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Ricardo Sondermann

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Por:   •  3/11/2014  •  Resenha  •  535 Palavras (3 Páginas)  •  231 Visualizações

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Isso é só para homens lerem. As mulheres não podem. Se lerem, EU AVISEI". Assim é introduzido um manifesto de conotação machista compartilhado há pouco mais de uma semana por um professor universitário da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Sul pelo Facebook. Contendo frases como "não vamos mudar, nem por você, portanto, conforme-se ou vire lésbica", o texto de autoria desconhecida cruzou os limites da rede social e se transformou em polêmica na faculdade.

Manifestações de repúdio a Ricardo Sondermann, o professor dos cursos de Design, Relações Internacionais e MBA da instituição que postou o texto, eclodiram na internet. Alguns estudantes pedem um posicionamento da faculdade e, até mesmo, o afastamento do docente — enquanto outros defendem que o conteúdo não transmite os reais pensamentos de Sondermann.

"Foi um terrível erro de um texto não lido", diz Ricardo Sondermann

Na tarde de quinta-feira, a ESPM divulgou uma nota em seu perfil oficial do Facebook. O texto esclarece que o próprio professor manifestou sua discordância com as ideias da postagem e que providências para esclarecer o ocorrido já foram tomadas.

— O que nos rege é um código de conduta ética e moral e, acima de tudo, temos a legislação brasileira. O que podemos dizer é que todas as providências cabíveis e que regem essa relação trabalhista entre professor e escola foram tomadas, mas isso não me permite publicizar essas ações. Para a escola, o caso está encerrado — disse o diretor-geral da ESPM-Sul, Richard Lucht.

Poucas horas após o compartilhamento do texto, Sondermann apagou o intitulado manifesto e, por três vezes, pediu desculpas e se retratou pelo ocorrido em sua página pessoal do Facebook. Ele atribuiu a falha a um "acidente digital":

— Foi um erro, uma postagem de um texto não lido, um acidente digital. Não é o que eu penso, não é como eu me posiciono, não é o que eu acredito, foi um erro digital que eu retirei poucas horas depois e coloquei três pedidos de desculpas.

Desde o ocorrido, o professor segue ministrando aulas normalmente. Na quarta-feira, representantes de turma se reuniram com o diretor da faculdade, e os diretores dos cursos prestaram esclarecimentos nas salas de aulas. Um grupo de estudantes, porém, buscou respaldo do Centro de Referência em Direitos Humanos (CRDH) da Defensoria Pública do Estado e lançou uma carta aberta à diretoria da ESPM. Eles pedem uma nota pública de repúdio e esclarecimento formal da instituição sobre o texto e a abertura de um processo para avaliar a conduta e o possível afastamento do professor dos cursos de graduação e pós-graduação.

A movimentação, segundo os alunos, foi contatada por deputados da Frente Parlamentar Contra o Machismo, Racismo e Homofobia, e recebeu o apoio de organizações como o coletivo Juntos, a Marcha das Vadias, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da PUCRS e de professores da UFRGS. Há alunos, porém, que já demonstraram apoio ao docente. Na página da ESPM, uma aluna escreveu:

"Quem não conhece ele, ou mesmo quem conhece mas não acredita quando ele afirma não ter lido, vão em frente: o direito à liberdade de expressão é todo de vocês! Mas ninguém tem o direito de denegrir a imagem ou causar danos à reputação de uma pessoa com inverdades e calúnias".

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