Hamlet em análise
Por: camilacurty • 15/3/2016 • Trabalho acadêmico • 1.313 Palavras (6 Páginas) • 206 Visualizações
Hamlet em
Análise
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Faculdade CAL de artes cênicas
Curso de Bacharelado em Teatro
Pablo H.C. Pereira
Literatura Dramática
Professor: Menelick de Carvalho
Rio de Janeiro
2015
A melancolia de Hamlet, em um primeiro momento, parece ter sido
motivada pelos acontecimentos que nos são narrados no início da peça: Hamlet é o príncipe da Dinamarca, seu pai, o rei da Dinamarca havia morrido poucas semanas antes; sua mãe viúva, a rainha Gertrudes, tinha-se casado rapidamente com Cláudio, irmão do rei morto e agora seu sucessor na coroa; pouco depois, o Espectro do falecido rei aparece a Hamlet, contando-lhe que fora assassinado por Cláudio e clamando para que o filho o vingue.
De fato, é preciso reconhecer que não lhe faltavam motivos para estar deprimido. Hamlet é dominado por uma emoção indescritível, Hamlet está decepcionado, mas diante de tudo o que aconteceu sua decepção vai além da relação com sua mãe ou da relação com o tio traidor, sua decepção cai sobre toda a existência e relações do ser humano.
É realmente comovente como Hamlet se tornou importante na arte.Foi muito usada por outros artistas e é tão comum em tantos países.
O que gerou isto é uma questão complexa, mas penso que, essencialmente tem tendência de adquirir um status mítico, tornou se um dos mitos do mundo ocidental, e acho que o motivo mais importante para isto é simplesmente, a inquietação com a idéia da morte.
Hamlet trata em sua essência sobre as reações do ser humano à morte.
Hamlet reage à morte do pai, Ofélia reage à morte do pai, Ela e Laertes reagem à morte do pai, A morte de Polônio causa a loucura de sua filha e faz o filho caçar vingança.
De algum jeito, elas contrastam com dois aspectos das atitudes de Hamlet à morte do pai.
Hamlet em certos momentos beira a loucura, ele certamente quer vingar a traição sofrida, mas Hamlet é uma personagem muito mais complexa que Laertes e Ofélia.Têm o grande símbolo do espectro.
A aparição representa uma das grandes questãoque caí sobre a existência humana. A idéia de uma vida após a morte, onde as coisas começam? Para onde vão?
O espectro está constantemente presente na mente de Hamlet, e isso nos leva a pensar que Shakespeare preocupou se em nos fazer pensar sobre o que fazemos em relação à morte. Exemplos disso são as seguintes questões: O que Hamlet faz em relação à morte? Como o espectro morreu? O jeito como Hamlet mata Polônio?
Mas também mortes efêmeras, como a de Ofélia no alto de sua loucura, por exemplo.
E acho que a aflição constante da peça, é a maneira como cada individuo reage à morte, e, para mim, esse é o motivo crucial do porque a obra tem sido, de tanta importância e influência na arte.
A vingança é um assunto constante na peça, que aflige a alma de Hamlet, ele hesita varias vezes em sua vingança.
Se fossemos pensar nos elementos que o impedem de concluir sua vingança, poderíamos levar em conta que Hamlet não tinha todas as provas da traição convictas em sua mente, Hamlet boa parte da peça age por instintos talvez ele precisa se reunir todos os seus impulsos,sendo eles fundados ou infundados,e só depois disso pudesse matar sem que pesa se sobre ele a culpa da morte de uma pessoa.
Isso explicaria o porque dele não concluir sua vingança contra o Tio antes do fim da peça.
A relação de Hamlet com as mulheres na peça é muito conturbada.
Quando ele fica tão enfurecido com sua mãe no Ato III cena I, ele já está em um estado bastante transtornado.
Afinal, ele acabou de matar Polônio, realizando o ato de matar pela primeira vez na sua vida.
No que ele fala do casamento e da relação da mãe com o tio, existe algo tão expressivo, tão explicitamente sexual que muitas pessoas acharam isso tão perturbador que sentiram a necessidade de buscar uma interpretação psicológica sobre tal comportamento, deixando quase que certo, a presença de traços de complexo de Édipo em Hamlet.
A forma que Hamlet trata as mulheres na peça é considerada por muitos grosseira, ele trata mal Ofélia e sem dúvida é grosseiro com sua mãe.
Não penso que seu comportamento possa ser justificado, mas se levarmos em conta seu estado mental, seu comportamento é de certa forma compreensível.
É necessário notar que Hamlet apesar de ser uma tragédia tem traços cômicos.
Não podemos deixar de notar que Hamlet é a personagem mais cômica da peça, ele irônico, perspicaz, engenhoso... A cena do cemitério em que está na companhia de Horácio e dos coveiros é um exemplo.
Hamlet pode ser considerado o único herói de todas as tragédias de Shakespeare com qualidades para ser também um herói em uma comédia se ele se encontra se em condições diferentes da que ele se encontra.
E é isso oque o torna tão atraente, existe tanta variedade e vigor em Hamlet que seu apelo, eu diria até invocação será difícil de superar.
Hamlet por Freud
Uma das teorias de Freud é que um episódio real na vida de Shakespeare o tenha motivado a representá-lo em Hamlet. A questão do dilema de Hamlet em vingar o assassinato de seu pai, perpretado pelo irmão deste, se constitui para Freud sujeito a receber um esclarecimento, a partir das idéias psicanalíticas. Freud considera que a indecisão de Hamlet quanto a esta tarefa, ao ser contraposta a sua ausência de escrúpulos, ao mandar seus cortesãos à morte, ao matar Polônio, e, ao lançar-se a um embate mortal com Laertes, só poderia ser explicada pela "obscura lembrança de que ele próprio havia contemplado praticar a mesma ação contra o pai, por paixão pela mãe". A hesitação de Hamlet é devida ao seu sentimento inconsciente de culpa, que Freud encontra na fala de Hamlet a Polônio no Ato II, Cena II: "se tratarmos as pessoas como merecem, nenhuma escapa ao chicote."
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