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A CAPOEIRA: Herança e marginalização do negro no Brasil

Por:   •  28/10/2017  •  Ensaio  •  576 Palavras (3 Páginas)  •  399 Visualizações

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FACULDADE METROPOLITANA DA GRANDE RECIFE

CURSO: CIÊNCIAS CONTÁBEIS

TURMA: 1A - N

DISCIPLINA: SOCIOLOGIA    

PROFESSOR: JORGE BARBOSA

30 NOV. 2016

                                                                     JANETE FERNANDES POLICARPO

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

BASTOS, Elide Rugai. As criaturas de Prometeu – Gilberto Freyre e a formação da sociedade brasileira. São Paulo: Global, 2006.

ENSAIO LITERÁRIO

CAPOEIRA: herança e marginalização do negro no Brasil

O brasileiro, racista, tende a desconhecer a influência do negro em nossa cultura. No entanto, podemos ver, com bastante frequência, rodas de samba (herança do negro), barracas de acarajé (herança do negro), rodas de capoeira (herança do negro) lotadas de pessoas que apreciam veemente a influência e o presente compartilhado com o nosso povo. Sim, foram eles, os negros, que, com sua alegria, segundo BASTOS, Elide Rugai, teria amenizado o caráter melancólico impregnado pelos portugueses e a tristeza natural do indígena. Ela refere-se, ainda sobre esse ponto, que a alegria e a bondade do africano foram em grande parte responsáveis pela doçura que marcou as relações senhor/escravo no Brasil.

Em suas discursões, explicações e considerações sobre as ideias de Gilberto Freyre, BASTOS afirma que ele constrói sua argumentação, em debate com os racistas sobre a questão cultural, utilizando, entre outros elementos, a ideia de que o negro é culturalmente superior ao indígena e inclusive, em certos pontos, ao português. “Ideia extravagante para os meios ortodoxos e oficiais do Brasil, essa do negro superior ao indígena e até ao português, em vários aspectos de cultura material e moral. Superior em capacidade de técnica e artística” (Gilberto Freyre).

Por falar em capacidade de técnica e artística, pratiquei capoeira durante quinze anos de minha vida e, sabendo da história  dessa ‘dança’, afirmo que nunca vi um branco com tanta ginga e arte ao executar os ‘passos’ dessa linda herança, quanto o negro.

A capoeira carrega em si a história do negro sofrido e roubado de sua terra, privado de seus direitos e de sua liberdade.

A prática da capoeira foi proibida durante muitos anos no Brasil, sendo pregada como luta de vândalos e marginais. Mantendo esta visão histórica, podemos atrelar a isso a afirmação de Gilberto Freyre, segundo BASTOS, de que o negro é o verdadeiro filho do trópico e que é “o tipo do homem fácil, plástico, adaptável” (Gilberto Freyre). Seria, realmente, o que Freyre afirma? Estaria ele correto em suas ideias? Eu prefiro me deter, de forma geral, ao que o livro faz referência ao sadismo no Brasil, pelo fato da bondade do negro ao impedir de rebelar-se e o levar a aceitar tratamentos rudes.

Diante do exposto no parágrafo anterior, temos, mais uma vez, o cruzamento histórico: o negro com sua característica pacífica, extrovertida, alegre e bondosa, adaptou a capoeira já existente na África, camuflada em uma ‘dança’, para que fosse um ritual de lazer, diversão, de manter a boa forma (no caso daqueles que desempenhavam funções mais leves), exercitar a capacidade de defesa corporal e manter viva a sua cultura entre seu povo no Brasil.

Só há pouco mais de 80 anos a prática e ensino dessa arte pode ser reconhecida e ensinada em academias no Brasil.

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