A Fundação da cidade de São Salvador da Baía

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Trabalho de Investigação:

A fundação da cidade de São Salvador da Baía

Curso: 3º ano da Licenciatura de  História da Arte  

Unidade Curricular: História do Urbanismo

Docente: Margarida Conceição

Discente: Inês Louro nº44916  

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  15 Dezembro de 2016

Abstract/Resumo

A cidade de São Salvador da Baía foi fundada no ano de 1549, pelo governante Tomé de Sousa a mando do Rei de Portugal D. João III, depois deste perceber que o sistema das capitanias não estava a funcionar, mostrando-se débil e inadequado em relação à defesa e aproveitamento das potencialidades do território. Tomé de Sousa vai então para o Brasil com o intuito de criar e desenvolver uma comunidade fixa que assegure a permanência e soberania da coroa portuguesa, explorando ainda o espaço e os recursos existentes, como a segurança e lucro das carreiras marítimas. Tomé de Sousa com a incumbência de fazer então uma grande cidade e uma grande fortaleza cria assim a cidade de S. Salvador da Baía.

A cidade de S. Salvador da Baía vai então ser analisada, neste trabalho, ao longo de três etapas de construção, acabando a análise em 1763, ano em que a coroa portuguesa muda a capital colonial de S. Salvador para o Rio de Janeiro.

 Nas primeiras duas etapas a evolução do território é facilmente perceptível – principalmente com a ajuda das plantas –, sendo a terceira um tanto artibulada, pois esta apenas vai servir para corrigir problemas de fortificação que se têm vindo a acumular ao longo dos tempos. A cidade de S. Salvador, mesmo com a alteração da capital colonial para o Rio de Janeiro continua a crescer a nível urbanístico até ao século XIX, onde apresentará já um núcleo urbano definido.

Palavras chave:

• Brasil colonial;
• Baía
• S. Salvador;
• Tomé de Sousa;
• Etapas.

Índice

1. Enquadramento Histórico..................................................................p. 1-2
2. Etapas da fundação da cidade de S. Salvador da Baía....................p. 3-6

21. 1º Etapa.......................................................................................p. 3-4

2.2. 2º Etapa......................................................................................p. 4-5

2.3 3º Etapa.......................................................................................p. 5-6

      3. Bibliografia/Webgrafia........................................................................p. 7

      4. Anexos...............................................................................................p.8-11

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1. Enquadramento Histórico

Situado no continente Americano, o Brasil foi descoberto a 22 de Abril de 1500 pela armada comandada por Pedro Álvares Cabral, que se dirigia para a Índia^[1]. No momento da descoberta, encontando-se os interesses da coroa Portuguesa virados para o Indico, o Brasil acabou por ser esquecido ainda no mesmo ano da sua descoberta, pois de um ponto de vista económico pouco mais do que os papagaios e o pau-Brasil^[2] continham interesse aos Portugueses para comercializar na Europa, não havendo assim uma razão suficientemente forte para estabelecer uma presença colonial no Brasil.

Posteriormente a este desinteresse por parte da coroa portuguesa, O Brasil começa a apresentar-se como uma fonte de curiosidades em relação aos restantes paises da Europa, que também se querem aventurar na descoberta deste novo mundo. Um desses paises é a França. A França, a mando do Rei  Francisco I, tenta então criar uma presença extra europeia no Brasil.

Consequentemente a esta investida por parte dos Françeses e tendo em conta que a Coroa Portuguesa não tinha recursos suficientes para colonizar a Ásia e o Brasil ao mesmo tempo e não queria perder o Brasil para os Franceses, o Rei D. João III cria então, para combater essa tentativa de aproveitamento da terra que era portuguesa, um sistema, na decada de 30, denominado de capitanias^[3] em que divide o Brasil por fachas. São então criadas quinze capitanias na totalidade, entregando cada uma a alguém confiável da sua corte, conferindo assim uma serie de direitos à pessoa que ficasse com os terrenos, na esperança de que os mesmos criassem projectos de desenvolvimento. Para as primeiras cinco décadas, foi então essencialmente este o sistema adoptado, sistema este que depressa se demonstrou débil e inadequado em relação á defesa e aproveitamento das potencialidades do território^[4]. Entende-se então que é necessário criar e desenvolver comunidades fixas que assegurassem em permanência a soberania portuguessa e que explorassem o espaço e os recursos existentes, assegurando deste modo a eficácia, fluência, segurança e lucro das carreiras marítimas^[5].

Ao entender que o sistema das capitanias não está a funcionar correctamente, continuando a haver uma persistência francesa pela frequentação das costas brasileiras, D. João III decide acentuar a sua política de ocupação do Brasil no ano de 1549, instalando um governador à imagem do que tinha feito no estado da Índia. Este governador, Tomé de Sousa,  é instalado numa das capitanias que nunca tinha sido habitada^[6], a capitania da sua magestade^[7], local da actual Baía.

A razão da escolha desta capitania foi devido ao facto desta ser a maior baía da costa brasileira e do Atlântico Sul, sendo ainda um ponto estratégico de apoio à rota para o Oriente^[8].

Tomé de Sousa^[9] vai então para esta capitania, a mando do Rei, com a intenção de governar e construir uma cidade que demonstre a reafirmação de poder por parte da coroa portuguesa. Com a incumbência de fazer uma fortaleza e uma grande povoação, nasce assim a futura cidade de São Salvador^[10].

1. Etapas da Fundação da cidade de S. Salvador da Baía

2.1: 1º Etapa

Tomé de Sousa^[11], fazendo-se acompanhar nesta viagem por um capitão-mor, incumbido da administração civil e militar^[12], um provedor-mor, incumbido dos negócios da fazenda e um ouvidor-mor, chefe de justiça, levou ainda consigo, nesta primeira armada quatrocentos soldados, seiscentos degrados e muitos mecânicos. O governante, Tomé de Sousa parte então de Lisboa no mês de Fevereiro, tendo aportado na Baía de Todos os Santos nos finais de Março do ano de 1549.^[13]