O DESENHO EM PERSPECTIVA NO PROCESSO DE ENSINAGEM
Por: abmarcioalonso • 21/10/2019 • Artigo • 4.478 Palavras (18 Páginas) • 207 Visualizações
MÁRCIO HENRIQUE DE SOUZA – RA 1050959
Licenciatura em Arte – Educação Artística
O DESENHO EM PERSPECTIVA NO PROCESSO DE ENSINAGEM
Orientadores: Prof. Wilton Luiz Duque Lyra e Prof. Newton Gomes Ferreira
Centro Universitário Claretiano
BELO HORIZONTE
2012
O DESENHO EM PERSPECTIVA NO PROCESSO DE ENSINAGEM
RESUMO
O presente artigo apresenta a técnica do “Desenho em Perspectiva” que se manifesta especialmente na percepção visual do ser humano através dos seus componentes: a linha do horizonte, os pontos de fuga, o ponto de vista e as linhas de fuga, definindo-os e explicando de maneira organizada e básica, ressaltando a história da perspectiva, as divergências entre o bidimensional e o tridimensional, a facilidade que o educando encontra no preparo do desenho, assim como seus objetivos pedagógicos e suas implicações em não absolver ensinamentos técnicos do desenho no ensino fundamental e médio, fazendo um apanhado geral, usando uma simples linguagem e de fácil compreensão.
Palavras-chave: Desenho. Facilidade. Geometria. Aprendizado. Tridimensional.
INTRODUÇÃO
Este estudo objetiva expor o desenho em perspectiva, reunindo e trazendo uma breve conceituação de sua técnica e de seus elementos, a sua história cronológica, relacionando e diferenciando e em momento algum desvalorizando o desenho bidimensional, citando e observando a sua facilidade no processo de elaboração, incluindo a sua importância para a formação humana segundo a pedagogia e seu comprometimento causado pelo abandono como disciplina curricular no ensino fundamental e médio, abordando o despreparo da grande parte dos professores para o ensino da perspectiva em função das suas formações acadêmicas, conseqüentemente, a sua carência faz com que crianças e jovens cresçam despreparadas e desprovidas artisticamente como se percebe nas escolas brasileiras.
DESENVOLVIMENTO
- A HISTÓRIA DO DESENHO EM PERSPECTIVA
Ao longo da história o homem vem provando a possibilidade de representar em planos bidimensionais, como em uma folha de papel ou em uma tela a ilusão tridimensional. O desenho manifestado esteticamente desde os tempos pré-históricos, assim como, artisticamente, todas as manifestações inseridas em um contexto religioso. A disposição dos poderosos e da igreja, as obras de arte estiveram presentes com o objetivo de usar a arte para conquistar os povos e representar realisticamente os espaços e os objetos através do uso da perspectiva e essa maneira de representação variava de acordo com os períodos culturais, civilizatórios e religiosos. Após a separação da religião o desenho ganha autonomia e empreendedores da época o insere a um estudo abrangente e do conhecimento como disciplina.
Antes da introdução da Perspectiva (Tridimensional), os desenhos e as pinturas eram desenvolvidos de maneira bidimensional e obedeciam a uma escala de personagens e objetos valorizados espiritualmente e sobre temas, como aconteciam no Egito antigo, um exemplo disso, à imagem do faraó, muitas vezes maiores que a de seus escravos (súdicos). Mallins (1983), disse que as imagens menores estavam ao fundo pela sua importância e seu valor social, segundo o autor os egípcios usavam a lei da frontalidade na representação da imagem humana para conservar seu estado bidimensional e baseavam-se na representação do rosto, pernas e pés observando seu perfil, o tronco e os olhos eram observados de frente, para que o reconhecimento da figura ficasse mais fácil. Nesse período, chamado medieval a existência da perspectiva também esteve ausente. Evidentemente que não podemos censurar e nem reprovar os artistas medievais por não terem reconhecidos as leis naturais, pois haveriam de reconhecer os objetos diminuindo de tamanho de acordo com a distância.
Definiu-se no ano 1000 a óptica aplicada ao desenho em perspectiva, pelo filósofo e matemático Alhazen quando fez uma demonstração inédita em seu projeto “Perspectiva”. Conforme Ostrower (1987), o cientista se preocupou com a óptica e não com as representações do desenho. A partir desse avanço, os romanos (gregos) melhoraram suas técnicas e foram os que estiveram mais próximos da perspectiva com seus métodos chamados de escorço, definindo uma perspectiva falsa e uma ilusão de profundidade bem razoável ao que temos hoje. Com essas tentativas, destaque no cenário para Vasari (1511-1574), Alberti (1404-1472) e Brunelleschi (1377-1446).
Chuhurra (1971) descreve que as características medievais são intuitivas em relação ao espaço e ainda diz que esse espaço foge completamente a realidade tridimensional.
De acordo com Ostrower (1987), não se preocupava na Idade Média em organizar uma perspectiva científica fazendo uso do ponto de fuga e diminuições gradativas no tamanho dos objetos em razão da filosofia existente na época.
Com as mudanças a intenção da criação de um espaço realístico estruturando as figuras no espaço pictórico foi realmente atingida no início do Renascimento com o homem científico, mensurando o mundo que o cerca, investigando e interrogando as formas de colocar-se ao centro da idéia. Colocar Deus no centro da cena e a razão das coisas não era mais a idéia central e sim o universo e o homem como foco principal. A técnica em perspectiva atingiu seu auge e estudos profundos abriram caminho para a matemática por meio projetista tornando-o um instrumento fundamental para a criação artística a partir do Século XV e a criação sobre a óptica da perspectiva destaca Leonardo da Vinci, o introduzindo como um marco da época destacando uma de suas obras A Santa Ceia sendo um exemplo clássico da técnica em perspectiva. Cabe salientar que a perspectiva foi atingida realmente com os estudiosos do Renascimento, e sobre a visão da geometria descritiva no Século XVIII. Menciona Ostrower (1987).
Ainda segundo Ostrower, a história da arte renascentista nesse mesmo período, um dos primórdios foi o pintor e arquiteto italiano Giotto, contextualizando, utilizou métodos algébricos para demonstrar a perspectiva que seria mais tarde elaborado por Bruneleschi, que encontrou deficiências e a não retratação fiel de um determinado campo visual. Giotto utilizou do seu método para a criação da obra “Jesus ante Caifás”, apesar do método não se encaixar aos parâmetros modernos e da geometria da perspectiva, tal obra oferece uma ilusão de profundidade considerada um avanço para arte.
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