações: quando a gravidez representa risco de morte para a mãe e nos casos de estupro, se a mulher desejar interromper a gravidez. O aborto é um caso típico onde as posições quanto ao fundamento ético são inconciliáveis. Para alguns se trata do direito à vida, para outros é evidente que envolve o direito da mulher ao seu próprio corpo e há, ainda, os que estão convencidos que a má formação grave deve ser eliminada a qualquer preço porque a sociedade tem o direito de ser constituída por indivíduos capazes.

Toda norma ética expressa um juízo de valor, ao qual se liga uma sanção, isto é, uma forma de garantir-se a conduta que, em função daquele juízo, é declarada permitida, determinada ou proibida. De acordo com as normas éticas, temos o valor do belo, que têm como consequência o aparecimento dos juízos estéticos, a mulher pode querer abortar simplesmente por estética, pela aparência. O valor útil existe a ciência econômica e uma série de atividades empenhadas na produção, circulação e distribuição de riquezas. Há o valor santo, quais correspondem às religiões e os cultos, onde algumas religiões como batista, presbiteriana e metodista que não permitem de forma alguma o aborto. O valor do poder é o valor determinante da política, que é a ciência da organização do poder e a arte de realizar o bem social com o mínimo de sujeição, o valor de amor onde a mãe pode fixar uma relação capaz de estabelecer um nexo emocional entre dois seres. E o valor do bem individual ou comum onde procuram alcançar o que lhe parecer ser o “bem” ou a felicidade.

Portanto, creio que a descriminalização do aborto de acordo com os vários juízos de valores e ética, deve ser respeitado como consta na Constituição, onde é permitido nos casos de risco de vida a mãe, ou no caso de estupro a vítima. Nas vastas opiniões sobre esse assunto, devemos ter nossas conclusões e seguir os direitos que temos, que a lei dita. De acordo com cada opinião, se formos nos basear no ponto de vista onde a mãe é uma adolescente que mal tem condições de se criar sozinha, ter um bebê não será uma boa ideia, a criança crescerá em estado péssimo, podendo se tornar mais um marginal da sociedade, mas também temos que preservar o valor à vida, o que é muito importante. Conforme o caso abordado, que mostra uma situação sem uma conclusão generalizada deve-se buscar dessa forma uma maior eficácia na aplicabilidade de todas as formas éticas possíveis, de modo que, um juízo de ponderação é uma solução que poderá ser aplicada.