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LEITURA DE IMAGEM: NIVEIS DE DESENVOLVIMENTO ESTÉTICO

Por:   •  25/9/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.758 Palavras (8 Páginas)  •  1.447 Visualizações

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TRABALHO EM GRUPO

ALUNA:

Nome: Nathaly Yumie Oshiro

RA: 01633987

PÓLO JAPÃO

2016


LEITURA DE IMAGEM: NIVEIS DE DESENVOLVIMENTO ESTÉTICO

[pic 1]

Katsushika Hokusai (1760–1849)
The Great Wake off Kanagawa (c. 1830-1832)
Xilogravura, 25cm x 37 cm
Tokyo Fuji Art Museum, Japan

OBJETIVO:

Ao final da leitura de imagem todos os alunos tenham alcançado o nivel classificatorio  de desenvolvimento estético (nivel 3) proposto por Abigali Housen.

Segundo Housen, psicóloga americana, existe uma seqüência de níveis menos complexos para outros mais avançados, que se aproximam da leitura de imagem dos críticos, especialistas e historiadores da arte.

FASE 1:

Na primeira fase da sequência didática de leitura de imagem abordaremos o primeiro nível de desenvolvimento estético - narrativo - segundo Abigail Housen.

Será proposto aos estudantes que sejam como contadores de historia, usando observações concretas, suas associações pessoais e seus sentidos para criar uma narrativa. Nesta etapa as suas avaliações sobre a obra de arte são baseadas no que eles possam saber sobre a arte e sobre o que gostam.

Serão abordadas suas primeiras impressões sobre a obra, utilizando video art como material de apoio. Este recurso terá foco somente na obra, sem aprofundar-se em detalhes históricos, visando que os alunos entrem em contato com suas relações afetivas com a obra, descrevendo o que sentem.

https://www.youtube.com/watch?v=h4NoHECDHKw

Para os que ainda não conhecem a obra de Hokusai, o impacto visual é o que mais caracteriza nessa abordagem preliminar. Sob o ponto de vista leigo, a dimensão da onda impressiona despertando um sentimento de medo, e cuja imagem potencializa uma natureza destrutiva. É perceptível a sensação de medo que toma os pescadores distribuídos em três barcos, destacando-se o primeiro parcialmente engolido pela terrível garra marítima.  Como foram se tornar personagens de tal quadro? Claro que aquela manhã surgiu sem a presença do sol, mas a alegria daqueles pescadores era a mesma de todos os dias e dava o brilho que faltava. A algazarra se misturava ao som da quebra das ondas numa fusão sonora que mais parecia um ritual diário, antecedendo quem sabe, mais uma volta com um mínimo de frutos marinhos, razão de seus respectivos sustentos. E ao final do rito, lançam se ao mar após seus tradicionais e simbólicos "boa pesca", fundindo-se à imensidão azul sob um céu cada vez mais cinza. À medida que avançavam em busca de um providencial cardume, o mar habitualmente passivo começa a mostrar alguma indisposição, tornando-se revolto a cada oscilação das ondas, substituindo o semblante risonho por carrancas de preocupação em cada um dos pescadores. E a natureza decididamente demonstra seu mau humor, tornando se intolerante e disposta a lançar sua fúria sobre tudo e todos ao seu alcance. Gritos de medo ecoam misturados ao som das gigantescas ondas fazendo com que os barcos seguros na harmonia com a natureza, se tornassem em frágeis e únicos instrumentos para a sobrevivência. E nesse quadro de caos e vulnerabilidade humana deixo para reflexão pessoal, a imagem num "congelamento" parcial para a sequência e epílogo por parte de cada um.

 Fase 2:

Obviamente é através do recurso do impacto visual que o autor  transmite com talento ímpar, o seu sentimento intimamente ligados com sua cultura e seu povo. Pelas dimensões territoriais do Japão, o mar é uma presença natural e essencial ao cotidiano do povo, e até pela sua ínfima "continentalidade" o Monte Fuji, desde os primórdios, simboliza toda uma nação.

Assim, ao início de um estudo sobre o autor faz se necessário que os alunos criem uma estrutura para observar a obra de arte, usando suas próprias percepções e conhecimento do mundo natural. A habilidade, a técnica, o trabalho, sua função e utilidade não são evidentes e as respostas emocionais tendem a desaparecer à medida que os indivíduos se distanciam da obra de arte, focando só nas intenções do artista.

Com essa base os alunos entrariam numa abordagem de nível 2 - Construtiva - segundo Houssen. Um exemplo seria a descrição de Edmund de Gouncourt, que cita a obra como “uma espécie de versão divinizada do mar feita por um pintor que viveu o terror religioso do oceano estonteante rodeando por completo o seu país; impressiona pela súbita fúria do seu salto através do céu, pelo azul profundo do lado interno da sua curvatura, pelo salpicar da sua crista que espalha um orvalho de pequenas gotas em forma de garras de animais."

[pic 2]Na obra, Hokusai reúne e condensa diversos temas que aprecia particularmente. O monte Fuji é representado como um ponto azul com branco, que lembra a onda do primeiro plano. A imagem é tecida a partir de curvas: a superfície da água é a ampliação das curvas do interior das ondas. As curvas da espuma da grande onda geram outras curvas que se dividem em muitas ondas pequenas que repetem a imagem da onda mãe. Esta decomposição em fractais pode ser considerada como uma representação do infinito. Os rostos dos pescadores são manchas brancas que fazem eco das gotas de espuma que se projetam da onda.

De um enfoque puramente subjetivo, a onda geralmente é descrita como a produzida por um tsunami ou uma onda gigante, mas é também descrita como uma onda monstruosa ou fantasmagórica, como um esqueleto branco que ameaça os pescadores com as suas "garras" de espuma. Esta visão fantástica da obra recorda que Hokusai era mestre da fantasia japonesa, como o demonstram os fantasmas que desenhou no seu Hokusai manga. De fato, um exame da onda do lado esquerdo mostra muitas mais "garras" prontas para apresar os pescadores que se encontram detrás da faixa de espuma branca.

 

 A partir de 1831 e 1832, Hokusai começou a abordar os temas sobrenaturais de um modo mais explícito na série Hyaku monogotari "Conto de cem [fantasmas]".

Esta imagem é a reminiscência de muitas outras obras do artista. A silhueta da onda evoca também a de um dragão gigante, o qual é desenhado constantemente pelo autor, até mesmo no Fuji. A onda é como um fantasma da morte trepado para os marinheiros condenados, que estende as suas múltiplas pregas como os tentáculos de um polvo, animal que Hokusai usa continuamente nos seus desenhos eróticos

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