Trabalho com a musica na educação infantil
Artigo: Trabalho com a musica na educação infantil. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: arlysouza • 16/9/2012 • 1.166 Palavras (5 Páginas) • 3.151 Visualizações
TRABALHO DE MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Modinhas e canções infantis e o trauma que elas provocam nas criancinhas brasileiras
Desde muitos anos, as razões do atraso e do subdesenvolvimento do Brasil são pesquisadas por especialistas de todos os matizes. O que se busca é a raiz desses males e, uma vez encontrado o perverso germe, a solução poderá ser equacionada e, com alguma boa vontade, os nossos problemas serão resolvidos. E todos ficaremos felizes.
Muita saúva, pouca saúde, os males do Brasil são. É o que se dizia nos idos de antigamente até que tal diagnóstico virou samba em desfile especializado no Rio de Janeiro. Virou samba, o mote foi esquecido.
As saúvas permanecem cortando, o sistema de saúde pública continua ruim e, por via de consequência, a saúde do povo vai mal.
Este é um país que vai para frente.
Brasil, ame-o, ou deixe-o.
Diziam slogans criados por agências de publicidade na década de 70. O Love me or. Le ave me, traduzido para o tupiniquim durante os anos de chumbo, não fez nenhum efeito e a música Este é um país que vai para frente foi sucesso de dupla gaúcha de sucesso único.
Nem saúva, nem pra frente. Nem Dóris Day, nem Nina Simone, nem Sinatra cantando Love me or. Le ave me. Nada resolveu a grande questão.
O enigma permanecia insolúvel até que...
Recuperando mensagens de um HD encontrei as razões remotas que levaram o Brasil à atual situação.
Qual o porquê desse estado de coisas?
Elementar, meus caros mestrandos. (Esse mestrandos é uma homenagem à censura solicitada por lingüista, mestrando e Membro do terreiro de Tambor-de-Mina Tenda Espírita Só Deus Pode ao livro Caçadas de Pedrinho de Monteiro Lobato.)
Pois bem, mensagem enviada em 2003 para lista de discussão sobre política brasileira mata a charada.
Segundo a desconhecida autora, que usa o disfarce de "Au Pair", ou seja, babá e estudante nos Estados Unidos da América, os males do Brasil são decorrentes das canções de ninar.
Preconceito, masoquismo, apologia do suicídio, disseminação do medo, falta de respeito aos animais, autoritarismo, abuso de poder, indução a tragédia aérea, incitação à violência conjugal. A lista é grande como grande é o desatino de pessoas que continuam a cantar e a divulgar essas canções.
Um horror!
Vejamos alguns casos citados na mensagem.
A música "boi da cara preta" [é] uma ameaça horrorosa e mordaz, pois incita um bovino de cor negra a pegar uma cândida menina que tem medo até de uma inocente careta.
Esta é a razão número um. Existem outras.
Atirei o pau no gato-to-to
Mas o gato-to-to não morreu-reu-reu?
Politicamente incorreta, pois onde já se viu atirar o pau no gato, essa criatura tão indefesa? Para completar, ainda aparece o masoquismo dessa mulher sob a alcunha de "D. Chica".
Pior do que o boi da cara preta não poderia existir, mas existe, sim:
nana neném que a cuca vai pegar...?
Caramba... outra ameaça! Agora com um ser ainda mais maligno que um boi preto!
Boi da cara preta, já vi muitos. A cuca ainda não encontrei, de modo que não posso assegurar a malignidade dessa entidade terrível. Por via das dúvidas, e parafraseando o sábio ditado espanhol, no creo en cucas, pero que las hay, hay
Além de bichos-papões, o cancioneiro popular (puro clichê:) trata de temas igualmente graves como a realidade tão vergonhosa da desigualdade social na modinha
Eu sou pobre, pobre, pobre,
De marré, marré, marré.
...
Eu sou rica, rica, rica,
De marré, marré, marré.
Como simples e modesta contribuição: de marre significa de mentira ou de mentirinha, no idioma das crianças e de muitos adultos.
Continuemos.
Vem cá, meu bem, vem cá !
Não vou lá ! Não vou lá, Não vou lá !
Tenho medo de apanhar.
Essa canção deve ter sido o mote de inspiração para o Projeto de Lei da Palmada (PL 2654/2003). A autora do projeto, deputada pelo PT/RS, em boa hora tratou de elaborar medidas no sentido de que(!) fosse coibido tal abuso. Talvez o próximo passo seja proibir a modinha.
O PL 2654 é de 2003 e tartarugou, penosamente, por comissões e relatores até que veio à tona em julho de 2010. Estamos em dezembro de 2010 e o apelo Vem cá, meu bem continua a amedrontar crianças do Brasil, pois ainda não houve consenso na Câmara dos Deputados e o Projeto de Lei ainda não foi ao plenário para votação.
Enquanto isso, os brasileiros não sentem que estão tendo sua liberdade destruída pela violência.
Marcha soldado,
Cabeça de papel!
Autoritarismo e abuso de poder estão embutidos nessa marchinha. A autora esquece a referência àcabeça de papel do soldado que marcha. O que existe dentro dessa cabeça?
A canoa virou,
...
...