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A VALORIZAÇÃO DAS ARTES INDIGENAS E AFRICANA SOB A ÉGIDE DA LEI 10.639/2003 E 11.645/2008 NO ENSINO DE ARTES

Por:   •  25/5/2022  •  Trabalho acadêmico  •  4.911 Palavras (20 Páginas)  •  123 Visualizações

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UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

MARIA APARECIDA GUIMARÃES ALVES

A VALORIZAÇÃO DAS ARTES INDIGENAS E AFRICANA SOB A ÉGIDE DA LEI 10.639/2003 E 11.645/2008 NO ENSINO DE ARTES.

TRÊS MARIAS –MG

2021

UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

MARIA APARECIDA GUIMARÃES ALVES

A VALORIZAÇÃO DAS ARTES INDIGENAS E AFRICANA SOB A ÉGIDE DA LEI 10.639/2003 E 11.645/2008 NO ENSINO DE ARTES.

Artigo Científico Apresentado à Universidade Candido Mendes - UCAM, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Ensino de Artes: Técnicas e Procedimentos.

TRÊS MARIAS - MG

2021

A VALORIZAÇÃO DAS ARTES INDIGENAS E AFRICANA SOB A ÉGIDE DA LEI 10.639/2003 E 11.645/2008 NO ENSINO DE ARTES.

Maria Aparecida Guimarães Alves

RESUMO

O texto traz uma análise e sobretudo faz-se perguntar e responder sobre o papel do ensino de arte na educação básica, desde seu processo de trabalho e sistematização, tomando como caminho a abordagem feita pela disciplina, diante dos objetivos da lei 10.639/2003 e 11.645/2008 que embora sendo leis distintas, surgiram como complementos diretos da LDB 1996 – Lei de diretrizes e Bases da Educação. Ambas as leis objetivam levar para as salas de aula mais sobre a cultura indígena, afro-brasileira e africana do que a escravidão e colonialismo, propondo novas diretrizes para valorizar e ressaltar a presença desses povos na formação da sociedade brasileira, bem como suas contribuições culturais e artísticas. Sendo estas, fortes instrumentos contra a discriminação e o preconceito. A análise se complementa com considerações sobre a recepção desse ideário por professores de arte e educadores nesta segunda década do século, através de uma perspectiva bibliográfica. Por fim busca-se compreender como o ensino de artes pode contribuir para a formação de crianças e jovens tolerantes, livres de preconceitos e capazes de valorizar as diferentes manifestações artísticas presentes em nossa sociedade e que embora muito explorada pela TV e Cinema, não vem seguindo o mesmo ritmo nas escolas.

Palavras-chave:, Arte Africana, Arte indígena ,Educação, Lei, Preconceito.

INTRODUÇÃO

Diante da atual situação do sistema educacional brasileiro e das inúmeras tentativas de fazer com que o ensino se torne cada vez mais democrático e capaz de fazer das crianças e adolescentes sujeitos críticos e sensíveis a realidade e necessidades do mundo em que vivem, a educação artística ou arte-educação se torna mais que uma das disciplinas que compõe o currículo escolar brasileiro, mas uma ferramenta de combate a ignorância, a intolerância e sobretudo ao controle da indústria cultural.

Hoje em dia somos bombardeados por informações que lançam mão das mais diversas representações artísticas, como dança, música, fotografia, desenho e etc; mas o entendimento sobre cada um desses elementos, que deveria ser mais aprofundado na escola, infelizmente ocorre de maneira superficial e pouco intelectualizada. O ensino de arte na educação básica veio sofrendo mudanças ao longo desses quase 25 anos de LDB- lei de diretrizes e bases da educação. Onde erroneamente a percepção da disciplina Arte se deu como uma atividade recreativa, por parte de professores e estudantes que não lhe atribuiu o real significado.

O papel do ensino das artes na educação foi, como anteriormente descrito, subestimado, reproduzir obras de artistas renomados ou deixar o aluno livre para fazer o que quiser foram caminhos adotados na pratica por escolas e professores, que na maioria dos casos não possuem formação especifica na disciplina, algo que esmiuçaremos ao longo deste trabalho.

Aprender a arte envolve aprender a fazer trabalhos artísticos, apreciar e refletir sobre eles, assim ampliando a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação. Algo que os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs chamam de tripé da arte-educação:

 Apreciação

 Contextualização

 Produção

O entendimento desse esquema bem como sua utilização, possibilita dentro do processo de ensino aprendizagem, a sensibilidade, a intelectualidade e sobretudo a capacidade de reconhecer no mundo sensível as características abstratas da arte, a identidade dos povos que a produzem e como essas são utilizadas, desde a produção artística à indústria do consumo com sua publicidade e produtos.

E sendo o Brasil um pais multicultural rico em diversidade é impensável que os representantes desse setor não apropriem-se de elementos que fazem parte da cultura dos povos nativos do nosso país e daqueles que para cá foram trazidos forçados. A arte do índio e do negro africano é muito explorada na indústria cultural e de consumo, roupas, joias, tapeçaria, cerâmica, os sons e batuques, a língua e todo o mistério do sagrado e profano relacionado a arte e religião desses povos. A exemplo disso e validando esta perspectiva, em 2018 a Disney/Marvel bateu recordes de bilheteria com o filme Pantera Negra, com arrecadação de 1,344 bilhão de dólares em todo o mundo, no Brasil em 2020 a maior emissora de TV transmitiu o filme em uma homenagem ao protagonista Chadwick Boseman, morto em decorrência de um câncer no intestino, segundo o Ibope 46 milhões de brasileiros assistiram a transmissão em 31 de agosto daquele ano.

A fantástica história do filme se passa no continente africano, local onde a fictícia nação de Wakanda vive escondida entre a selva e savana continental a fim de proteger seus conhecimentos em tecnologia e reservas de um metal precioso. Embora quase todo o filme seja cheio de ficção e anacronismo, a ideia intrínseca é de valorização do que há de mais puro e verdadeiro entre as

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