O QUE É ARTE - ÁREA
Por: gabi.gomes • 10/3/2018 • Relatório de pesquisa • 1.787 Palavras (8 Páginas) • 257 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
FACULDADE DE ARTES VISUAIS
CURSO DE BACHARELADO EM ARTES VISUAIS
O QUE É ARTE – FREQUENTAÇÃO
GOI NIA
2016
RENAN ACCIOLY WAMSER
GABRIELA GOMES RODRIGUES
CAROLINA DE FARIAS
VICTOR LUCAS SILVA ABDAO
MARIA CLARA CURTI VIEIRA ALVES
ISIS GYORDANA
O QUE É ARTE – FREQUENTAÇÃO
Trabalho apresentado como requisito de obtenção de nota da disciplina de História da Arte I; orientado pela Professora Patrícia Bueno.
GOI NIA
2016
A Frequentação
A “sensibilidade inata”
Neste capítulo observa-se uma reflexão do autor a respeito da relação do espectador com as obras de arte, mais especificamente na formação de uma opinião a respeito do que observa e dos critérios existentes para que se possa entender um trabalho artístico. Observa-se que o entendimento de uma obra não acontece de maneira imediata ou espontânea, essa relação requer conhecimento daquilo que está se relacionando, exigindo um conjunto de relações e de referências muito mais complicadas do que uma primeira impressão rasa. Neste aspecto é necessário compreender que uma obra artística não se baseia apenas naquele espaço temporal que se encontra. O contexto social e cultural em que estamos inseridos no momento também modifica a maneira com que nos relacionamos com um objeto.
As regras do jogo artístico evoluem com o tempo e transformam a percepção artística em algo mutável, ambíguo e complexo. Isso se torna evidente quando obras de arte ou artistas, que devido a complexidade de suas obras, acabaram por não receber a valorização que se deveria, tendo seu trabalho ignorado ou pouco compreendido na história da arte. Ou ainda, artistas que somente após anos ou décadas obtiveram destaque no mundo da arte por produzirem obras que não se encaixavam no gosto geral de determinada época. É o caso de Vincent Van Gogh, postumamente reconhecido como um dos maiores expoentes do pós-impressionismo e da pintura mundial, tendo sido completamente ignorado pela crítica e artistas na época em que viveu.
Outro aspecto que também se relaciona com essa ideia de absorção de uma obra pela sociedade diz respeito a uso que o meio sócio-cultural fez de determinada obra ou artista. O fato de autores e obras conseguirem destaque frente a outros trabalhos não significa que esta seja melhor que aquela ou que a notoriedade adquirida por determinado artista o enquadre em um patamar elevado em relação aos outros. Cada trabalho possui aspectos singulares e abordagens complexas nem sempre compreendidas pelo grande público. Portanto, o consumo de obra pode significar apenas que ela possua elementos capazes de seduzir um grande número de pessoas em determinado momento.
É o caso do artista francês Thierry Gueta, mais conhecido como Mr Brainwash, que devido ao contato que estabeleceu com o renomado Banksy, começou a produzir obras artistícas inspiradas em trabalhos de outros artistas pertencentes à cultura pop. Devido a essa visibilidade momentânea adquiriu notoriedade para realizar a primeira exposição de sua vida e arrecadar valores exorbitantes às obras que produziu. Sendo um artista iniciante é notório observar como o contexto cultural a que estava inserido e a forte presença da mídia naquele determinado espaço de tempo fez com que seu trabalho fosse reconhecido e legitimado como um artista visionário.
Desde que Marcel Duchamp resolvera expor em um museu um urinol assinado por ele no início do século XX, a definição da arte mudou completamente. Hoje, ninguém pode defini-la porque esta varia com o tempo e de acordo com a cultura a que está inserida. Ainda nesse contexto é importante observar que essa espécie de ruído existente entre obra e público é formada pelo conjunto de experiências particulares de quem a observa em contraponto com a cultura que nos rodeia e todas as construções argumentativas de uma obra já realizada pelas mais diversas pessoas ao longo do tempo. Dessa forma quando julgamos um objeto artístico afirmando gostar ou não gostar dele, podemos apenas estar reagindo instantaneamente com conceitos e instrumentos pré-determinados perante aquela obra.
O discurso e a frequentação
O que torna a “sensibilidade nata” propícia a uma análise crucial é a relação pessoal que se cria com a obra ser a mais rica possível. Como vimos, é necessário analisar mais profundamente a relação cultural do autor perante a obra para que esse discurso seja entendido e considerado “autorizado”, pois o texto jamais exprime de fato o objeto artístico, apenas o enriquece. A frequentação consiste no interesse obtido pela obra, o ato de analisar e reanalisar com deleite aquilo que está sendo exprimido observando com cautela a sensibilidade e até mesmo as notas pessoais do autor destacadas em suas obras.
O discurso é um meio entre vários de se frequentar uma obra, como exemplo simples têm-se a “descrição a vista” de uma gravura que detalha apenas aquilo que se vê, fugindo da representação e opinião pessoal influenciada pelo meio cultural e época em que estamos vivendo. Por mais singelo que este método possa parecer carrega uma importância bastante relevante, pois serve como introdutor a uma análise mais específica, mas que ele sozinho não preenche a vitalidade da obra já que o foco é a riqueza de detalhes na descrição. Optar pela ruptura das barreiras de estudo, desprendendo-se da ideia apenas artística e partindo para outras áreas de conhecimento faz com que aquele objeto analisado seja compreendido com mais clareza, pois existem aqueles que dependem intimamente dessa inter-relação.
Ao examinar uma obra com caráter histórico, seria inviável não se aprofundar no contexto em que foi criada.
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