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Resenha Crítica do livro: A Sociedade Anárquica: um estudo da ordem na política mundial

Por:   •  8/9/2018  •  Resenha  •  940 Palavras (4 Páginas)  •  600 Visualizações

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ASSOCIAÇÃO CARUARUENSE DE ENSINO SUPERIOR

CENTRO UNIVERSITÁRIO TABOSA DE ALMEIDA

EMILLY CAMILA MARQUES MOREIRA

        

RESENHA CRÍTICA: Capítulo I do livro "A Sociedade Anárquica: um estudo da ordem na política mundial"

CARUARU – 2018

ASSOCIAÇÃO CARUARUENSE DE ENSINO SUPERIOR

CENTRO UNIVERSITÁRIO TABOSA DE ALMEIDA

EMILLY CAMILA MARQUES MOREIRA

        

RESENHA CRÍTICA: Capítulo I do livro "A Sociedade Anárquica: um estudo da ordem na política mundial

Resenha crítica apresentada à disciplina de
Introdução às  Relações  Internacionais,  no
curso de Relações Internacionais do Centro
Universitário Tabosa de Almeida
(ASCES-UNITA).

Orientadora: Prof. MSc. Rossana Cola

CARUARU – 2018

       BULL, Hedley. O Conceito de Ordem na Política Mundial. In: ______. A Sociedade Anárquica: Um estudo da ordem na política mundial. Brasília: UnB, 2002. p. 7-29.

         No primeiro capítulo de A Sociedade Anárquica: Um estudo da ordem na política mundial, Hedley Bull – filósofo político e grande referência no campo das relações internacionais – traz inicialmente sua concepção de ordem na vida social, para então, posteriormente, conceituá-la de fato na política mundial.                      .
   A respeito de seu primeiro tópico, o autor afirma que a ordem que se pretende encontrar na vida social é uma estrutura de conduta que proporcione o alcance de determinadas metas em particular, e independentemente de quais sejam estas, todas as sociedades reconhecem objetivos gerais e introduzem métodos propostos a viabilizá-los.
  São mencionados, com bastante clareza, três objetivos comuns às sociedades, sendo o primeiro destes garantir que a vida seja protegida, através do combate à violência. O segundo objetivo é assegurar que promessas feitas sejam cumpridas e que acordos já realizados sejam efetuados. O terceiro, por sua vez, é oferecer a garantia de que a posse seja, de certa forma, estável. Estes fatores trazem ao teórico a compreensão da ordem como um padrão de atividade humana que mantém os seus desígnios essenciais.
  Contudo, tais metas não representam uma lista completa de intentos partilhados por todas as sociedades, nem que o termo “ordem” se aplique apenas relacionado a estes valores. Apesar disso, Bull alega que quaisquer outras metas que a sociedade venha a estabelecer, presumem, de alguma forma, o alcance destas iniciais. Este fato, segundo ele, as torna universais, pois todas as sociedades lhe parecem adotá-las.              
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   Ao fim do primeiro tema, o autor declara que a ordem pode existir na vida social sem a necessidade de regras, sendo estas um meio quase geral de instituir ordem na sociedade humana, mas que não é parte da definição desta – tal consideração, em minha opinião, recorda e ilustra de forma bastante compreensível o conceito de anarquia no sistema internacional.
   Bull inicia o segundo e principal tema abordado no capítulo (
A ordem internacional) trazendo seus conceitos de Estado, tais quais o de soberania interna e externa, e uma breve explanação a respeito da grande variedade de comunidades políticas existentes ao longo da história que não são consideradas Estados no sentido definido no texto, como os povos germânicos da Idade das Trevas.
   A respeito do Sistema Internacional de Estados, ele traz definições de Raymond Aron e Martin Wight e afirma que um sistema desta categoria se forma quando os estados têm suficiente contato e impacto nas decisões uns dos outros, de forma que se conduzam, até certo ponto, como partes de um todo.
   O filósofo político ainda discorre sobre a Sociedade de Estados, alegando que a mesma existe quando um grupo de estados com valores e interesses em comum unem-se por meio de um conjunto de regras e participam das mesmas instituições, à medida que cooperam para o funcionamento destas e de outras instituições, tais como a forma dos procedimentos no direito internacional. A partir desta concepção, surge a teoria de que pode haver um sistema internacional que não necessariamente seja uma sociedade.

   No que concerne à ordem internacional, de fato, o autor pretende referir-se a um padrão das atividades internacionais que mantém os seus desígnios essenciais de uma sociedade de estados, de igual modo ao citado anteriormente com relação à ordem na vida social. Em âmbito internacional, o primeiro objetivo será, de acordo com o texto, preservar o próprio sistema e a sociedade dos estados. O segundo, por sua vez, será manter a soberania externa dos Estados individuais. Já o terceiro objetivo será manter a paz, e o quarto será o conjunto dos objetivos comuns a toda vida social, já apresentados neste texto.
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 Por fim, é dado ao leitor o conceito de ordem mundial na ótica de Hedley Bull, que é diferente de seu conceito de ordem internacional. Trata-se de agrupamentos de indivíduos, que não necessariamente formam Estados. É algo considerado por ele – e que concordo plenamente – muito mais significativo e essencial que a ordem internacional, pois as unidades primárias desta sociedade são muito mais que Estados, tribos, impérios, classes ou partidos, são seres humanos..
 Em suma, o capítulo proporciona uma leitura produtiva, oferecendo o conceito de ordem de forma clara e descomplicada. O autor disserta sobre os temas propostos com muita propriedade e apresenta teses que particularmente simpatizo, tornando a leitura mais atrativa e proveitosa para mim. Vale salientar a ausência de uma grande quantidade de termos técnicos, o que promove uma literatura abrangente a não especialistas da área - algo estimável, principalmente no campo das RI, que atualmente tem sido bastante restrito a estudiosos desta disciplina.  

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