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Dança de Rua

Por:   •  6/5/2015  •  Resenha  •  1.693 Palavras (7 Páginas)  •  698 Visualizações

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REFLEXÃO DO TEXTO: “HISTÓRIA E DANÇA: UM OLHAR SOBRE A CULTURA POPULAR URBANA – UBERLÂNDIA 1990/2009” - RAFAEL GUARATO

 Dança de rua: o processo (pp. 47-57);

 Significações do dançar (pp. 58-70);

De acordo com a leitura do texto, a dança de rua não possui uma origem fixa. Porém grande parte de suas características foi influenciada pela comunidade negra dos Estados Unidos, a qual incorporou outros ritmos, tais como o jazz, break e funk, tornando-se uma mistura de técnicas e formas diferentes de se dançar. Esse conjunto de estilos de dança possui movimentos detalhados, de modo que seja bem expressado, coreografado, sincronizado e rápido, além da batida forte da música, a qual ajuda a caracteriza-lo.

A dança de rua passou a se destacar no fim dos anos 70. A televisão, o cinema e baladas, foram exemplos de importantes meios para a assimilação, a qual abriu espaço para as danças no desenvolvimento da indústria cultural no Brasil na cidade de Uberlândia, Minas Gerais. Assim, foram criando “passinhos” na era do disco, e também grupo de jovens que se identificavam nesse meio artístico.

Com a conquista das boates pela cidade, o entusiasmo das pessoas foi despertado por meio das discotecas. Dançarinos e grupos de dança começaram a se formar, dando início às oficinas e festivais de dança que ocorriam naquela época. A preocupação com o figurino, escolha da música e sequência dos passos fizeram parte para tornar os concursos competitivos, além de abrir espaço para as características da arte cênica se juntar à dança.

Por volta de 1984, destacou-se a dança jazz, uma modalidade que nos Estados Unidos era uma forma popular de dança, mas no Brasil se instalou em oficinas, seguindo o modelo da dança cênica. Sem frequentar as academias de jazz, jovens tentava imitar os passos do jazz, por esse motivo, sofreram algumas alterações nos movimentos da dança, e assim, o estilo foi recriado, dando origem ao jazz de rua.

Outra modalidade destacada no início dos anos 80 foi a breakdance, que teve grande visibilidade no cinema norte-americano. No Brasil, foi reconhecido já em 1983, a qual o break influenciou um dos primeiros praticantes do funk no país. Tiveram grande participação e divulgação na mídia que serviram de inspiração para os dançarinos. A disposição corporal presente nessa modalidade foi uma característica presente para chamar a atenção do público dançante.

É importante notar que os filmes influenciaram bastante a sociedade destacando a dança de rua, no Brasil. Artistas mundialmente conhecidos, também foram referenciais para os moldes da prática da dança, como exemplo o astro pop, Michael Jackson. Seus sucessos que mesclam freestyle, sapateado, jazz, break, funk e soul, são inspirações para a dança de rua em Uberlândia no fim da década de 80, que deu início ao grupo Flash Black, que inclusive, obteve a primeira colocação durante sete anos consecutivos em todos os concursos participados, por ter se inspirado nas coreografias de Thriller.

O interesse de mencionar o hip hop nessa reflexão, é que, é por meio da dança de rua que o break irá manter-se como uma manifestação cultural à dança, mesmo de forma remodelada. Segundo o autor Rafael Guarato, força na execução de movimentos, musicalidade estrangeira (principalmente norte-americana), pudor e energia à flor da pele foram os principais ingredientes dessa força dançante, que assumiu certa brasilidade após algumas adaptações, ou seja, por mais que a dança de rua recebeu influências desde os princípios à cultura norte-americana, ela recebe características próprias brasileiras, depois de ter sido remodelada.

Com todo esse processo, nota-se que a dança de rua criou certa identidade para seu público. Sempre coletiva, fazem dela uma cultura popular urbana que trabalha com atividades artístico-culturais formando uma estética particular e diferenciada. Em 1980, os concursos passaram a ser o foco central dos praticantes da dança de rua. Assim, os meios de comunicação de massa fez com que as periferias uberlandenses se identificassem em um ambiente propício à sua prática. Porém, não são as mídias, exclusivamente, que provocam nas pessoas a vontade de dançar, de copiar e consumir o que lhe é mostrado, mas sim, tem a ver com o reconhecimento de valores compartilhados.

A dança de rua ganhou um espaço urbano, a qual atribuiu três importantes motivações por seus praticantes. Entre elas, destaca-se o meio em que o dançarino vive, onde o domínio das atividades corporais se tornou um meio em ser visto à sociedade. O aspecto de conseguir passar uma ideia de “liberdade e igualdade” era escasso, porém, conseguia ocupar o tempo dos dançarinos e até mesmo desvincula-los das drogas e do mundo do crime, tornando assim algo positivo. Dançar representava uma maneira de identificação, de um estilo de vida respeitado, de modo em que a dança configurava como alternativa de “libertar-se da exclusão”, isso incluiu na terceira e ultima características importantes a ser mencionada. Concluindo esses três fatores, compôs um modo de lazer aliado ao prazer.

Porém, mesmo com essas qualidades da dança, existiram inúmeros relatos à discriminação, pelo fato da dança de rua ser praticado por pessoas da periferia. Padrões eram estabelecidos, e muitos achavam o direito de julgar que o normal é correto/bom, e o diferente é errado/ruim. Desse modo, os grupos enfrentaram grandes dificuldades e exclusão social na década de 80 por causa da dança de rua, por ser a maioria, negros, pobres, e sem uma boa educação formal.

A participação dos grupos de dança de rua nos festivais passou por uma reelaboração constante, de pressões, lutas e uma tremenda disputa cada vez maior. O ingrediente para incorporar na apresentação dos grupos e ganhar o festival, é se inspirar em clipes, artistas ou filmes, mas nunca copiar passos de outros grupos, além de interligar o figurino ao tema. O título das coreografias e temas famosos ajuda nesse processo de competitividade. Anteriormente não havia enredo na apresentação, nome para as coreografias, nem historinhas com início, meio e fim, e assim, foi ocorrendo mudanças onde à dança de rua não era só destacada pelos seus diferentes tipos de movimento ao corpo.

É importante observar, que, os dançarinos não se preocupavam em transmitir qualquer tipo de questionamento social nas apresentações,

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