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RELEITURA COMO ATIVIDADE EM ARTES

Por:   •  10/5/2017  •  Monografia  •  4.507 Palavras (19 Páginas)  •  553 Visualizações

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RELEITURA COMO ATIVIDADE EM ARTES

Érika Andrea Pezzin Fenandes – erikapezzin@gmail.com

(Autora do artigo)

RESUMO

Esse artigo resulta na avaliação de se utilizar ou não as releituras nas atividades do ensino de Artes. Existem pensamentos diversos sobre a atividade da releitura. Uns dizem que não estimula a criatividade dos alunos, em contrapartida outros defendem, pois as mesmas fazem com que as obras de artes e sua história fiquem marcadas na memória do aluno, além de desenvolver concomitantemente a atividade de reaproveitamento de materiais. Foram entrevistados dois professores de artes, cada um com opiniões diferentes sobre a releitura. A análise dessas opiniões resultou em uma estratégia de aula voltada para a releitura.

Palavras-chave: Releitura, leitura, arte, educação, imitação.

  1. INTRODUÇÃO

Para que a aula de artes não se resuma em teoria e atividades que deixe de aproveitar a criatividade dos alunos de forma individualizada, este trabalho irá analisar diferentes visões do ensino da arte e formular um plano de aula conciso respeitando a criatividade individual dos alunos da Educação de Jovens e Adultos de duas escolas estaduais da cidade de Serra, Espírito Santo. O questionário foi idealizado depois da leitura da dissertação: “A imitação no processo de Ensino e Aprendizagem em Arte”, defendida em 2005, no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

A leitura não pode ser vista como um processo passivo, mas sim como um fator importantíssimo na construção do conhecimento. Esse processo exige a descoberta e a recriação, pois o leitor além de partilhar e recriar referenciais de mundo, transforma-se num produtor de conhecimentos e acontecimentos em função de sua compreensão e consciência crítica. (VALENTINI, 1999).

De acordo com alguns autores, no processo de leitura intervêm tanto as experiências, a motivação e o conhecimento do aprendiz, como os auxílios e recursos que lhe proporciona o educador. Dessa forma, o processo de aprendizagem da leitura far-se-á com sujeitos com ritmos e características diferentes em contextos particulares.

A leitura de imagem hoje se diferencia de outros tempos. Como também se diferencia da leitura de um texto. Ler um texto é mergulhar nas entrelinhas, nas palavras, letras por letras, mas acima de tudo é atribuir sentidos e conhecer significados. A leitura de imagens também possibilita usufruir dessas atribuições de sentidos, mesmo que de forma distinta, mas atrelada aos sentimentos do autor, sua vivência e pelas inúmeras experiências vividas, os quais proporcionam, para cada um, um olhar, um significado.

Fusari (2001), diz que a sociedade contemporânea, com suas pesquisas e descobertas científicas, tecnológicas, trazem oportunidades no campo das imagens. Estas, enriquecidas com os novos meios, vêm complementar as experiências do desenho, da pintura, da gravura, escultura, arquitetura, e passam a ser produzidas também através das tecnologias eletrônicas, digitais, etc. Esse processo de mudanças na visualização das imagens vem modificando o olhar sobre as imagens, abrangendo, além dos elementos visuais, o pensar, o sentir e o envolver na amplitude delas, sendo necessário pensar sobre elas e por elas.

Compreender como ocorre a apreciação, o observar e a verbalização sobre as obras, os seus detalhes e os elementos que as compõem é primordial para adentrar na alfabetização das artes visuais. O olhar atento e cheio de ideias dos alunos possibilita ir além do fazer artístico. A temática desse estudo permeou não só a apreciação das exposições das falas e relatos das crianças, como também os elementos da linguagem visual.

Historicamente, na prática educativa, as artes visuais na educação apresentavam as seguintes realidades pedagógicas: livre expressão, cópia e reprodução. Porém, a mudança de visão com o desenvolvimento de estudo nessa área, como também na educação, vem mostrando que essa linguagem desenvolve os aspectos cultural, emocional e cognitivo, capacitando o aluno a se perceber como apreciador e produtor artístico, por meio de sua alfabetização artística e estética.

Assim, na educação de forma generalizada, as atividades artísticas devem fornecer ricas oportunidades para o desenvolvimento, disponibilizando as crianças os mais diversos tipos de recursos visuais, estéticos e dialógicos. Quando as habilidades infantis são estimuladas elas contribuem no processo de aprendizagem em arte, desenvolvendo a percepção e a imaginação – recursos fundamentais para educação estética. “A educação estética irá contribuir para a ampliação das habilidades já existentes, estabelecendo no processo educacional a ponte entre o fazer e o refletir (pensar)”. (Fusari 2001, p.60).

A arte, desde cedo, influência a criança por possibilitar o acesso a sua cultura, apesar da espontaneidade e da autonomia na exploração e no fazer artístico em seus trabalhos. A criança tem sua própria visão, ideias e interpretações sobre a produção de arte e o fazer artístico. Assim, o trabalho com as Artes Visuais é muito importante, mesmo com as peculiaridades e esquemas do conhecimento a cada faixa etária e nível de desenvolvimento. Isso significa que o pensamento, a sensibilidade, a imaginação, a percepção, a intuição e a cognição devem ser estimulados de forma integrada, favorecendo o desenvolvimento das capacidades criativas das crianças.

Em um mundo repleto de imagens torna-se fundamental trabalhar essas imagens em aula. As imagens são necessárias para a alfabetização estética das crianças, por isso os professores de arte devem estar sempre atentos às imagens que fazem parte do cotidiano de seus alunos, buscando selecionar materiais imagéticos de seu interesse para estudo em sala de aula.  A formação estética aparece como foco fundamental dos estudos em Artes Visuais, que surgiram com as novas tendências no ensino da arte da década de 90. Estas consideravam a imagem como um foco de estudo de fundamental importância, pois, como apontam os Parâmetros Curriculares Nacionais,

“os conteúdos da área de Arte estão organizados de tal maneira que possam atender aprendizagens cada vez mais complexas no domínio do conhecimento artístico e estético, seja no exercício do próprio processo criador, pelo fazer, seja no contato com obras de arte e com outras manifestações presentes nas culturas ou na natureza. O estudo, a análise e a apreciação da arte podem contribuir tanto para o processo pessoal de criação dos alunos como também para sua experiência estética e conhecimento do significado que ela desempenha nas culturas humanas” (BRASIL, 1998, p.49).

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