Obra "Panorama de Mariana"

Panorama de Mariana

        A obra de Alberto Delpino mostra ao longe a cidade de Mariana. Feita a óleo sobre tela, o aglomerado de casas simples está no centro da pintura. As moradias estão perfeitamente contornadas mesmo sendo retratadas distantes. A maioria delas são brancas com janelas e portas azuis, todas têm os tetos lineares na cor vermelho terra. Percebe-se até a sombra dos telhados nas paredes das casas. No canto esquerdo contem uma casa isolada em tons de marrom com aparentemente apenas um caminho que conecta as outras demais casas. Há duas igrejas no centro do quadro, e outras três espalhadas de tamanhos variados na parte esquerda, todas no estilo barroco. Entre a cidade há uma vegetação, sem formas delineadas mas com um verde intenso contornando as ruas de terra do município.
       Ao fundo há vários morros irregulares, os mais próximos da cidade se percebe o degrade de verde que vai desaparecendo com os que estão mais afastados. Os que estão ao longe têm as cores levemente acinzentadas como se estivessem com neblina ao amanhecer que se fundem com o azul claro do céu. Na parte direita da obra, há duas pessoas se locomovendo tranquilamente, cada uma  em seu cavalo chegando ao conjunto de casas em uma estradinha que liga os morros a pequena cidade.      
       Na parte inferior do quadro há uma mistura de cores em que as tonalidades verde e marrom dão formatos assimétricos no chão, abrindo caminho até as margens de um rio que parece não ser muito grande.  Na beira há um homem que aparenta ser um garimpeiro observando o fundo do rio. Os detalhes e o reflexo das águas criam o sentido do fluxo e da a impressão de profundidade na obra.
       No geral, o quadro retrata a tranquilidade da vida em uma cidade pequena do interior na época de 1931. A quase ausência de pessoas, o que parece ser o amanhecer, a forma como a natureza sem contornos é retratada, as casas bem delineadas e próximas, a forma como o rio é pintado talvez seja o que nos traz a sensação de simplicidade, aconchego e calma do lugar.

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