História da Arte
Por: Renan Florencio • 18/9/2016 • Projeto de pesquisa • 1.536 Palavras (7 Páginas) • 1.190 Visualizações
Ressureição de Cristo
(Rafael Sanzio)
[pic 1]
2º PPC – 2016
Fabio Soares
Renan Florencio
Contexto Histórico
O quadro “A Ressureição de Cristo” é uma obra de óleo sob madeira feita por Rafael Sanzio, um dos grandes pintores do Renascimento Italiano, entre os anos de 1499 a 1502. Esta obra também conhecida como Ressurreição Kinnaird é uma das obras remanescentes do retábulo da Basílica de São Nicolau em Tolentino e também uma das primeiras pinturas conhecidas do artista. Encomendada pela família Baronci, esta foi a primeira obra que teve sua encomenda documentada por Rafael.
A pintura foi adquirida pelo Museu de Artes de São Paulo (MASP) EM 1954. O então diretor do museu na época assumiu a responsabilidade de incorporar o quadro ao corpus de obras do artista Rafael. E essa é a única obra do pintor que está conservada do hemisfério sul.
Rafael, foi um importante artista plástico italiano do Renascimento Cultural, nasceu em Urbino no mês abril de 1483 e morreu em Roma em abril de 1520. Ele se destacou principalmente nas áreas da arquitetura e da pintura, sua arte foi reconhecida pela suavidade e perfeição em suas obras. Teve como mestre Perugino e é notável em suas obras a influência de seu mestre nos elementos formais e estilísticos de suas obras, além de Perugino, quando foi à Florença recebeu forte influência artística de Fra Bartolomeu e também de Leonardo da Vince. No ano de 1515 tornou-se arquiteto do oficial do Vaticano, assumindo a responsabilidade de continuar as obras na basílica de São Pedro, além disso nesse mesmo ano, foi designado para supervisionar as pesquisas arqueológicas que estavam ocorrendo em Roma.
A obra Ressurreição de Cristo trás algumas semelhanças da Ressurreição pintada por Perugino, já que Rafael reinterpretava a composição de seu mestre preocupando-se com o movimento e a orquestração compositiva, o que indica que ele conhecia elementos da arte Florentina. É então possível notar duas tendências que acompanharão Rafael em suas obras: a prática de interpretar e incorporar a prática de outros pintores e a preocupação com o equilíbrio e a animação rítmica.
A época em que Rafael viveu, foi marcada pela Renascença Italiana, em que, foi um período transitório entre a Idade Média e a Idade Moderna, esse período foi marcado por importantes mudanças no pensamento “sociocultural”, englobando aspectos como a religião, política e economia. Foi uma época de descobertas tanto do mundo, quanto do homem na sociedade, trazendo como ideal o naturalismo e o humanismo. Toscana foi o berço de onde o Renascimento começou proliferando-se mais tarde para toda a Europa. Grandes transformações ocorreram em Roma, originando o surgimento de importantes nomes na literatura, na arquitetura e principalmente nas artes plásticas, essa última que foi marcada pelo belo, simetria, anatomia e proporção nas obras.[pic 2]
Análises da Obra
Primeira Análise:
A cena da ressurreição de Cristo ostentando o estandarte da ressurreição e elevando-se a um sarcófago na presença de soldados e anjos era frequentemente retratada por pintores no renascimento. Mas a pintura de Rafael, possui uma composição extremamente racional e geometrizada que leva a uma interligação de todos os pontos da obra dando a sensação de uma animação rítmica. A obra que retrata o momento exato da ressurreição de Cristo.
Todos os elementos estão distribuídos de uma forma equilibrada guiando o olhar para o centro do quadro onde encontramos a figura principal, Cristo, destacada das demais. Cristo é representado no primeiro plano, ressuscitado, usando vestes vermelhas e segurando o estandarte da ressurreição com a mão direita e com a esquerda ele faz um sinal de bênção erguendo dois dedos.
Ao seu lado, ainda em primeiro plano, identificamos dois anjos. O da direita possui vestes verde e o da esquerda azul. O verde simboliza o triunfo da vida sobre a morte e o azul, o céu, o infinito e a eternidade.
Abaixo de Cristo e dos Anjos, na parte inferior do quadro e ainda em primeiro plano, encontra-se o sarcófago, aberto, de Cristo que era guardado por quatro guardas que possuem feições assustadas. Eles representam a morte de cristo e sua cruz, que possuía quatro pontas. A posição de cristo sob os quatro guardas, representa o triunfo da vida sobre a morte.
No segundo plano encontramos três figuras femininas que caminham em direção ao sarcófago de Jesus. Elas representam as três Marias: Maria Madalena; Maria, mãe de Thiago e Maria Salomé, que segundo a bíblia estavam indo ao túmulo de Jesus quando ele ressuscitou. Segundo a bíblia, quando as Marias estavam indo ao túmulo de Jesus, elas avistaram “homens com vestes resplandecentes”, que seriam os anjos presentes no primeiro plano da obra ao lado de Jesus.
Existem diversos detalhes na obra que passam quase imperceptíveis aos olhos do observador, entretanto eles carregam uma simbologia muito grande. Na parte inferior esquerda da obra, junto a um dos soldados, percebemos a presença de uma serpente que para o cristianismo representa o mal e está associada ao diabo. Ela estar ao lado do soldado representa o mal. Aqueles soldados ali presentes foram responsáveis pela morte de Cristo.
Em oposição à serpente, do lado direito da obra, um pouco mais ao fundo percebemos a presença de uma cegonha. A cegonha é uma caçadora de répteis e para o cristianismo é considerado um símbolo de proteção ao diabo. Ela estar posicionada na diagonal da serpente representa a dualidade e a luta do bem contra o mal. Além desta atribuição de significado, a cegonha é uma ave migratória que retorna todos os anos para o seu lar, sendo assim, ela também é colocada com um grande símbolo da ressurreição.
No túmulo de Cristo, que ele possui ornamentos em forma de peixe. O peixe era um símbolo associado ao cristianismo e o estado romano, na época de Jesus, passou a ser intolerante com este símbolo. Cristãos que utilizavam este símbolo eram severamente punidos e torturados. A representação deste símbolo no túmulo de Cristo representa o triunfo do cristianismo sobre o estado Romano quando Jesus renasce.
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