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Cultura Pernambucana - Frevo

Por:   •  4/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  490 Palavras (2 Páginas)  •  472 Visualizações

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O frevo surgiu no final do século XIX e início do século XX, em Pernanbuco. A partir de uma mistura de ritmos como maxixe, o tango brasileiro, a quadrilha, o galope, e principalmente o dobrado e a polca-marcha, que está bastante ligada ao repertório das bandas militares em atividade no século XIX.

Originalmente, o frevo não tinha letras e era apenas tocado. Com as bandas de músicas marciais e seu ritmo mais acelerado, surgiu os passos do frevo nos antigos desfiles de carnaval quando os jogadores de capoeira abriam o caminho para os músicos passarem pela multidão. Atualmente, seus passos são uma mistura do balé, capoeira e cossaco e, com isso, é uma dança complexa a qual envolve a mistura de rodopios, gingados e malabarismos. Existem mais de cem destes passos, entre os quais estão: Locomotiva, Dobradiça, Fogareiro, Capoeira, Tesoura, Mola, Ferrolho e Parafuso. Além disso, há a utilização pelos passistas de uma sombrinha colorida, exigindo grande habilidade para manuseio.

Nos anos 30, foi dividido em três tipos a partir dos ritmos: o Frevo-de-Rua, que é completamente instrumental, feito exclusivamente para dançar. Tocada em notas agudas com pistões, trombones e semicolcheias; o Frevo-de-Bloco, também chamado de marcha-de-blocos, o qual é executado por orquestras de Pau-e-Corda que são compostas por banjos, violões, cavaquinhos e clarinete. Foi originada a partir das serenatas realizadas paralelamente ao carnaval. E o Frevo-Canção que é caracterizado por ter um ritmo mais lento, com algumas semelhanças à marchinha carioca. É composto por uma introdução orquestral e andamento melódico, terminando ou começando com um refrão.É típico dos frevos de rua.

Em algumas músicas de frevo podemos perceber a forte presença da figura feminina como em: Cala Boca Menino de Capiba, Tropicana e Diabo Louro de Alceu Valença. Nas três músicas a mulher é retratada de forma tradicional. Levando em consideração que o contexto da época era o aumento da circulação das mulheres pela cidade e pelos os Blocos Carnavalescos Mistos que se configuraram como um espaço legitimado pela sociedade e pela família. As músicas representam o desejo e demonstram a imagens delas de elegância, pureza, beleza e civilidade em meio a um carnaval com tantas pessoas e bagunça.

Desde 2012, o frevo é considerado um patrimônio cultural imaterial da humanidade, título reconhecido pela Unesco. A qual, considera ser um patrimônio imaterial aquilo que: ‘’abrange práticas e expressões vivas passadas de uma geração à outra. Inclui tradições orais, artes performáticas, práticas sociais, eventos celebratórios, sabedorias e práticas relacionadas à natureza e ao universo, assim como os saberes e habilidades de trabalhos artesanais tradicionais.’’. Portanto, o frevo, o ritmo que anima o carnaval de Pernambuco, é uma forma de expressão musical, coreográfica e poética, que ‘’nasceu’’ em Pernanbuco, desde o século XIX e que é acompanhada até hoje. Sendo assim, expressões vivas que são passadas de geração em geração, é uma manifestação musical, e é um conhecimento enraizado no cotidiano das comunidades. Fazendo-o assim, merecedor de forma justa o título.

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