Quanto vale ou é por quilo

Relatório Sobre o Filme “ Quanto vale ou é por quilo? ”

O filme é muito interessante no aspecto de revelar como eram costumes e hábitos do Brasil colonial. O filme também chama atenção para a alienação que parece ser inata aos brasileiros: a preocupação com futebol e carnaval, quando assuntos mais decisivos e impactantes da vida cotidiana são negligenciados.

A analogia que é feita, em vários momentos do filme, entre o Brasil atual e o colonial chama nossa atenção. Um exemplo é o empréstimo consignado em folha para aposentados e pensionistas que parece a parte do filme em que se pode comprar a carta de alforria de uma pessoa. Outro exemplo, é o rapaz que mantém sua esposa e filho através do dinheiro ganho com a morte de bandidos. No passado, existiam aqueles que deveriam caçar, prender ou matar os escravos. Ambos exercem as mesmas funções vis, com apenas uma diferença, diferentes personagens, tempo e cenário.

Percebe-se também que a ideia de sociedade democrática, às vezes, é falsa. O imaginário de que vivemos em uma democracia não é o que se vive na prática, pressionados a todo momento por imperativos ditados pela mídia, por padrões de beleza, por estilos de vida que ditam o emprego ideal, o carro do momento e a casa dos sonhos.

 Até mesmo, a solidariedade que era um gesto simples de altruísmo, hoje virou símbolo e estratégia de marketing. E isso pode ser concretizado nas ONGs corruptas, que por trás de uma fachada que prega gestos de caridade, existe uma rede de ações de desvio de verbas e obtenção de vantagem sobre a miséria alheia.

Assim sendo, o filme busca impactar seus espectadores, mostrando como são mesquinhos e passivos, a ponto de parecer que somos espectadores não do filme, mas da vida, já que passamos por ela e não alteramos seu curso, a ponto de poderem ser feitas comparações tão fidedignas entre o passado colonial e o século XXl.

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