A COGNIÇÃO SOCIAL
Por: Renata Rocha • 15/3/2018 • Pesquisas Acadêmicas • 3.609 Palavras (15 Páginas) • 140 Visualizações
PONTO 1: COGNIÇÃO SOCIAL
Processos mentais: formas de cognição ou modos de conhecer, como perceber, ter atenção, recordar, raciocinar e solucionar problemas; sonhar, fantasiar, desejar, esperar e antecipar
Cognição Social
Definição: Processamento da informação social - pensamento e conhecimento acerca de qualquer “objecto humano”, seja indivíduo, grupos ou instituições.
Âmbito: Estruturas e processos mediante os quais os sujeitos selecionam, interpretam, recordam e usam a informação social para fazer julgamentos e tomar decisões;
A cognição é social porque é originada na interação social e é socialmente compartilhada pelos membros de uma cultura.
4 processos na base do pensamento social:
- Atenção: selecionar a informação
- Interpretação ◦ compreender o que significa
- Julgamento ◦ decidir por uma opinião ou decisão
- Memória ◦ guardar para uso futuro
Fases no processamento da informação:
- Codificação: Interpretação e organização da informação nova a partir dos esquemas de forma a criar uma representação mental assimilável pela memória.
- Arquivamento: Memorização (armazenamento da informação).
- Recuperação: Recordação da informação.
- Julgamento: Compreensão das implicações e combinações da informação integrada nos esquemas para tomar uma decisão ou realizar um julgamento.
- Decisão: selecionar e atuar uma ação social que reflita o conhecimento esquemático codificado, armazenado, recuperado e utilizado nas decisões e planos orientadores da conduta.
CULTURA E COGNIÇÃO
Como as culturas influenciam os processos de pensamento? Embora todos os seres humanos tenham processos mentais básicos similares, pessoas de diferentes culturas diferem em:
◦ no modo como organizam, retêm, transmitem e atuam na informação
◦ no grau de desenvolvimento de certas habilidades práticas
◦ no treino, ou na falta dele, do estilo europeu de educação formal
Fatores fisiológicos influenciam o modo como os seres humanos categorizam certos estímulos básicos. Alguns aspectos universais da categorização:
◦ mesmas categorias para as expressões faciais que assinalam emoções básicas
◦ Acordo difundido entre culturas sobre que cores são primárias e que cores são secundárias
Memória (sensorial, curto prazo, longo prazo, primazia e efeitos recentes):
- Aprendemos capacidades específicas da memória em diferentes contextos que mudam a performance da mesma – memorização de extensas passagens do Corão em estudantes Liberianos (Scribner & Cole, 1981)
- Efeito da frequência da escola na recordação de informação não relacionada (Scribner, 1974)
Contudo, não é ainda claro se é a cultura ou a escolarização, ou ambas, que contribuem para as diferenças observadas. Estudos transculturais relativos a problemas comportamentais
O que é um esquema/categoria? Um esquema é um conhecimento organizado segundo uma dada configuração estabelecida, baseado na experiência passada, e que utilizamos para interpretar a nossa experiência presente. Conceitos Relacionados incluem protótipos, estereótipos e argumentos (scripts).
Os esquemas são ao mesmo tempo;
Blocos de conhecimento: Que Influenciam
- a codificação (recepção e interpretação) de informação nova;
- A memória de informação passada;
- As inferências acerca de informação em falta.
Quadros de expectativas: Que Influenciam
- Previsão acerca de acontecimentos futuros;
- Tomadas de decisão baseadas nessas previsões.
processo de categorização:
Porquê o recurso à categorização:
- permite criar uma estrutura simples, dotada de estabilidade e de significações em relação ao meio ambiente e às pessoas
- simplificar as informações disponíveis e ter acesso a juízos e ações precedentes
- ter uma representação mental geral do que são os outros e qual o seu modo de funcionamento
- Estas simplificações, estas categorizações são aprendidas por nós pela experiência, direta ou indireta.
Vantagens
- Ajuda-nos a lembrar e a organizar a informação
- Ajuda-nos a interpretar e avaliar informação nova e/ou ambígua
- Acelera o tempo de processamento
Desvantagens
- Pode conduzir à aceitação de uma informação que está de acordo com um esquema/categoria, mas não está correta
- Pode conduzir a expectativas erradas
Formação de Impressões dos Outros:
A Correlação Ilusória é uma das razões para os preconceitos: – a perceção de uma relação onde não existe nada, ou a perceção de uma relação mais forte do que realmente existe. Outra forma de pensar sobre isso – falsa impressão que duas variáveis se correlacionam.
Perceção de pessoas:
1. Nós formamos impressões sobre as pessoas rapidamente e na base de pouca informação.
2. Existem aspectos salientes que vão ser marcantes para a nossa atenção.
3. Processar informação sobre as pessoas envolve percepcionar algum sentido coerente nessa pessoa.
4. Nós organizamos a informação através de um processo de categorização ou agrupamento de estímulos.
5. Nós utilizamos a nossa estrutura cognitiva para fazer sentido do comportamento do outro.
6. As nossas necessidades e motivações influenciam a forma como percecionamos os outros.
Formação de impressões: para criarmos uma impressão acerca de alguém não precisamos de muita informação. A informação acerca de uma ou várias pessoas é obtida de forma direta e/ou indireta. Formar uma impressão significa organizar a informação disponível acerca de uma pessoa de modo a podermos integrá-la numa categoria significativa para nós (Asch, 1946).
Importância das primeiras impressões:
- Permitem fazer inferências acerca de muitos outros atributos (ex. inteligência, integridade, sucesso profissional, etc). As pessoas utilizam as suas estruturas cognitivas, ou esquemas, para completarem a informação e tornarem-na coerente.
- Constituem uma grelha que permite filtrar a variabilidade imensa do comportamento da outra pessoa e fixar determinados traços assumidos como estáveis e por isso também previsíveis.
O processo de formação de impressões:
Do ponto de vista conceptual:
- Processamento conceptualmente guiado (perspetiva construtivista)
- A formação de impressões é determinada pelas estruturas e processos cognitivos e afetivos do sujeito que perceciona
- Primeiras experiências sobre formação de impressões realizadas por Solomon Asch
- Processamento guiado pelos dados (perspetiva associacionista)
- São as características físicas e comportamentais da pessoa alvo que determinam a produção de uma impressão específica
- Abordagem linear ou de integração da informação de N. H. Anderson (1965; 1974)
- Abordagens mais recentes
- Integram os dois tipos de processamentos
- Abordagem da memória das pessoas ou cognição social
As experiências de Asch (1946):
- I. Características centrais e periféricas
- A. Variação de uma qualidade central
- B. Omissão de uma qualidade central
- C. Variação de uma qualidade periférica
- D. Transformação de uma qualidade central em periférica
- II. O fator da direção da impressão
- III. Semelhança e diferença das impressões (entre qualidades pessoais.
I. Características centrais e periféricas
A. Variação de uma qualidade central…
A observação mostra que nem todas as qualidades têm o mesmo peso no estabelecimento de uma impressão (básicas e secundárias)
Abordagem da integração da informação: N. H. Anderson, 1965, 1974- Estes modelos foram desenvolvidos como alternativa à perspetiva holística. Baseiam-se no pressuposto de que cada item de informação dá uma contribuição própria para a formação da impressão e cada item, com o seu valor independente, combina-se com os outros itens segundo regras aditivas, multiplicativas ou de média.
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