FICHAMENTO DO LIVRO: UMA INTRODUÇÃO A HISTÓRIA DO DESIGN DE RAFAEL CARDOSO
Por: Stawel • 17/5/2018 • Resenha • 2.084 Palavras (9 Páginas) • 2.357 Visualizações
FICHAMENTO DO LIVRO
UMA INTRODUÇÃO A HISTÓRIA DO DESIGN
DE RAFAEL CARDOSO
AFONSO AZEREDO ZUCCHI
UFES – 2018
INFORMAÇÕES DO AUTOR
Rafael Cardoso é um escritor, possui doutorado em história da arte pelo instituto de arte courtauld, uma agremiação da universidade de Londres especializada no estudo da história da arte.
Pesquisou história da arte e do design no Brasil, no período 1840 a 1930.
CAPITULO 4 – DESIGN, INDUSTRIA E O CONSUMIDOR MODERNO 1850-1930
1 DESIGN E REFORMISMO SOCIAL
O autor declara que o industrialismo veio uma série de problemas, e que a resistência ao capitalismo veio acompanhada do próprio sistema capitalista, e o design passaria a ser visto como algo que poderia ser usado como contra corrente ao sistema. O industrialismo trouxe diversos problemas sociais como, desigualdade, exploração do trabalhador, depredação da natureza. E também algumas questões intelectuais e políticas.
A medida que o industrialismo avançava, com ele também aumentava o poder de compra da sociedade, e a variedade de opções, e o padrão de qualidade aumentava constantemente. Assim nasciam diversos questionamentos, como qual seria a procedência do que era consumido, e preconceitos com classes menos favorecidas.
Um dos grandes nomes em meio a essa reforma do design, foi A. W. N. Pugin. O reformista que tentava recuperar os antigos costumes a pureza e a honestidade do design, em que o mesmo deveria trabalhar somente com elementos necessários e para utilidade do produto, Pugin morreu com 40 anos, após diversas construções arquitetônicas e produtos de design imobiliário.
Sobre as ideais influenciadoras de Pugin, surgiram diversos reformistas, que renderam muitas revistas, livros e matérias em jornais. Também desenvolveram um sistema de ensino, em que exerciam uma influencia enorme aos profissionais da área e do proposito do design a população.
Ruskin, um reformista, ia contra aos ideais de Pugin. Ele dizia que o industrialismo havia um problema com as divisões de tarefas, não era o gosto do público consumidor que geraria má qualidade e sim pelo trabalhador ou artesão desprovido de técnica e conhecimento. Segundo Ruskin “não adianta não adiantava aperfeiçoar os projetos a serem executados sem recompor todo o sistema de ensino e de fabricação, para que todos atingissem um padrão aceitável de satisfação e prazer no trabalho”
O Problema para Ruskin, estaria no bem estar do trabalhador e não no estilo do produto em si. Ele também questionou os limites do industrialismo e o impacto que causaria no meio ambiente.
Derivando das ideias de Ruskin, apareceu William Morris, um escritos inglês, Morris começou divulgando a importância do design de uma forma diferente. Abriu uma firma com sócios, e depois de crescer no mercado, criou a sua própria firma, sob sua direção. Morris se empenhava para manter a qualidade dos produtos e o bem estar dos artesãos, assim como Ruskin apontava ser o problema do industrialismo.
“Afirma de Morris nunca foi apenas um escritório de design, gerando projetos para outras empresas ou pessoas jurídicas; antes envolvia-se em todas as etapas desde o projeto até a venda para o cliente individual, passando pelos processos de fabricação, e ainda de distribuição e publicidade.”
Morris identificou que o mercado estava disposto a pagar mais por um produto de maior qualidade e de bom gosto, e isso fez com que o mesmo dedicasse seus esforços em suas ações na firma. E no começo do século XX seus ideais de Morris acabaram por fundar o movimento Arts and Crafts que utilizava dos valores antigos de artesanato e produção.
Surgiu também uma publicidade de fácil entendimento para todos consumidores passou a ser ideal para uma boa divulgação, e assim, nasceu a importância das campanhas publicitarias. Antes dos ideais do Arts and Crafts, a publicidade se resumia em espaço em anúncios de jornais.
“como um elemento fomentador do progresso e da modernidade. Talvez a contribuição mais duradoura desses movimentos reformistas tenha sido a ideia de que o design possui o poder de transformar a sociedade e, por conseguinte, que a reforma dos padrões de gosto e de consumo poderia acarretar mudanças sociais mais profundas.”
2 CONSUMO E ESPETÁCULO
No século XIX na Inglaterra e França surgiu uma elite consumidora. Na Alemanha e Estados Unidos acontece no século XIX/início do século XX e no Brasil, mais tardiamente, somente nas primeiras décadas do século XX.
Então acontece uma explosão de consumo. E com o surgimento das primeiras lojas de departamento em que fazer compras, se torna um ato cultural de lazer, e não apenas necessidade.
Os limites de produtos e produção de antes foram substituídos por diversidades e qualidades, foi por isso que essa cultura foi desenvolvida. O comércio era a ligação do fabricando (artesão, designer) e o cliente, porém, passou a usar as lojas de departamento como ligação entre os dois. Surgiu também o catálogo, pra fazer o cliente se aproximar mais ainda dos produtos.
A construção do Palácio de Cristal em Londres (1851) e da Torre Eiffel em Paris (1889) são formas de demonstrar o poder da industrialização e passam a serem símbolos da proeza da engenharia e do progresso, reforçando o aspecto espetacular do consumo.
Com todo esse desenvolvimento da indústria e demonstras do processo de fabricação, se tem o avanço da pirataria da cópia indevida de produtos e, com isso, surgem novas legislações de patentes e propriedade intelectual, bem como da padronização de pesos e medidas e das especificações técnicas de produção.
A publicidade que já se manifestava como uma estratégia de vendas faz então surgir as primeiras agências de publicidade que, no início, tinham sua atuação restrita à venda de espaços para anúncios.
A partir de 1890, gradualmente, as agências de publicidade passam a ser também responsáveis pela concepção de campanhas organizando assim, departamentos de redação e arte, bem como de pesquisa de mercado.
3 O IMPÉRIO DOS ESTILOS
Uma das mais curiosas obsessões no meio cultural e artístico do século XIX, se diz respeito a busca de um estilo que transcrevesse a modernidade da época. Alguns críticos defendiam o retorno dos estilos antigos, recuperando as maiores glórias de épocas passadas e de outros povos. Outros críticos sustentavam a ideia de que era preciso largar essas raízes do passado, e “saber abraçar” a carência desses estilos, combinando todos os estilos disponíveis em um Ecletismo.
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