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Igreja São Francisco

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Por:   •  23/3/2014  •  555 Palavras (3 Páginas)  •  286 Visualizações

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Igreja São Francisco de Assis

Localizada na Lagoa da Pampulha em Belo Horizonte, projetada por Oscar Niemeyer e inaugurada em 1943 é parte do Conjunto Arquitetônico da Pampulha. Projeto que é considerado um marco da arquitetura moderna brasileira.

A princípio não parece ter, mas tem relação com as tantas igrejas barrocas nas cidades históricas de Minas. Sua estrutura singular, que se destaca em meio a tantas obras relevantes do modernismo. A Igreja da Pampulha não tem janelas em fita ou grandes lajes sobre pilotis, não houve uso de vigas ou pilares estruturais. Pode estar aí um paralelo com as igrejas barrocas que abundam em Minas: a vedação estrutural, que se utiliza de arcos e abóbadas para vencer grandes vãos. A estratégia do arquiteto foi explorar a plasticidade do concreto armado (material amplamente desvendado pelos modernistas) para criar uma grande casca autoportante que abriga o templo religioso. O cálculo dessa estrutura arrojada foi feito por Joaquim Cardozo.

Ao entrar na igreja a sensação de que o que se via ali era uma engenhosa e sensibilíssima releitura de tantos elementos presentes em igrejas barrocas (e não somente barrocas, mas faço a comparação devido à íntima relação que o estilo possui com o patrimônio arquitetônico preservado que é símbolo de Minas Gerais). Apesar da Igreja da Pampulha não exibir a escala magnífica das igrejas barrocas (até porque a Igreja Católica no século XX já não busca se impor pela ostentação da construção como no século XVIII), ela mantém o tradicional dos templos religiosos, o altar, o coro, o púlpito, a sacristia, o campanário.

No exterior da igreja há um painel de azulejos, em tons azuis, de autoria de Candido Portinari, representando São Francisco de Assis. No batistério, coro, púlpito e nas bancadas laterais, existem outros painéis de azulejos, também criados por Portinari. Os azulejos que ornam o interior e o exterior da construção se apresentam como um dos elementos que mais atribuem identidade à Igreja da Pampulha. Nas laterais externas, painéis abstratos de pastilhas, do artista Paulo Werneck

Estes também estão presentes nos degraus que podem ser vistos nas duas laterais da nave principal. Esses desníveis não são por acaso: a diferença de nível é um desses elementos que caracterizam as igrejas barrocas. O espaço destinado aos fiéis fica sempre abaixo daqueles espaços destinados ao altar principal e aos altares laterais. Na Igreja da Pampulha essa diferença foi trabalhada de forma sutil nas laterais da nave principal e de forma bastante pronunciada (apresentando inclusive degraus) quando delimita o altar principal. Os jardins que estão ao redor da Igreja foram projetados por Burle Marx.

Impossível falar sobre a Igreja da Pampulha sem falar da incrível escada torça que leva ao coro. Sua forma ousada explora mais uma vez as propriedades do concreto armado – note-se que ela se apoia somente na laje do coro e no piso térreo.

Mesmo com toda a sensibilidade e o cuidado na releitura dos elementos que caracterizam as tradicionais igrejas barrocas, Niemeyer não viu logo de cara sua igreja ser igreja. Isso porque o arcebispado não permitiu que fossem realizados cultos no local por quatorze anos, por crer que a forma da edificação vai contra as tradições da igreja. Assim, o monumento ficou sem sua função original até

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