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Quantos Paus Se Faz Uma Canoa

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Por:   •  26/6/2014  •  1.295 Palavras (6 Páginas)  •  318 Visualizações

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ração do trabalho do operário, pagando baixos salários ou ampliando a

jornada de trabalho. O trabalhador, por sua vez, luta contra a exploração,

reivindicando menor jornada de trabalho, melhores salários e participação nos

lucros que se acumulam com a venda daquilo que ele produziu.

Por outro lado, apesar das oposições, as classes sociais são

também complementares e interdependentes, pois uma só existe em função da

outra. Só existem proprietários porque há uma massa de despossuídos cuja

única propriedade é sua força de trabalho, dispostos a vendê-la para assegurar

sua sobrevivência. De igual maneira, só existem proletários porque há alguém

que lucra com seu assalariamento.

Para Marx, a história humana é a história da luta de classes, da

disputa constante por interesses que se opõem, embora essa oposição bem

sempre se manifeste socialmente sob a forma de conflito ou guerra declarada.

As divergências e antagonismos das classes estão subjacentes a toda relação

social, nos mais diversos níveis da sociedade, em todos os tempos, desde o

surgimento da sociedade.

A ORIGEM HISTÓRICA DO CAPITALISMO

Para desenvolver sua teoria, Marx se vale de conceitos

abrangentes, da análise crítica do momento histórico que vive e de uma sólida

visão histórica com os quais procura explicar a origem das classes sociais e do

capitalismo. É assim que ele atribui a origem das desigualdades sociais a uma

enorme quantidade de riquezas que se concentra, na Europa do século XII até

meados do século XVIII, nas mãos de uns poucos indivíduos, que têm o

objetivo e as possibilidades de acumular bens e obter lucros cada vez maiores.

No inicio, essa acumulação de riquezas se fez por meio da pirataria,

do roubo, dos monopólios e do controle de preços praticados pelos Estados

absolutistas. A comercialização, principalmente com as colônias, era a grande

fonte de rendimentos para o Estado e a nascente burguesia. Mas, a partir do

século XVI, o artesão e as corporações de oficio foram paulatinamente

substituídas, respectivamente, pelo trabalhador “livre” assalariado – operário –

e pela indústria.

Na produção artesanal européia da Idade Média e do Renascimento

(Idade Moderna), o trabalhador mantinha em sua casa o instrumento de

produção. Aos poucos, porém, surgiram oficinas organizadas pro comerciantes

enriquecidos que produziam mais e a baixo custo. A generalização desses

galpões originou, em meados do século XVIII, na Inglaterra, a Revolução

Industrial. Esta possibilitou a mecanização ampla e sistemática da produção de

mercadorias, acelerando o processo de separação entre o trabalhador e os

instrumentos de produção e levando à falência os artesãos individuais. As

máquinas e tudo o mais necessário ao processo produtivo – força motriz,

instalação, matérias primas – ficaram acessíveis somente aos empresários

capitalistas com os quais os artesãos, isolados, não podiam competir. Assim,

multiplicou-se o número de operários, isto é, trabalhadores “livres”

expropriados, artesãos que não conseguiam competir com o sistema industrial

e desistiam da produção individual, empregado-se nas indústrias, constituindo

uma nova classes social.

O SALÁRIO

O operário é o individuo que, nada possuindo, é obrigado a

sobreviver da sua força de trabalho. No capitalismo, ele se torna uma

mercadoria, algo útil, que se pode compra e vender. Por meio de um contrato

estabelecido entre ele e o capitalista, a quem é permitido ao compra ou alugar

por um certo tempo sua força de trabalho em troca de uma quantia em dinheiro,

o salário.

O salário é, assim, o valor da força de trabalho, considerada como

mercadoria. Como a força de trabalho não é u,a coisa, mas uma capacidade,

inseparável do corpo do operário, o salário deve corresponder à quantia que

permita ao operário alimentar-se, vestir-se, cuidar dos filhos, recuperar as

energias e, assim, estar de volta ao serviço no dia seguinte. Em outras

palavras, o salário deve garantir as condições de subsistência do trabalhador e

sua família.

