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O Design Brasileiro

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Por:   •  21/3/2014  •  1.583 Palavras (7 Páginas)  •  426 Visualizações

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O Brasil e o Design

O design brasileiro teve sua inauguração no final dos anos 50, quando Alexandre Wollner volta da Alemanha para o Brasil. Voltou recém-formado em Ulm com o compromisso de criar uma escola superior pública dedicada ao design, a Escola Superior de Desenho Industrial, conhecida como ESDI.

Os projetos iniciais tinham a produção totalmente nacional, porem as suas influencias e referencias como se é comum, vieram da Europa e América. Principalmente os que eram feitos pra identidade corporativa. Tinham a origem modernista das escolas de Bauhaus e Ulm.

E é na Escola de Ulm principalmente que o design brasileiro foi fundamentado, tendo em vista que nossos grandes representantes tiveram sua formação lapidada nesses conhecimentos. O sucesso dos métodos de Ulm se mostra mediante o resultado das produções desses designers tanto em quantidade quanto em qualidade.

Ulm foi a referência dominante do design brasileiro nas primeiras décadas. A escola dirigida por Max Bill tinha como proposito firmar a relação arte – tecnologia na nova Alemanha que estava sendo reconstruída no pós-guerra, com base na retomada da experiência que Bauhaus proporcionou antes do seu fechamento em 1933.

Em Ulm a criatividade não era explorada. A intensão era preparar o aluno para trabalhar com tecnologias e linguagens fazendo uso do método de levantamento de informações, analise produção de hipóteses e verificação de resultados. Foram esses os métodos que Wollner trouxe para o Brasil depois de concluir os estudos em Ulm.

Tendo Wollner como características a eficácia perceptiva, pragmatismo visual, sistematização, ênfase moral, no valor de uso e disciplina na metodológica.

A Escola de Ulm buscava formar profissionais especializados em design, mas que tivessem sempre a necessidade de conhecer e buscar conhecimento em outras áreas.

Os responsáveis pela instauração do design nos pais, Alexandre Wollner, Rubens Martins, João Carlos Cauduro, Ludovico Martino e Aloisio Magalhaes. Com suas produções definiram o que era proposto como sendo design para o Brasil.

A produção de cartazes para a divulgação de eventos culturais é uma boa janela para se observar as influencias dessa educação modernista de nossos designers.

Um grande exemplo disso são os cartazes da Bienal de São Paulo. Por ser um evento que busca atualizar o público sobre as mudanças mais recentes que acontecem no mundo da arte, seus projetos de cartazes permitem acompanhar a evolução da comunicação visual brasileira. Logo nos primeiros trabalhos é possível ver nos trabalhos a pratica modernista do “menos é mais”.

O jovem Alexandre Wollner

Filho de imigrantes judeus vindos da antiga Iugoslávia, Wollner nasceu em São Paulo em 1928.

Desde muito jovem trabalhava na oficina tipográfica na qual seu pai era o dono. O que o levou por conta própria a produzir jornais feitos para um grupo escolar no colégio em que frequentava.

Tendo mostrado talento para a pintura e desenho resolveu se dedicar a atividade, então quando surgiu o concurso para concorrer a uma vaga no recém-inaugurado Instituto de Arte Contemporânea, onde foi aprovado.

Seus primeiros trabalhos na área gráfica foram a produção de cartazes para as sessões da Filmoteca do Museu de Arte Moderna, e da exposição do Saul Steinberg. Também ajudou Geraldo de Barros na confecção dos cartazes do Festival Internacional de Cinema e da Revoada Internacional tendo recebido como pagamento aulas de pintura, que ajudaram a fazer o nome de Wollner também como pintor.

No Instituto além de aprender atividades artísticas, Wollner também teve seu primeiro contato com design e as teorias da Bauhaus nas aulas ministradas por Pietro Maria Bardi, esse ainda demostrou interesse pelo jovem convidando-o a montar a exposição que Max Bill faria.

A convite de Bardi em 1953 Bill fez sua primeira visita ao Brasil a fim de realizar uma exposição no MASP, onde também funcionava o Instituto de Arte Contemporânea. Bill fez o convite para que Bardi indicasse um entre seus alunos do Instituto para que fosse estudar na Alemanha na escola que seria inaugurada. O escolhido foi o pintor Geraldo de Barros, porem esse impossibilitado de ir, cedeu seu lugar a Alexandre Wollner.

Aluno de Ulm

Recém-chegado a Alemanha, Wollner foi aconselhado a fazer um curso de alemão e a trabalhar no escritório de Otl Aicher fazendo serviços de auxiliar técnico em seu ateliê, onde foram feitos as projetos da Braun e da Lufthansa.

Em Ulm não havia o sistema de notas a serem aplicado aos alunos, os conceitos eram uma avaliação positiva ou negativa. De manhã as aulas eram teóricas a tarde aulas práticas de oficina e projetos. A noite palestras e outras atividades, havia aulas de matérias abstratas como física, geometria, matemática, aritmética, semiótica, significados e percepção.

O curso era quase que totalmente integrais alunos e professores conviviam na escola diariamente, dessa convivência Wollner teve a oportunidade de se aproximar e fazer amizade com Max Bill e Otl Aicher, seus grandes mentores.

A escola recebia alunos do mundo inteiro, entre eles os únicos brasileiros que conseguiram ingressar no curso foram Almir Mavignier, Frauke e Ilse Koch-Weser, e Mary Vieira.

Volta ao Brasil

No ano de 1957 Wollner volta ao Brasil recém-formado em Ulm, com a promessa de estruturar junto com uma amiga de Max Bill e também presidente do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Niomar Muniz Sobré, uma escola de design brasileira que daria continuidade ao programa de Ulm.

Então no ano 1963 já por iniciativa do governo do Estado do Rio de Janeiro, nasce a primeira escola de desenho industrial e comunicação visual no Brasil a ESDI.

Wollner tinha a tarefa de convencer tanto alunos como professores a adotar o modelo de ensino alemão no Brasil, o que não era visto por muitos como algo que fosse funcionar em ambiente

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