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O MOVIMENTO É O INICIO DE TUDO

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Por:   •  25/2/2015  •  3.289 Palavras (14 Páginas)  •  274 Visualizações

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O Movimento faz parte da vida do ser humano, antes mesmo de seu nascimento. Ainda no seu processo de desenvolvimento uterino o feto se movimenta. Após o seu nascimento, no bebê, o movimento expressivo é o seu primeiro canal de comunicação. Assim, através dos gestos, ele mobiliza o adulto para o atendimento de suas necessidades.

Durante todo o desenvolvimento do ser humano o movimento faz parte da sua existência. A partir do primeiro ano de vida, as possibilidades de movimento se intensificam como recurso de exploração, já no período pré-escolar o movimento está inserido no contexto da brincadeira e das expressões corporais e artísticas, desempenhando um papel decisivo ao dar sentido às ações das crianças.

O movimento na está apenas ligado aos deslocamentos, ele não é apenas uma função cinética, mas também expressiva, e tem importância na afetividade e na cognição, isso é, as experiências sensoriais e motoras vividas na infância desempenham um papel fundamental na formação do cérebro e das ideias que formam a ação do pensamento.

Os movimentos têm múltiplas funções. Ele é importante para a criança relacionar-se com o outro, comunicar-se e também explorar os espaços, situando-se nele, bem como em relação aos objetos e ao próprio corpo.

Muitos professores de Educação Infantil se incomodam com o fato de seus alunos serem muito ativos, que se movimentam demais e se concentram por pouco tempo. Alguns ainda pensam que o movimento é um conteúdo das aulas de Educação Física, dos momentos de recreação ou dos jogos e brincadeiras. O fato é que uma das peculiaridades da criança pequena é que ela precisa se movimentar e é assim que ela amplia seu potencial de aprendizagem.

Quem produz o movimento é o corpo, e esse tem sido negado nas instituições escolares, não porque as instituições não enxerguem o corpo fazendo parte do processo educacional, e sim pelo corpo ter sido negado na sociedade.

Historicamente o corpo foi considerado como uma extensão da mente, como uma máquina a serviço da alma. No Renascimento, o filósofo René Descartes foi quem formulou, explicitamente, a distinção entre mente e corpo. A tradição cartesiana como ficou conhecido os estudos de Descartes, influenciou consideravelmente a nossa visão sobre o corpo e limitou-se a considerar apenas dois modos de existência: como coisa, ou objeto, ou como consciência.

Neste contexto os saberes escolares ainda continuam a valorizar os chamados conhecimentos intelectuais, negado de alguma forma o conhecimento relacionado ao corpo e movimento. Ainda carregamos a herança de que o corpo, as atividades expressivas e artísticas pertencem a um plano secundário de importância.

As instituições de ensino infantil ainda consideram pouco a participação corporal no desenvolvimento da criança e na sua construção do conhecimento.

A Educação Infantil é um direito assegurado perante leis brasileiras, assim determinada pela LDB9394/96 e, é considerada a primeira etapa de Educação Básica, sua finalidade é o desenvolvimento integral da criança até os 5 anos de idade, no que diz respeito ao seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social. O conhecimento deve ser construído com o corpo inteiro.

Durante o desenvolvimento da criança a comunicação é totalmente corporal nos só vamos começar a comunicação verbal algum tempo depois do nosso nascimento. Antes nos comunicamos pelos gestos, pelas expressões, pelo movimento.

Nota-se então que a nossa visão de corpo pode ser hoje redimensionada por uma perspectiva de integração. O corpo nesta visão deve ser observado pela sua expressão, pela sua história, pela sua cultura. Esse corpo é essa integração, hoje não podemos mais separar mente e corpo, essa concepção foi importante em uma época, mas hoje é impossível a separação, um corpo fragmentado. A visão de separação que carregamos do corpo como se o mesmo só servisse para transportar a criança para a escola, e na hora de aprender existisse uma separação, deve ser superada. A experiência de aprender, conhecer, explorar, experimentar, acontece pelo corpo.

Quando pensamos na Educação Infantil, a construção do conhecimento que as crianças fazem todo dia é muito corporal, muito mais que do que outras séries (ensino fundamental e médio). Nesta fase o que mais acontece no cotidiano das crianças, são jogos, brincadeiras, e gestos corporais utilizados para expressar seus sentimentos e suas emoções.

O professor deve ajudar a criança a desenvolver a sua curiosidade para fazer novas descobertas, explorar as possibilidades espaciais, os seus sentidos, a sua locomoção, o seu próprio corpo. Trabalhar com cores, texturas, apreensão, atividades que tenham significação para sua fase.

Diante de toda essa importância do movimento então porque o professor da Educação Infantil não explora mais o corpo para a construção do conhecimento das suas crianças.

A falta de capacitação pode ser apontada como a grande lacuna erguida diante do Movimento. Sem conhecimento do que trabalhar com seus alunos os professores acabam por reproduzir as práticas corporais dos conteúdos da Educação Física, sendo estes muitas vezes utilizados de forma descontextualizada, ou ainda, reduzem o movimento como apenas um momento de recreação.

As atividades de pensar, raciocinar, deduzir, as resolução de problemas, a criatividade, o despertar do senso critico e outras habilidades importantes para a criança, não são apenas restritas a transmissão de um conteúdo onde as crianças estejam sentadas, podemos observar todas essas capacidades com conteúdos onde o movimento é explorado.

Lembrem-se as áreas de conhecimento da Educação Infantil são: Movimento, natureza e sociedade, linguagem oral e escrita, artes visuais, música e matemática.

Corpo, Movimento e Psicomotricidade

Hoje em dia observamos nas instituições de Educação Infantil, atividades que são rotuladas de atividades cognitivas, como se somente a mente atuasse. Na escola, em geral, a movimentação livre é reservada a momentos de descontração como parque, quadra e os temas desenvolvidos pela Educação Física. No entanto, o raciocínio e a inteligência também passam pela corporeidade e dependem da movimentação para se desenvolver de maneira plena.

Teóricos pedagógicos como Wallon e Piaget, mostram claramente em suas teorias o papel do movimento conforme a criança se desenvolve. No recém-nascido, o movimento exerce uma função afetiva e de comunicação, pois mobiliza o adulto para satisfazer suas necessidades e promove a comunicação do bebê com o adulto, conforme a criança cresce o movimento

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