O valor do salário depende do preço dos bens necessários à

subsistência do trabalhador. O tipo de bens necessários depende, por sua vez,

dos hábitos e dos costumes dos trabalhadores. Isso faz com que o salário varie

de lugar para lugar. Além disso, o salário depende ainda da natureza do

trabalhador e da destreza e da habilidade do próprio trabalhador. No cálculo do

salário de um operário qualificado deve-se computar o tempo que ele gastou

com educação e treinamento para desenvolver suas capacidades.

TRABALHO, VALOR E LUCRO

O capitalismo vê a força de trabalho como mercadoria, mas é claro

que não se trata de uma mercadoria qualquer. Os economistas clássicos

ingleses, desde Adam Smith, já haviam percebido isso ao reconhecer o

trabalho como a verdadeira fonte de riqueza das sociedades.

Marx foi além. Para ele, o trabalho, ao se exercer sobre

determinados objetos, provoca nestes uma espécie de ressurreição. Tudo o

que é criado pelo homem, diz Marx, contém em si um trabalho passado, morto,

que só pode ser reanimado por outro trabalho. Assim, por exemplo, um pedaço

de couro animal curtido, uma agulha de aço e fios de linha são, todos, produtos

do trabalho humano. Deixados em si mesmos, são coisas mortas; utilizados

para produzir um par de sapatos, renascem como meios de produção e se

incorporam num novo produto, uma nova mercadoria, um novo valor.

Os economistas ingleses já haviam postulado que o valor das

mercadorias dependia do tempo de trabalho gato na sua produção. Marx

acrescentou que esse tempo de trabalho se estabelecia em relação às

habilidades individuais médias e às condições técnicas vigentes na sociedade.

Por isso, dizia que no valor de uma mercadoria era incorporado o tempo de

trabalho socialmente necessário à sua produção.

De modo geral, as mercadorias resultam da colaboração de várias

habilidades profissionais distintas; por isso, seu valor incorpora todos os

tempos de trabalho específicos. Por exemplo, o valor de uma par de sapatos

incluiu não só o tempo gasto para confeccioná-lo, mas também os dos

trabalhadores que curtiram o couro, produziram fios de linha, a máquina de

costura etc. O valor de todos esses trabalhos está embutidos no preço que o

capitalista paga ao adquirir essas matérias-primas e instrumentos, os quais,

juntamente com a quantia paga a título de salário, serão incorporados ao valor

do produto

Marx demonstra primeiro a armadilha da economia “vulgar”, aquela que

consiste em se ater apenas às aparências do jogo da oferta e da procura para

analisar os fenômenos de mercado.

LALLEMENT, Michael. História das idéias sociológicas. op. cit. p. 128

MAIS-VALIA

Através dele podemos explicar, de forma científica e rigorosa, a

exploração capitalista e, assim, vislumbrar o que é necessário para suprimi-la.

Como já vimos anteriormente, o operário só possui sua força de

trabalho. Ele a oferece como mercadoria ao burguês (dono dos meios de

produção), que a compra por uma determinada quantia em dinheiro (salário)

para fazê-lo trabalhar durante um certo período de tempo; 8 horas por

dia, por exemplo. A partir do momento em que a compra, a força de trabalho do

operário passa a pertencer ao burguês, que dispõe dela como quiser.

O custo de manutenção da força de trabalho (operário, máquinas)

constitui seu valor; a mais-valia é a diferença entre o valor produzido pela força

de trabalho e o custo de sua manutenção.

Para ficar mais fácil de entender, vamos estudar um exemplo.

Suponhamos que um operário seja contratado para trabalhar 8 horas por dia

numa fábrica de motocicletas. O patrão lhe paga 16 reais por dia, ou seja, R$

2,00 reais por hora, o operário produz duas motos por mês. O patrão vende

cada moto por R$ 3.883,00 reais. Deste dinheiro, ele desconta o que gasta com

matéria-prima, desgaste de máquinas, energia elétrica, etc.; exagerando

bastante, vamos supor que esses gastos somem R$ 2.912,00 reais. Logo,

sobram de lucro para o patrão R$ 971,00 reais por moto vendida (R$ 3.8

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