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REFLEXÃO SOBRE A MOTIVAÇÃO DA DANÇA/BALLET CLÁSSICO NA TERCEIRA IDADE: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Por:   •  8/5/2016  •  Artigo  •  6.652 Palavras (27 Páginas)  •  425 Visualizações

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REFLEXÃO SOBRE A MOTIVAÇÃO DA DANÇA/BALLET CLÁSSICO NA TERCEIRA IDADE: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Leandro de Ávila¹

Débora Maria de Lara Conceição²

RESUMO

O envelhecimento é o processo inexorável aos seres vivos, este processo implica em modificações de ordem fisiológica, psíquica e social, na qual tais ocorrências, fisiológicas e/ou psíquicas, se refletem no desempenho motor, na qualidade de vida e na capacidade do indivíduo para cuidar de si mesmo. E o corpo é a primeira condição para que ocorra o pensamento a partir da articulação entre a coerência e a coesão das ações sensório-motoras. Neste contexto a dança pode ser traduzida como um comportamento humano que inclui movimentos e gestos corporais, ou seja, dançar é uma atividade que necessita de interação eficiente com o meio, na qual numa situação real de prática, a busca do objetivo é o prazer de dançar. Pensando por esta vertente, o Ballet Clássico é considerado uma forma de arte altamente desenvolvida, sua pratica requer o desenvolvimento harmonioso de diferentes capacidades motoras, que gera também autoconfiança, bem como aprimora a personalidade e conduz a autoestima. Nesta perspectiva a importância entre a relação da dança na vida das idosas é a observação nestes aspectos físicos, sociais e psicológicos que agrega positivamente para a saúde e qualidade de vida. O objetivo deste estudo foi demonstrar uma Reflexão sobre a Motivação da Dança/Ballet Clássico na Terceira Idade no contexto de uma revisão bibliográfica, com analise de diferentes artigos, anais, dissertações, livros, monografias e tese, que fundamentem a pesquisa.

PALAVRAS-CHAVES: Dança; Motivação; Terceira Idade e Ballet Clássico.

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¹ Licenciado em Educação Física na Universidade do Vale do Itajaí (2009); Bacharel em Educação Física na Universidade do Vale do Itajaí (2012); Pós-graduado em Dança e Consciência Corporal na Universidade Gama Filho (2011); Graduando do Curso de Dança na Faculdade de Artes do Paraná (FAP).

² Graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Paraná-UFPR (1986); Especialista em Artes-Dança pela Faculdade de Artes do Paraná-FAP/PR, com Aperfeiçoamento em Consciência Corporal-Dança, também nesta mesma instituição. Compõem o corpo docente do Curso de Dança.

INTRODUÇÃO

O envelhecimento humano se trata de um processo biológico que tem seu inicio no nascimento do sujeito e se encerra com sua morte (GERHARDT; MORAIS e RODRIGUES, 2008). Durante este período ocorrem alterações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e psicológicas que tornam o indivíduo vulnerável a doenças e, progressivamente, à sua morte (CARVALHO et al, 2004; IWAMOTO et al, 2007).

Neste contexto o envelhecimento é o processo que ocorre de forma inexorável a todos os seres vivos, na qual conduz a uma perda progressiva das aptidões funcionais do organismo e aumentando o risco do sedentarismo. Essas alterações, nos domínios biopsicossociais, põem em risco a qualidade de vida do sujeito idoso, por limitarem progressivamente sua capacidade funcional para realizar as suas atividades de vida diária e colocar o seu estado geral de saúde vulnerável, na qual corresponde nas variantes ao bem esta biopsicossocial (ALVES et al, 2004).

Não é possível ter uma única definição de envelhecimento que tenha utilidade em diferentes contextos, assim o envelhecimento pode ser compreendido biologicamente, socialmente, intelectualmente, economicamente, funcionalmente e cronologicamente (TAVARES et al, 2007).

Assim o processo de envelhecimento do ser humano também tem atenção por parte de cientistas, na medida em que a quantidade de indivíduos que chega à chamada terceira idade aumenta e, por decorrência, faz com que tanto os problemas de saúde característicos desse período da vida, quanto os vários aspectos relativos à qualidade de vida dessa população sejam objetos de preocupação e de estudos (REBELATTO et al, 2006).

Neste contexto, refletimos sobre a terceira idade e o movimento, que é a nossa primeira forma de linguagem, ou seja, uma linguagem não verbal estruturada no corpo. Partindo desta ideia, o corpo é a condição primeira para que ocorra o pensamento a partir da articulação entre a coerência e a coesão das ações sensório-motoras (CAZÉ e OLIVEIRA, 2008). Sabe-se que o movimento humano é aprendido, e pode ser melhorado por meio de informações, repetições e necessidade de novos movimentos, estimulando assim o corpo humano a desempenhar e adquirir a aprendizagem de novas habilidades (MAIA, et al, 2007).

A dança pode ser traduzida como um comportamento humano que inclui movimentos e gestos corporais. O indivíduo ao dançar expressa sentimentos e emoções tendo uma excelente oportunidade de, simultaneamente, desenvolver a sua criatividade e estímulos sensoriais (LACERDA e GONÇALVES, 2009). Dança é a arte que se expressa através do movimento do corpo seguido de ritmos, assim a dança precedeu o ser humano, na qual há milhões de anos os animais dançam para sua procriação ou alimentação, e o ser humano dançou antes de saber falar (GARAUDY, 1980).

E o Ballet clássico nasceu com a Renascença, no século XVI, na Corte dos Médicis, na França (BAMBIRA, 1993). Com o virtuosismo, com os espetáculos, com as obras e a técnica dos intérpretes, o Ballet Clássico acadêmico se desenvolveu ao longo dos séculos e tornou-se uma arte imortal (CAMINADA, 1999).  O Ballet Clássico é uma modalidade que exige de seus praticantes o uso da força e resistência muscular localizada, exigindo corporalmente muito de seus praticantes, na qual necessitam de desenvolvimento da força, flexibilidade, resistência, coordenação, agilidade, equilíbrio, e também inclui sua bela atuação artística (MENDES, 2011).

Nesta perspectiva a dança para a terceira idade é um dos exercícios mais procurados por este publico, e vários são fatores podem ser os responsáveis por essa afinidade, mas, sem dúvida, a aceitação por parte dos idosos é determinante (LEAL e HAAS, 2006). Neste contexto “a arte é uma técnica social do sentimento, um instrumento da sociedade através do qual incorpora ao ciclo da vida social os aspectos mais íntimos e pessoais do nosso ser” (VYGOSTSKY, 1999, p. 315).

As melhoras na coordenação, no equilíbrio, no ritmo, na lateralidade, na consciência corporal, na resistência e na memorização em trabalhos com dança para grupos de terceira idade, na qual tem uma influência positiva nos aspectos físicos e aspectos sociais para este grupo (LEAL e HASS, 2006). Contudo, se o indivíduo treina suas habilidades e busca sempre aprender e vivenciar novos movimentos, acredita-se que o mesmo terá um melhor rendimento e facilidade para executar suas tarefas diárias, e desfrutar das boas e satisfatórias atividades físicas, as quais permite incluir a dança (MAIA et al, 2007). A dança para terceira idade é descrita também como um exercício físico completo, por permitir o envolvimento dos aspectos físico, mental e social, por meio do ritmo, equilíbrio, lateralidade, fluência, expressão corporal e relações interpessoais (ANCHIETA, 1995), e ainda, que é praticamente impossível realizar atividades físicas sem o comprometimento e o envolvimento total desses aspectos (SPIRDUSO, 2005).

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