Trabalho vidas refugiadas
Por: Brenda Salles • 16/10/2016 • Relatório de pesquisa • 2.129 Palavras (9 Páginas) • 372 Visualizações
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Brenda Sales de Jesus
1º período de Publicidade e Propaganda – manhã
RELATÓRIO DE VISITA
Exposição fotográfica “Vidas Refugiadas”.
13 de setembro de 2016.
Exposição visitada: Vidas Refugiadas
Local: Centro Cultural Banco do Brasil
A exposição faz parte do projeto “Vidas Refugiadas”, que pretende dar maior visibilidade à mulher na questão do refúgio, já que o tema é abordado, majoritariamente, em uma perspectiva masculina.
Diante de mais de 50 milhões de pessoas deslocadas de seus países de origem, as mulheres são minoria. Tendo em vista esse fato, o sexo feminino acaba herdando, já no país de refúgio, a invisibilidade proporcionada pelo machismo enraizado culturalmente. Com tal invisibilidade, acabam sendo negligenciados ou limitados os direitos da mulher, ampliando sua exclusão social e impedindo sua integração completa no país.
“Confrontados com esse dilema e no intuito de auxiliar na integração das mulheres refugiadas que, hoje, vivem no Brasil, desenvolvemos o projeto Vidas Refugiadas, que pretende abrir um espaço único para que elas possam se expressar, apontando os obstáculos do seu novo cotidiano e os caminhos trilhados na busca pela sobrevivência.” Disponível em: http://vidasrefugiadas.com.br/
Situada no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), a mostra traz fotografias que revelam o cotidiano de sete mulheres refugiadas, com histórias de vida únicas, mas uma coisa em comum, além do seu atual país: a busca pela liberdade.
Seja por motivo de perseguição política (Maria; Silvye), repressão (Vilma), guerra civil (Mayada), tradições religiosas opressoras (Alice; Jeannete), terrorismo (Nkechinyere Jonathan), todas saíram de seus lugares em busca de liberdade, almejando serem donas, na prática, de seu próprio corpo e pensamentos.
“Com 22 imagens do fotógrafo Victor Moriyama, a exposição revela as necessidades, os dilemas e as conquistas das mulheres retratadas, apresentando ao público uma oportunidade de reflexão sobre a adaptação das refugiadas à vida no Brasil.” Disponível em: http://culturabancodobrasil.com.br/portal/vidas-refugidas/
A exposição está localizada no pátio do CCBB, de 01/08 a 04/09, de 09h às 21h, todos os dias da semana, exceto às terças-feiras.
“A força não está no músculo, e sim no coração. Por isso, as mulheres são as mais fortes.” JONATHAN, N. Mulher refugiada.
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Disponível em: http://vidasrefugiadas.com.br/ Disponível em: instagram.com
Na mostra, sete mulheres são retratadas, cada uma com uma história singular. São elas:
Maria: jornalista, historiadora, mestre em antropologia, autora do livro Africanidad, 51 anos, cubana, divorciada e solicitante de refúgio desde 2014. Fugiu de seu país de origem devido às perseguições políticas que vinha sofrendo por seu posicionamento contrário ao governo dos Castro.
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Disponível em: http://vidasrefugiadas.com.br/
Jeannete: cabeleireira, 49 anos, casada, mãe de quatro filhos. Fugiu de seu país devido à sua família, muçulmana, reprimir violentamente seu casamento com um homem cristão, desse modo, incendiando sua casa e ameaçando-os de morte.
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Disponível em: http://vidasrefugiadas.com.br/
Vilma: estudante, angolana, 21 anos. Fugiu para escapar da repressão imposta pelo regime local, tendo em vista que era militante política.
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Disponível em: http://vidasrefugiadas.com.br/
Mayada: professora de francês e diretora de departamento da Universidade de Damasco. Fugiu da Síria em razão da guerra civil.
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Disponível em: http://vidasrefugiadas.com.br/
Nkechinyere Jonathan: Nigeriana, professora de inglês, mãe de quatro filhos, 44 anos. Fugiu a pé da Nigéria, andou pela floresta durante cinco dias, motivada pela invasão do grupo terrorista Boko Haram à escola na qual lecionava. Tal grupo sequestrou suas alunas e assassinou 10 dos 15 professores da casa.
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Disponível em: http://vidasrefugiadas.com.br/
Alice: artista, natural do Burkina Faso, 24 anos. Fugiu do seu país de origem para escapar de um casamento arranjado por sua família. Ao se casar, em nome das regras locais, ela seria proibida de frequentar alguns espaços públicos.
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Disponível em: http://vidasrefugiadas.com.br/
Silvye: Advogada, nacional da República Democrática do Congo, 34 anos, casada e mãe de quatro filhos. Fugiu após a prisão do seu marido, que era militante contra a ditadura, ao saber que seria perseguida juntamente com sua família.
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Disponível em: http://vidasrefugiadas.com.br/
Escolhi a exposição “Vidas Refugiadas” devido ao meu interesse por assuntos tratados em tal mostra: feminismo e refúgio.
Penso que tal exposição veio em um momento extremamente propício, já que a guerra na Síria ganha um grande destaque na mídia a partir do momento em que milhares de pessoas buscam refúgio, geralmente, nos países da Europa. Durante o árduo caminho em busca da paz e da liberdade, homens, mulheres e crianças passam por enormes dificuldades e correm frequente risco de morte.
O feminismo é um assunto, também, com grande destaque na mídia e, principalmente, nas redes sociais, onde mulheres, militantes e ativistas, buscam defender seus direitos, dentre eles o direito ao próprio corpo. Como apresentado, algumas mulheres tiveram que fugir dos seus países devido à repressão somente pelo fato de serem mulheres, tal repressão se apresenta em forma de casamentos arranjados e suas demais consequências.
É inacreditável que, no século XXI, a história de vida e o sofrimento dessas mulheres sejam verdade. Concluo que o projeto Vidas Refugiadas veio, não só como forma de agregar valor cultural, mas também como forma de alerta, para que possamos perceber que histórias tão distantes em nosso imaginário realmente aconteçam, e para que as refugiadas, mais do que nunca, ganhem visibilidade e lugar na mídia e nos meios de comunicação.
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