Construções Dramatúrgicas como exercício do Olhar - Análise de Personagem
Por: Ruber C. Sarmento • 8/2/2017 • Relatório de pesquisa • 955 Palavras (4 Páginas) • 164 Visualizações
[pic 1]
Escola de Teatro e Dança da UFPA
Instituto de Ciências da Arte
Curso Técnico em Ator
Rubervaldo Cruz Sarmento Filho
Construções Dramatúrgicas como exercício do Olhar
Belém
2016
[pic 2]
Escola de Teatro e Dança da UFPA
Instituto de Ciências da Arte
Curso Técnico em Ator
Construções Dramatúrgicas como exercício do Olhar
[pic 3]
Análise acerca da cena montada para finalização da disciplina, tendo como base o Ato III da Cena II do Livro de Hamlet.
Este ato e cena retratam o momento em que Hamlet arquiteta um espetáculo, que em uma das cenas mostra as mesmas circunstâncias que se passaram a morte de seu pai, afim de que o Rei assista e a partir de suas reações, possa ter certeza que ele teve envolvimento com este assassinato ou não. A encenação inicia com Hamlet dialogando com o público, fazendo com que neste momento quem assiste represente o personagem de Horácio. O atuante que representa Hamlet combina com o público(Horário) para que atentem nas expressões do Rei no momento em que acontecer o espetáculo e que depois comparem suas opiniões sobre estas. Entram o Rei, Rainha, Polônio e Ofélia. O rei inicia um diálogo com Hamlet, que não perde a oportunidade de ‘‘alfinetar’’ seu tio com palavras agudas, o rei e a rainha sentam-se. Hamlet indaga Polônio sobre suas experiências com o Teatro e aproveita para também ironiza-lo em sua fala.
A Rainha convida Hamlet para que se sente junto à ela, porém ele nega e se direciona a Ofélia que também estava sentada em uma cadeira, onde fica a provoca-la maldosamente com falas de duplo sentido, em certo ponto a conversa diverge para um comentário acerca da morte de seu pai e o fato de ainda não ter sido esquecido, onde finaliza com o ditado: Pois Ora, ora, o cavalhinho de pau foi esquecido. Esta é a deixa para que o grupo atuante utilize um signo que incorporou para esta apresentação. Grita-se ‘‘CORNETA’’ em cena, um dos que grita toca uma corneta e neste momento há uma quebra, todos se desvencilham de seus personagens e se dirigem até o que denominamos como uma ‘‘cuchia imaginária’’, um dos novos personagens sobe em uma das cadeiras utilizadas e começa descrever a cena onde os outros atuantes representam o momento em que ocorre o assassinato do rei, tudo feito de forma cômica, ao fim da metra cena todos gritam ‘‘CORNETA’’ novamente e retomam seus personagens iniciais. Ofélia pergunta a Hamlet sobre essa breve cena e dialogam sobre isso, entra um personagem representando o ‘‘Prólogo’’, dá sua fala e deixa uma coroa no chão antes de se retirar.
Os personagens se direcionam até a coroa como se ali se passasse a encenação da peça e a partir dos comentários de Hamlet ganham expressões diferentes. Retornam paras cadeiras debatendo sobre as intenções daquele espetáculo e se nele não haveria ofensas, Hamlet alega que não e a apresentação segue como o planejado. Visualizando a cena, o rei começa a passar mal e se levanta saindo de cena acudido pelos outros personagens, menos por Hamlet que finaliza dialogando com o público.
Acerca das intenções, significados e códigos apresentados pelo grupo, começo falando sobre os figurinos. A ideia da roupa preta tinha intenção de representar neutralidade. Os personagens eram marcados por apenas um objetivo que os representasse, podendo haver se necessário a troca dos personagens entre os atuantes apenas pela mudança do objeto utilizado, focando então na atuação e no movimento corporal do ator. A rainha era representada por um leque e o seu batom vermelho, o rei pela coroa, Hamlet por um colete, Polônio por uma braçadeira e Ofélia por uma tiara de flor. Todos cobertos por jornal, na concepção de grupo, retratava a fragilidade daquele ambiente e pessoas onde tentavam mostrar uma nobreza forte, e acabavam se mostrando tão frágeis e cheios de informação como a folha de um jornal. A corneta utilizada também estava envolta de jornal, assim como todos os objetos cênicos utilizados, menos as cadeiras que por serem da ETDUFPA, não possuíamos permissão para modifica-las. Apenas o Rei e a Rainha estavam calçados em cena, tendo os sapatos sido cobertos por um papel dourado e os outros personagens se encontravam descalços, retratando a ideia de nobreza e plebe. A corneta foi um elemento inserido para dar início a apresentação. Era também utilizado como forma de quebra e utilização do distanciamento. Inserimos como ponto chave para mudança de personagens em cena. No momento em que há encenação do envenenamento, optamos por utilizar a comédia como ponto de distanciamento e aproximação com o público.
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