A NOÇÃO DE GÊNIO MUSICAL: UMA ABORDAGEM PLURALISTA
Por: Rafael Sousa Lima • 12/9/2018 • Resenha • 467 Palavras (2 Páginas) • 157 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ[pic 1][pic 2]
MÚSICA – LICENCIATURA
ESTÉTICA
ALUNO: RAFAEL DE SOUSA LIMA
TEMA 06:
A NOÇÃO DE GÊNIO MUSICAL: UMA ABORDAGEM PLURALISTA
Nesse texto o autor, Leonardo Cardoso, aborda uma análise da noção de gênio musical na história ocidental, juntando contribuições de várias disciplinas que fazem o estudo de trajetórias. Ele faz estudos de biografias de músicos buscando entender duas trajetórias distintas: a da vida daquela pessoa, e a do status que essa vida atinge para certos grupos. Então ele faz um estudo de caso do livro da socióloga tia DeNora, Beethoven and the Construction of Genius: Musical Politics in Viena, 1792-1803.
Ele analisa com a seguinte metodologia: uma análise teórico-reflexiva e outra análise prático-analítica (biografia).
Na primeira análise, Leonardo mostra três autores: o sociólogo Pierre Bourdieu, o antropólogo Marshall Sahlins e o musicólogo Nicholas Cook. Bourdieu define que uma trajetória deve ser analisada comparando com outras trajetórias, que configuram o campo. Analisa-se então o campo artístico (a formação do espaço dos possíveis), a análise da estrutura interna do campo (as estratégias dos agentes, tensões internas, os gêneros), e a análise da gênese dos habitus dos ocupantes dessas posições. Marshall Sahlins conceitua que todo evento se insere no domínio humano através dos valores culturalmente estabelecidos, apontando que o nosso individual sofre influência do que vivemos socialmente. Um evento só se torna um evento quando existe um comportamento social favorável a certas perturbações de um dado fluxo normativo. Nicholas Cook entende a música como inevitavelmente multimídia, interagindo com textos, imagens, fala, gestos e espaço. A performance do som anda lado a lado com a performance do sentido que se dá ao som.
DeNora aponta o movimento circular entre discurso musical e discurso estéticoideológico – som e palavra. Com Beethoven, põe-se em movimento uma profunda transformação no campo musical, desde à construção de pianos mais robustos que evidenciem os contrastes de intensidade recorrentes em sua música até a expansão de todo um repertório sonoro-dramático. Beethoven, como gênio musical, insere-se como porta-voz de uma metáfora entre som e representação, entre indivíduo criador e sociedade.
Para Leonardo, a união dos pontos de vista dos autores citados no texto é que “uma das premissas para o status de gênio no mundo da arte é justamente a dialética entre totalização e particularização da interpretação da obra de arte: quando se aprecia um quadro, um livro, uma peça de música, particulariza-se, de acordo com o contexto e do repertório do observador-ouvinte, uma série de conexões conceituais – de metáforas – desencadeadas pelo momento-desfecho, pela presença fenomenológica da obra. Essas se articulam em conceitos mais ou menos universalistas (o “belo”, o “sublime”) que propagam o valor da obra.”
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