A Noção de Crise na Critica Examinada a Partir da Categorização dos Críticos e Suas Eelações com Seu Objeto de Estudo
Por: j. rizzari • 11/9/2016 • Seminário • 957 Palavras (4 Páginas) • 301 Visualizações
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O pós Artista.
A noção de crise na critica examinada a partir da categorização dos críticos e suas relações com seu objeto de estudo.
Peter Plagens, autor do texto O pós-artista, em mesa redonda realizada no início da década de 1990, categorizou os críticos de arte em três tipos: goleiros, cartógrafos e evangelistas.
- Os goleiros (categoria na qual ele se auto enquadra) são resenhistas da imprensa pop, que jogam na defesa para impedir que arte de má qualidade (tosca, imitativa, oportunista) possa ser classificada como boa. Há os bons goleiros, que não tentam derrotar os artistas, mas estimulá-los a melhorar suas obras; e há os maus goleiros, que defendem a si mesmo, colocando-se em posição de destaque, acima dos artistas e obras que criticam.
- Os cartógrafos são os críticos que se empenham em trazer o discurso acadêmico para o panorama artístico, e que, a partir do seu julgamento pretensamente neutro, constroem mapas nos quais artistas e obras são incluídos ou excluídos.
- Os evangelistas advogam em favor de artistas que consideram dignos de nota. Por exemplo, no apogeu da arte moderna defenderam trabalhos que corriam o risco de serem rejeitados pelo público por se acharem fora do contexto da época. Atualmente os maus evangelistas são abundantes e funcionam como olheiros que propõem à indústria da arte nomes de artistas nos quais vale a pena investir.
Na obra “What Happened to Art Criticism?”, escrita em 2003, James Elkins constata que a crítica nunca foi praticada tão amplamente e ao mesmo tempo, nunca foi tão ignorada. Para ele isto ocorre porque há excesso de críticos atuando.
Plagens discorda pelo fato que na época havia 1 critico para cada 4,8 milhões de artistas, preocupa-se com o envelhecimento dos críticos pois com avanço da idade encontram dificuldade no deslocamento até as obras em galerias e afins... De modo que a atividade, que para os mais jovens poderia parecer surpreendente, profunda, original, divertida, para os mais velhos pode parecer repetitiva e cansativa.
Com base no texto de Irving Sandler, que trata de um embate entre os críticos Greenberg (que defende que a arte deriva fundamentalmente da arte que a antecedeu) e Rosenberg (que defende que a arte surge de certas personalidades especiais), o furacão da arte pop e a ironia dentro da arte contemporânea levam críticos como estes a se tornarem arrogantes, enfadonhos e irrelevantes. A ironia que invade a arte contemporânea não contribuiu para a alteração do quadro que já existia anteriormente: continua havendo 10% de arte boa e 90% de porcaria. Mas acredita que existe alguma verdade na tese que defende que a crise na crítica deve ser reflexo da crise na arte.
Buscando fundamento em Kuspit, um crítico de peso político e um dos principais mensageiros do mundo da crítica das artes, Kuspit afirma que a arte tem se afastado das estéticas mais profundas e se refugiado na moda da cultura pop contemporânea, procurando apenas satisfazer o gosto das massas. Isto, segundo ele, traz consequências graves, pois, os artistas pós-modernos, não buscam fazer algo pela arte, mas buscam o que ela pode fazer por eles (torná-los ricos e famosos).
A estes artistas, cuja arte se tornou submissa à indústria do entretenimento, da cultura pop comercial, Kuspit passa a denominar de pós-artistas. Personagens que desenvolvem e aprimoram a habilidade de tornar a crítica irrelevante, tornando-se invulneráveis a ela Plagens concorda com Kuspit sobre sua noção de pós-arte e pós-artista, mas também acredita que o marasmo no qual a crítica atualmente se encontra deve-se, em grande parte, às tolices escritas por ela, o que pode estar sendo denunciada na crise, acredita que os críticos precisam adaptar-se à nova realidade da pós-arte tornando críticos mais adequados dela e dos pós-artistas.
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