JOGOS TEATRAIS
Por: rosangela carvalho oliveira • 6/4/2016 • Trabalho acadêmico • 1.680 Palavras (7 Páginas) • 395 Visualizações
TEATRO
INTRODUÇÃO
Apresentamos nossa analise sobre o teatro explorando um aspecto indispensável de se citar, a grande diretora Viola Spolin, internacionalmente admirada em diversos setores, mesmo fora do circulo teatral, como por psicólogos e educadores. Spolin investigou e aproveitou cada particularidade do teatro, apresentando novas possibilidades, que revolucionaram o olhar sobre sua prática.
Há uma preocupação de Spolin em mostrar que o teatro não é um mero meio de passar tempo, em sala de aula, ou necessário apenas em eventos, como as festas de finais de ano ou outras datas comemorativas. Mas infelizmente em nossa realidade, a ele não é dada a devida importância, talvez por comodidade ou mesmo falta de instrução e conhecimento, não só da equipe pedagógica como, de maior parte da nossa sociedade. A realização do teatro ainda não tem espaço na rotina da sala de aula, negligenciada pela grade curricular obrigatória.
É importante tomar consciência que no decorrer do processo teatral, desenvolve-se a inteligência espacial, técnicas de composição, de equilíbrio de corpo, de objetos e de palco. Através dos textos, a inteligência linguística. Através das coreografias, de timbres vocais, ritmo, dos instrumentos sonoros utilizados, estimula-se também inteligência musical. Há também grande uso da inteligência na escolha da peça, no processo de montagem, no tema a serem escolhido, na escolha das personagens. Na improvisação, no criar e modificar o texto em função de uma nova ideia ou personagem. Ao contracenar, o teatro também possibilita descobertas pessoais, e desenvolvimento da tolerância, pois o indivíduo pode se colocar no lugar do outro, experimentando seus sentimentos, e assim possibilitando trabalhar conflitos, como em exemplo, uma cena, onde o aluno pode se colocar no lugar do professor ou no lugar de um colega discriminado. A troca de papéis pode promover a reflexão das ações, da intolerância de seus autores e auxiliando na solução de divergências no meio escolar. Assim, o teatro auxilia no desenvolvimento da sensibilidade, por meio dele é possível trabalhar com a interdisciplinaridade de diversos contextos, podendo brincar com jogos, desenvolvendo habilidades e competências.
De acordo com Ingrid Koudela (apud SPOLIN, 1985, p.12), o jogo teatral na educação é importante forma de aprendizagem cognitiva, afetiva e psicomotora através do processo de transformação do egocentrismo em jogo socializador. A criatividade dramática auxilia o pensamento criativo e desenvolvimento social, pois efetiva a passagem do teatro como ilusão para o teatro como realidade cênica; (CAVASSIN, 2008)
Os jogos teatrais podem desenvolver a percepção da relação com o outro, a responsabilidade, a criatividade e o diálogo. O teatro na educação tem como proposta básica promover atividades de expressão lúdica e momentos em que os alunos possam dar asas a sua imaginação desde a Educação Infantil. Enquanto brincam, as crianças criam e inventam histórias, divertindo-se, participando de jogos, perguntando e encontrando soluções. Neste jogo, ocorre à participação dos atores e da plateia, aprende não só quem atua, como quem observa.
Os jogos teatrais auxiliam na expressão e na comunicação, no desenvolvimento da sensibilidade para a apreciação e imaginação.
Para viola Spolim, o ator aprende através da espontaneidade, onde o ator escolhe intuitivamente uma solução para uma determinada situação cênica, aprendendo assim por meio de sua própria experiência e experimentação. Dentro do teatro é necessário um envolvimento físico e intuitivo, e o intuitivo que normalmente é negligenciado no processo ensino e aprendizagem. Quando se trabalha dessa forma, a pessoa realmente se abre para o aprendizado.
Segundo Spolim, todas as pessoas são capazes de aprender e atuar, todas são capazes de criar e improvisar, basta que as técnicas usadas sejam significativas.
Ainda sobre essa capacidade dos jogos teatrais, no que concerne à potencialização de autoconhecimento, a dramaturga e diretora brasileira, Maria Clara Machado (1972), observa que a criança tem mais possibilidades de encontrar consigo mesma fazendo uma cena improvisada do que conversando com uma psicóloga.(COELHO, 2014)
Nos jogos teatrais existem três pontos essenciais para que tudo se encaixe, são esses, o foco, a instrução e a avaliação. O foco é o meio de se chegar ao objetivo. Sua função é de grande importância, é o que permite manter o jogo em movimento, apresentando um "problema" a ser solucionado; A instrução é o que permite "guiar" o jogo na direção do foco, é a sua manutenção; E a avaliação não é para julgar ou criticar e sim contabilizar o que foi realizado no decorrer do jogo. Não só o professor como os jogadores tem a oportunidade de emitir sua opinião a respeito.
Há alguns tipos de jogos que podemos mencionar e que contribuem em grande grau na aprendizagem. Os jogos de aquecimento: Necessário antes ou ao final das oficinas de baixa energia, para revigorar os jogadores. Focam na interação do grupo; Jogos de movimentos: Propiciam a exploração do ambiente, a liberação de gestos e energia. “As caminhadas no espaço estendem esta exploração, dando aos alunos a chance de se movimentar e explorar o espaço familiar da sala de aula, proporcionando um novo imediatismo ao espaço.” (SPOLIN, 2007, p. 69); Jogos de transformação: O invisível torna-se visível. Cria-se objetos, coisas ou personagens e se joga com eles, de maneira criativa e de improviso, porém detalhada para que a plateia possa identificar; Jogos sensoriais: Exige uma consciência sensorial e a concentração para compreender o que se pede, assim, o jogador pode demonstrar através de ações, gestos, imagens, textos o que ouviu, mesmo que não tenha tempo para pensar; Jogos com parte de um todo: o jogador entende que faz parte de um todo, e responsabiliza-se pela resolução de um problema, apoiando e partilhando com o outro; Jogos de palavras: estimula-se a comunicação, e através do improviso e centrado no foco, as palavras surgem e com isso o diálogo acontece.
Percebemos que Spolim não estabelece um jogo que seja estático ou imóvel, pelo contrario ela se concentra em construir um ambiente acolhedor, tornando possível a liberdade criativa de cada um dos participantes criando assim a respeito pelo o outro.
PROPOSTA
Fila de Cegos
Faixa Etária: 8-9 anos
Jogo Recreativo Sensorial
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