A História da Fotografia Publicitária
Por: biamafia • 9/3/2020 • Trabalho acadêmico • 1.852 Palavras (8 Páginas) • 638 Visualizações
História da fotografia publicitária
No século XIX, os anúncios publicitários apresentavam uma forma um pouco diferente do que são hoje. Os primeiros anúncios continham apenas textos posteriormente vieram os anúncios com desenhos para os quais a fotografia servia de inspiração. A fotografia ainda não era muito utilizada devido alguns fatores importantes como o fato de não existirem fotógrafos especialistas em fotografia publicitária e as limitações técnicas da época: As fotos ainda eram produzidas em preto e branco, sendo assim não tinha a mesma precisão dos desenhos pois a imagem ainda era reticulada e a imprensa estava acostumada com as artes desenhadas principalmente porque tinham traços mais precisos.
Quando a fotografia começou a ser incorporada aos anúncios, os publicitários ainda não sabiam muito bem como produzi-las, o que rendeu trabalhos muito parecidos. Como o Art Nouveau era um grande modelo estético na época, era comum observar nos anúncios publicitários imagens de figuras femininas sedutoras com longos cabelos, adereços, vestidos drapeados e uma infinidade de curvas.
Foto 2- Propaganda de chocolate
Foto 1- Ilustração em Art Nouveau em pó
[pic 1][pic 2]
Fonte: Revista a Cigana (1924) Fonte: Alphonse Mucha (1894)
Posteriormente começaram também a realizar colagens de fotografias recortadas nos anúncios, o que representava a união da modernidade com o Art Nouveau.
No Brasil, não existiam publicitários e os encarregados pelos anúncios acumulavam funções cumprindo todas as etapas de sua elaboração, o que ocasionava em composições simples. No entanto, no início do século XX, o uso da fotografia começou a se disseminar com o uso da publicidade testemunhal, na qual era utilizada a imagem de alguma personalidade que recomendava o uso de algum produto e com a utilização das fotografias de fachadas de estabelecimentos.
Foto 3- Fachada de farmácia Foto 4: Anúncios dos alimentos Allenburys [pic 3][pic 4]
Fonte: Revista A Lua (1910) Fonte: Revista Moderna (1914)
Dessa maneira, o gênero fotográfico que mais se destacou na época foi o retrato que seguia o padrão dos retratos particulares do século XIX nos ateliês dos centros urbanos. Eles não continham linguagem publicitária mais articulada e muitas vezes apresentavam poses rígidas. Muitas vezes amadores capturavam as imagens com o uso dos instantâneos (câmera de filme de rolo, como a Kodak), no entanto, em algumas ocasiões havia o cuidado de se contratar um retratista para tirar a foto com alguma técnica, mas as fotografias se pareciam mais fotos comuns do que as fotografias publicitárias atuais.
Por volta de 1940, após com a chegada de agências estrangeiras em São Paulo, ficou famoso o uso de fotografias de objetos e industrias com retoque americano que era uma técnica que se assemelhava mais a uma ilustração do que a uma foto. Além disso, fotografias começaram a ser compradas nos Estados Unidos e elas começaram a ser consideradas como padrão. Dessa maneira, os brasileiros começaram a produzir fotografias para o uso publicitário já que surgiu a necessidade de inserir os padrões brasileiros nas imagens.
Henrique Becherini foi considerado um dos primeiros fotógrafos publicitários brasileiro e produziu fotografias para várias campanhas brasileiras da Atlantic, da Goodrich, da Blue Star Lines, das Refinações de Milho Brasil e da General Motors (para a qual produziu fotografias para compor anúncios testemunhais e recebeu como pagamento um automóvel Chevrolet).
Outros fotógrafos que também se especializaram na área, além de Henrique Becherini, e foram importantes para a história da fotografia publicitária foram Peter Scheier, Hans Gunther Flieg, Chico Albuquerque e Ayer e Thompson que trabalharam no departamento de publicidade próprio da General Motors no Brasil o que contribuiu para a formação deles.
Foto 5- Anúncio do liquidificador Walita
[pic 5]
Fonte: Chico Albuquerque (1960)
História da fotografia jornalística
Após as contribuições de Niépce e Daguerre para a descoberta da fotografia tornou-se possível o registro de fatos e acontecimentos por meio delas. Mas, as fotografias não eram bem vistas pela imprensa jornalística. Ela era considerada como um produto que desvalorizava a seriedade das informações, como um produto inferior que não se encaixava nas produções jornalísticas.
O surgimento do primeiro jornal com fotografias o Daily Mirror, nos Estados Unidos foi muito importante para que mudassem de pensamento, já que nesse jornal a fotografia era considerada tão importante quanto os textos e não era meramente uma ilustração secundária.
Foto 6 – O primeiro jornal com fotografias
[pic 6]
Fonte: Daily Mirror (1903)
Essa mudança gerou competição na imprensa e consequentemente um aumento da circulação dos jornais. Por necessitarem de rapidez surgiu a doutrina do Scoop que era uma cobertura baseada em uma única foto, exclusiva. A disseminação do uso da fotografia nos jornais estimulou o avanço das técnicas fotográficas e foi nesse período que surgiram novas câmeras fotográficas mais fáceis de manusear, com lentes e outras tecnologias como o flash, por exemplo.
A mudança de pensamento em relação à fotografia no jornalismo contribuiu nos anos vinte para o surgimento do fotojornalismo na Alemanha que ocasionou na criação da câmera Leica que eram câmeras menores com objetivas luminosas e o surgimento da fotografia cândida.
Foto 7: Câmera Leica
[pic 7]
Fonte: The wall street Journal
Acredita-se que o início do fotojornalismo moderno tenha ocorrido na Alemanha entre os anos vinte e trinta do século XX, já que após o florescimento das artes, das letras e das ciências foi considerada o país com o maior número de revistas ilustradas. A Alemanha serviu de molde para vários países que passaram então a publicar revistas ilustradas.
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