Eisenstein e a montagem - O Sentido do filme
Por: Yara Tôrres • 28/11/2016 • Resenha • 293 Palavras (2 Páginas) • 361 Visualizações
O SENTIDO DO FILME - A PALAVRA E A IMAGEM
Não só no cinema, mas em qualquer outro aspecto de nossas vidas, dois fatos/imagens juntos criam um novo conceito. Mais do que somente pela soma dessas imagens, a justaposição importa pelo seu produto. Eisenstein dá o claro exemplo de que “se colocarmos um túmulo e uma mulher chorando junto a ele, não resta dúvidas de que se trata de uma viúva”. Essa relação se torna importante pois o todo só existe a partir das partes. No caso, a viúva que surge a partir de duas imagens justapostas não é a simples representação da viúva, mas sim uma nova ideia.
Eisenstein reforça a importância dessa característica pois mesmo duas imagens que podem não ter a menor relação entre si, no processo de montagem, criam um sentido, uma terceira coisa, através da qual o espectador compreende uma ideia.
Outro exemplo interessante é o de que a figura geométrica formada pelos dois ponteiros de um relógio nos remete ao conceito do tempo, porém não são o próprio tempo, assim como o nome de uma rua não é a própria rua mas nos remete às lembranças dela. O conjunto dessas ideias é percebido dentro de nossas cabeças.
Eisenstein defende que, portanto, a imagem que vemos não existe como algo fixo, mas como algo construído. Este é o papel da montagem. O espectador não apenas vê as imagens em sequência mas também conceitos e emoções criados a partir da junção delas.
“Nossos filmes enfrentam a missão de apresentar não apenas uma narrativa logicamente coesa, mas uma narrativa que contenha o máximo de emoção e vigor estimulante”
Afinal, porque usamos a montagem? - Dois pedaços de filme de qualquer tipo colocados juntos, inevitavelmente criam um novo conceito, uma nova qualidade, que surge justaposição
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