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Jackson Pollock - expressionismo abstrato

Por:   •  27/5/2017  •  Resenha  •  688 Palavras (3 Páginas)  •  800 Visualizações

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Jackson Pollock e a descoberta do inconsciente na arte americana do pós-guerra.

Sara Gomes da Silva

Resenha por Julia Lima

A autora Sara Gomes, sugere, nesse artigo, fazer uma associação entre a transformação sofrida pela arte norte-americana após a Segunda Guerra Mundial com a história de vida de um dos pintores mais importantes do Expressionismo abstrato, Jackson Pollock, de modo a utilizar as obras e vida de Pollock como via de resposta para as perguntas sobre a natureza de tão profunda transformação.

O fator de reflexão gira em torno do uso do inconsciente e do irracional na arte, no qual, em uma realidade pós 2° Guerra, o foco de apreciação encontra-se no ato de criação, e não necessariamente na obra acabada em si. Sendo dessa forma, a autenticidade do ato criativo passa a superar o ideal de beleza tradicional ocidental como objeto artístico de valorização, possibilitando maior liberdade de criação, sem submeter o artista a qualquer constrangimento técnico e/ou estético.

Essa valorização da criação e da ação em si pode ser encontrada na vida de Jackson Pollock desde sua infância. Por conta do trabalho de seu pai, Pollock passou sua infância e adolescência em viagem e esta desestabilização, como acredita sua esposa Lee Krasner, pode ter influenciado em sua personalidade: “era na ação, não na palavra, que ele acreditava”, ressalta ela. Essa teoria é reforça pelo irmão de Pollock, Charles, que declara que a família não valorizava particularmente o diálogo.

No entanto, a característica mais expressiva sobre Jackson Pollock é quanto sua busca interior, exteriorizada na arte. Birth, uma de suas grandes obras, foi pintada após um processo terapêutico que passou o artista em 1941 e é caracterizada por Sara como a evocação de um renascimento interior, sendo, simultaneamente, a libertação de diversas influências estéticas e a criação de uma nova linguagem pictórica. A autora coloca a significância que essa crise psíquica e de renovação interior, a qual a obra se associa, adquire por se coincidir com um período tão delicado na história, marcados pelos diversos conflitos ocorrentes na primeira metade do século XX, e quanto o impacto psicológico, resultante no plano individual e coletivo, repercutiu nas concepções de arte estadunidense.

Sara reafirma que a pintura noite americana dos anos 40 exprime uma situação psíquica coletiva indissociável da Segunda Guerra Mundial, mas alega, igualmente, que essas tendências manifestavam a ambição de um mundo melhor, sem violência. Barnett Newman afirmava: “O que fazer depois da monstruosidade da guerra? O que há para pintar? É preciso começar de novo!”. E é sobre essa renovação que caracteriza Pollock.

Marcado pela forte reflexão interior, Pollock realiza uma intensa busca sobre a expansão da consciência e sua aplicação na arte. Uma característica importante é seu regresso às artes primitivas, onde busca explorar as formas de acesso ao inconsciente através da pintura, considerando o inconsciente como fonte de toda criatividade e conhecimento. Os rituais de pintura de tribos indígenas norte-americanas também influenciaram o pintor, no qual noções de dimensão espirituais e técnicas como o transe eram utilizadas como estimuladores para o ato criativo. Joseph Henderson, analista de Pollock, alega que Pollock procurava na criação artística uma via de recuperação e que a busca da cura consistiu na descoberta da sua própria identidade enquanto artista.

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