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O Que é Arte

Por:   •  7/7/2018  •  Artigo  •  2.967 Palavras (12 Páginas)  •  170 Visualizações

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MÓDULO 01 – ARTE – O que é Arte? Quais as funções da Arte? Quem é o artista?

“Cântico Negro” de José Régio

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces

Estendendo-me os braços, e seguros

De que seria bom que eu os ouvisse

Quando me dizem: "vem por aqui!"

Eu olho-os com olhos lassos,

(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)

E cruzo os braços,

E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:

Criar desumanidades!

Não acompanhar ninguém.

— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade

Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde

Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde

Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,

Redemoinhar aos ventos,

Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,

A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi

Só para desflorar florestas virgens,

E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!

O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós

Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem

Para eu derrubar os meus obstáculos?...

Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,

E vós amais o que é fácil!

Eu amo o Longe e a Miragem,

Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,

Tendes jardins, tendes canteiros,

Tendes pátria, tendes tetos,

E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...

Eu tenho a minha Loucura !

Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,

E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!

Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;

Mas eu, que nunca principio nem acabo,

Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,

Ninguém me peça definições!

Ninguém me diga: "vem por aqui"!

A minha vida é um vendaval que se soltou,

É uma onda que se alevantou,

É um átomo a mais que se animou...

Não sei por onde vou,

Não sei para onde vou

Sei que não vou por aí!

Box: José Régio, pseudônimo literário de José Maria dos Reis Pereira, nasceu em Vila do Conde em Portugal. Foi um dos fundadores da revista "Presença". Romancista, dramaturgo, ensaísta e crítico, foi, no entanto, como poeta que primeiramente se impôs. Com o livro de estréia — "Poemas de Deus e do Diabo" (1925) — apresentou quase todos os temas que viria a desenvolver nas obras posteriores: os conflitos entre Deus e o Homem, o espírito e a carne, o indivíduo e a sociedade, a consciência da frustração de todo o amor humano, o orgulhoso recurso à solidão, a problemática da sinceridade e do logro perante os outros e perante a si mesmos.

Seria o artista um louco, um pervertido, um ganancioso, um inadaptado social ou somente alguém que temo que expressar e não se adapta ao senso comum? Talvez o poema e a construção acima, do poeta modernista português José Régio e do arquiteto Frank Gery, respectivamente, demonstrem as dificuldades de artistas incompreendidos que buscaram trilhar seus próprios caminhos sem se importarem com as conseqüências boas ou terríveis que poderiam advir desta decisão... mas o resultado, convenhamos, ficou belíssimo, como que movido por grandes paixões. Antes de iniciar este livro sobre História das Artes eu poderia ter encerrado este parágrafo com o poeta florentino Dante Alighieri que alertava em sua Divina Comédia, que todos os que entrassem pelos portões do inferno deveriam deixar fora toda a esperança, mas prefiro me servir de Carlos Drummond de Andrade que, em seu poema “A procura da poesia” terminava com o verso: “Trouxeste a chave?”. É isso que eu pergunto para você: está disposto a abrir mais uma porta para o conhecimento, ou o que você já tem lhe basta?

AFINAL, O QUE É E PARA QUE SERVE ARTE?

Será esta mais uma matéria para estudar?... Será mais “um monte” de nomes para decorar... mais datas... mais características... mais autores e obras..., mas afinal, para que serve isso tudo? Com certeza esta é uma das angústias que deve estar assolando seu pensamento, como fazia parte do meu e (com certeza) da maioria dos professores também!!! Principalmente quando não conseguiam ter a visão do todo... Mas, vamos com calma:

Em primeiro lugar, é preciso saber que Arte é uma das expressões humanas, é a que é usada para expressar sentimentos como paixão, sofrimento, angústia, alegria, solidão... Enfim, emoções inerentes a quase todos os seres, excluindo aqui os psicopatas, ou seja, as pessoas portadoras de distúrbios psicológicos. Então, por que não aprender um pouco mais sobre como as pessoas – durante milênios – se expressaram com o passar do tempo na História para também aprender a analisar e a expressar, ou seja, “ter um outro olhar” sobre as emoções?

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