SEMIOSES VISUAIS Analise de Interior Vermelho, Natureza-Morta Sobre Mesa Azul (Henri Matisse)
Por: matheuslimass • 22/10/2015 • Resenha • 1.146 Palavras (5 Páginas) • 1.449 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS – FACULDADE DE ARTES VISUAIS
ARTES VISUAIS – DESIGN DE INTERIORES
SEMIOSES VISUAIS
Analise de Interior Vermelho, Natureza-Morta Sobre Mesa Azul (Henri Matisse)
Analise realizada com o intuito de contribuição de nota para o primeiro semestre de 2009, aos alunos do 3º período do curso de Artes Visuais – Design de Interiores, na disciplina de Semioses Visuais ministrada pela professora Doutora Rosana Hório Monteiro.
MATHEUS LIMA DA SILVA
Goiânia – 2009
[pic 1]
Interior Vermelho, Natureza-Morta Sobre Mesa Azul. Henri Matisse (1947)
Óleo sobre tela. 116x89cm. Alemanha, Berlim.
A análise de Barthes é um aprofundamento, uma continuação do projeto semiológico de Ferdinand de Saussure que consiste na afirmação de que nada existe além de significado e significante. Para Saussure os nomes são atribuídos arbitrariamente e posteriormente ocorre uma convenção social que legitima a nomeação do signo.
Martine Joly utiliza-se dos quatro eixos plásticos para a leitura da imagem assim como Rolando Barthes. Os quatro eixos plásticos são as Formas, as Cores, a Composição, e a textura. A obra apresenta formas geométricas bastante exageradas e que definitivamente não buscam a representação fiel da realidade. As cores são fortes e na maior parte das vezes contrastantes. A composição em duas dimensões apresenta uma mesa, um jarro, uma porta ou janela, e ainda um perfil que mais se aparenta como um quadro dependurado na parede, envolvida por um vermelho sangue. Não podemos analisar a textura desta obra por que a fazemos por meio de uma projeção (representação em meio homogêneo).
O movimento Fauvista teve início na passagem do século XIX para o século XX e foi encabeçado por Matisse, autor da obra. A obra que analisamos se encaixa nos moldes propostos por este estilo que parte do colorido das obras de Van Gogh e demais impressionistas e abandona os conceitos de luminosidade apresentados pela academia da época. Outra característica deste movimento são as representações em duas dimensões. O Fauvismo foi se esvaziando e perdendo sua força na medida em que seus precursores amadureceram e evoluíram para outros estilos, dentre os muitos que proliferaram na primeira metade do Século XX. Na Europa, Matisse tornou-se o símbolo máximo do Fauvismo.
Rolando Barthes foi o primeiro autor a propor uma analise estrutural da imagem publicitária no artigo “Retórica da Imagem”. Neste artigo encontramos conceitos que fazem referencia ao sistema de conotação e denotação, que realmente valorizou os seus estudos, além da utilização de classificações em signos plásticos, lingüísticos e icônicos.
Na obra os quatro eixos plásticos são analisados justificando e contextualizando o período e o estilo Fauvista. Não encontramos signos lingüísticos nesta obra. Os signos icônicos são todos os signos imediatamente reconhecíveis. Neste caso a mesa, o jarro, o perfil, a porta e as maçãs.
A mensagem Conotada na obra é a de um quarto, ambiente com a porta aberta. Sem sombra de dúvidas o objetivo é afrontar a academia artística da época e quebrar os valores já fixados por outros estilos (neste caso o impressionismo). Isto ocorre por meio das representações com traços expressivos e que só indicam a existência de uma forma (seja ela de uma porta, uma mesa ou de qualquer outro ícone) e ainda por conta da utilização de cores fortes (muito presentes na série de Interiores Vermelhos). Além de demonstrar por meio destas características influencias cubistas.
A mensagem Denotada na obra são os traços que indicam a forma de algo reconhecível. Um índice de ícone. Neste caso a mesa, o jarro, as maçãs, o perfil, a janela e a vegetação são signos icônicos com uma mensagem denotativa.
”O nível denotativo da imagem inclui a percepção e o conhecimento cultural do receptor, que permite o reconhecimento das representações fotográficas. Na análise das imagens, Barthes afirma existir uma retórica da imagem, semelhante à retórica verbal, abrindo caminho para outros pesquisadores da imagem publicitária”.
A análise desta imagem é complicada por conta dos traços do movimento Fauvista e também por se tratar de uma representação da obra onde não temos noções de textura e conseqüentemente de uma real composição. Nada nos impede de tirar conclusões a partir do que vemos como a abstração das mensagens conotativas e denotativas.
BIOGRAFIA DE HENRI MATISSE:
[pic 2]
Matisse descobriu a felicidade que a pintura lhe proporcionava. Inscreveu-se num curso de desenho na escola Maurice-Quentin Delatour e começou a participar no estúdio do mestre Duconseil. A partir de 1890, depois de uma convalescência decorrente de uma intervenção de apendicite, Matisse abandonou o Direito para se dedicar à sua vocação artística, e em 1891, estabeleceu-se em Paris, onde, depois de ser admitido na escola des Beaux-Arts em 1895, passou a freqüentar o atelier de Gustave Moreau. Sua primeira exposição aconteceu em 1904, em Ambroise Vollard e não obteve grande sucesso. No ano seguinte, juntamente com o grupo, expôs no salão de Paris, desta vez o grupo foi reconhecido como os fauves e Matisse como líder. Matisse conseguiu reputação internacional, exibindo em Paris e Alemanha. Em 1908 fundou a Academia Matisse para uma seleção de estudantes cosmopolita e publicou "Notas de um Pintor" onde estavam suas crenças artísticas. Desde de 1904 Matisse trabalhou parte de cada ano no sul em Saint-Tropez e Collioure e mais tarde na Espanha e em Marrocos. Depois de 1916, passou a maioria dos invernos em Nice. Apesar de nunca ter se juntado aos Cubistas, sofreu algumas influências deste grupo. Entre 1913 e 1917 sua pintura era um pouco austera, com linhas retas e formas geométricas. Depois seu estilo ficou mais solto, figuras femininas e o interior foram seus principais temas, trabalhados em estilo livre e com cores decorativas. Matisse, como outros artistas do movimento, rejeitava a luminosidade impressionista, e usava a cor como fator principal da pintura, levando-a às últimas conseqüências. Argan dizia que a arte de Matisse era feita para decorar a vida dos homens. Foi considerado o artista do século em que viveu
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