EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICs): COMO AS TICs ESTÃO SENDO UTILIZADAS NO ENSINO DE ARTE?

CLARETIANO – CENTRO UNIVERSITÁRIO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ARTES VISUAIS – LICENCIATURA

CARLOS OLINTO TOSTES NETO

EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICs): COMO AS TICs ESTÃO SENDO UTILIZADAS NO ENSINO DE ARTE?

SANTO ANDRÉ

2019

O ser humano, historicamente, sempre buscou se adaptar ao meio externo para sua sobrevivência, estabelecendo novas situações para a otimização de suas necessidades. Desde a pré-história acompanhamos transformações significativas na vida do homem, alterando sua relação com a natureza e permitindo sua adaptação às condições existentes. A exemplo disso, temos o domínio do fogo no período Paleolítico e o desenvolvimento de instrumentos de pedra polida no Neolítico, posteriormente aprimorando técnicas de fundição de metais.

A partir da Revolução Industrial e da ascensão do capitalismo, os avanços tecnológicos aceleraram descomunalmente, até os dias atuais - frutos do pós Segunda Guerra e da Guerra Fria - onde é difícil imaginar nosso cotidiano sem as facilidades e os confortos proporcionados por tais avanços. Há de se refletir que esse ritmo acelerado também torna as tecnologias obsoletas, uma vez que todas elas passam por processos de aprimoramento, melhoria, novos arranjos e designs, cuja intenção - num primeiro momento - parece ser a de adequar a novas demandas da sociedade. Mas o quanto existe de real necessidade? O quanto essas necessidades nos são criadas ou até impostas?

Mesmo diante de tais questionamentos, é inegável o quanto as TICs - Tecnologias de Informação e Comunicação - romperam as noções de fronteiras, otimizaram tempo e enriqueceram as possibilidades de pesquisas, nos transformando em seres humanos cada vez mais tecnológicos, ultra hi-tech.

Se as TICs modificaram nossa forma de se relacionar, comunicar, consumir - até pensar - também alteraram nossa forma de trabalhar, uma vez que

A inserção das novas tecnologias veio de maneira rápida e ocasionou a substituição de equipamentos de uso e a introdução da linguagem computacional no ambiente de trabalho [...] O resultado é que os trabalhadores de vários segmentos precisaram (e ainda precisam) estar abertos aos novos e constantes aprendizados com relação aos meios tecnológicos. (ROSSI; ZAMPERETTI, 2014, p. 2)

Diante disso, os profissionais da educação perceberam e tiveram de se adequar às especificidades de cada época, na substituição de equipamentos sempre presentes no ambiente escolar, como máquinas de escrever, mimeógrafos e retroprojetores para computadores com internet, impressoras e data shows, além dos mais variados suportes: antes fitas cassetes, fitas de vídeo, disquetes, CDs e DVDs; hoje pen drives e armazenamento na nuvem.

Todos esses recursos, cada um à sua maneira, sempre requereram dos educadores um repensar suas práticas pedagógicas, pois a escola não pode estar alheia às transformações sociais e culturais, afinal ela é o ambiente de sociabilidade e formação intelectual, coletiva e também subjetiva.

Aproveitar tantos recursos tecnológicos no processo de ensino-aprendizagem proporciona aos educandos uma forma diferenciada de ensino, bem como torna a aula mais atrativa. Para além disso, também viabiliza adequar os contextos e as situações do processo de aprendizagem às diversidades em sala de aula (MOURA; OLIVEIRA, 2015).

A utilização destas novas ferramentas tecnológicas estão previstas pelo Ministério da Educação, que afirma que estes recursos “precisam ser explorados de forma crítica e criativa, contribuindo para tornar o ato educativo mais próximo da realidade dos educandos, além de mais dinâmico, rico e contextualizado” (BRASIL, [200-?], p. 1). Assim, a partir de uma metodologia pragmática trabalhada pelos professores, a integração das TICs tende a trazer benefícios aos estudos e também

[...] pode contribuir com o estudante a desafiar regras, descobrir novos padrões de relações, improvisar e até adicionar novos detalhes a outros trabalhos tornando-os assim inovados e diferenciados. As tecnologias proporcionam que os alunos construam seus saberes a partir da comunicabilidade e interações com um mundo de pluralidades, no qual não há limitações geográficas, culturais e a troca de conhecimentos e experiências é constante. (MOURA; OLIVEIRA, 2015, p. 80)

No ensino de Arte, as TICs viabilizam uma gama de possibilidades em diálogo com a Abordagem Triangular, sistematizada por Ana Mae Barbosa. O acesso via internet à inúmeras obras de arte do passado e da contemporaneidade, bem como visitas virtuais em museus e espaços de arte tem se tornado propostas pedagógicas recorrentes, pois permitem uma maior fruição estética em contato com o multiculturalismo. Com as dimensões geográficas minimizadas pela globalização, o conhecimento de outras culturas, contextos e suas produções artísticos-culturais é um trunfo para enriquecer o pensamento crítico, estético e artístico, visto que o professor dispõe de múltiplos artifícios para planejar e executar sua aula, definindo as relações entre a apreciação, o fazer e o contextualizar obras de arte.

Na era do Youtube, conseguimos levar pra sala de aula expressões e manifestações artísticos-folclóricas de outras regiões - até mesmo de outros países -, aproximando os alunos de determinadas danças, festejos, músicas e encenações. No entanto, mais do que apenas compartilhar vídeos, é importante que o professor mergulhe em pesquisas a fim de proporcionar experiências práticas aos educandos, entendendo essas experiências como geradoras de conhecimento.

É nesse sentido também que, no que tange às artes visuais, a apreciação de obras de arte foi facilitada pelo acesso à internet e sites de buscas, favorecendo a