Analise Filmica
Casos: Analise Filmica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: afonsosinho • 16/2/2014 • 733 Palavras (3 Páginas) • 282 Visualizações
Trata-se de um filme mudo, preto e branco, aos moldes das chanchadas do início do séc. XX, que viriam se tornar a marca da filmografia do comediante Charlie Chaplin. Seguindo aos padrões do cinema da época, e às limitações técnicas, o filme é todo traçado em um ritmo veloz, condição característica do período, com maior aceleração em momentos específicos para conferir maior comicidade às cenas.
Como praxe na gênese do cinema mudo, o filme está repletos de inserções explicativas que interrompem a sequência de cenas para contextualizá-las ou transmitir diálogos. Tais interferências aparecem de forma bastante objetiva, a exemplo dos breves textos projetados durante o filme que explicam claramente o conteúdo ao espectador. Mas também surgem com uma proposta mais subjetiva, como na sequência logo após a cena do hospital, em que aparece a silhueta de um indivíduo carregando uma cruz, fazendo-se uma clara alusão à Jesus Cristo na Via Crúcis. Esta interrupção, por mais obvia e estranha que seja aos olhos do cinema contemporâneo, vem trabalhar com um simbolismo fortemente dramático, ao comparar a dor da mãe que abandona um filho ao fardo de um pecado para toda a vida.
Percebe-se uma preferência por planos médios e planos conjutos em função do forte dinamismo das ações da narrativa. A ocorrência de planos gerais se dão majoritariamente na contextualização de espaços, mas sob um ângulo de visão não muito aberto. Portanto pouco se utiliza o grande plano angular, com exceção da cena do vagabundo sobre os telhado,s em que é possível se ter um panorama mais amplo do local onde vive. Essa preferência por planos mais fechados possivelmente acontece em função da reduzida acuidade visual do cinema preto e branco, que pela predominância de tons acinzentados torna mais difícil a visualização de um ambiente com muitos elementos.
Não é dada muita ênfase ao rosto dos personagens, de modo que inexistem closes. As cenas em plano detalhe são construídas de modo bastante obvio, para que se assegure a percepção dos elementos em cena. É sob essa fórmula que o rosto da mulher se apresenta bastante evidente na fotografia, para firmar o reconhecimento dos traços da personagem. Assim também acontece quando o vagabundo aponta individualmente os restos de cigarros e charutos, ao abrir sua latinha, dando tempo suficiente para o espectador identificar os elementos.
A trilha sonora ininterrupta pode ser dividida em diferentes fases. Cada uma corresponde a um momento diferente da narrativa, de modo que se percebem diferentes melodias para cenas de drama, suspense e comédia. Essa variação é notada com muita clareza nas mudanças de cena acompanhando a composição temporal linear do roteiro.
Análise de Conteúdo:
O filme aborda o abandono de uma criança por uma mãe aflita. Apesar de se perceber a falta de condições desta para criar o filho, nota-se também, pela vestimenta bem cuidada da personagem, que provavelmente não se encontra num quadro de miséria. Portanto o contexto leva a supor que a complicação da narrativa advém dos empecilhos que sofreria uma mãe-solteira inserida numa cultura moralista e machista. O suposto pai da criança pouco aparece na trama, e demonstra alguns traços de indiferença à mulher, quando permite que seu retrato queime na lareira.
O garoto então é amparado pelo vagabundo,
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