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A Colonialidade de Cabo a Rabo; Walter Mignolo

Por:   •  25/4/2023  •  Seminário  •  1.018 Palavras (5 Páginas)  •  144 Visualizações

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Walter Mignolo (1941- )

  • Professor de Literatura e Línguas Românicas e de Antropologia Cultural na Universidade de Duke;
  • É conhecido como uma das figuras centrais do pensamento decolonial latino-americano e como membro fundador do Grupo modernidade/colonialidade;
  • Walter Mignolo analisa a recriação do continente americano a partir de novos significados e imaginários, livres dos controles exercidos pelo projeto eurocêntrico hegemônico.

A colonialidade de cabo a rabo: o hemisfério ocidental no horizonte conceitual da modernidade

Referência: MIGNOLO, Walter. (2005). "A colonialidade de cabo a rabo: o hemisfério ocidental no horizonte conceitual da modernidade”. In: A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Edgardo Lander (org). Colección Sur Sur, CLACSO, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina. setembro 2005. pp.71-103

  1. Sobre o imaginário do mundo moderno/colonial

“hemisfério ocidental”  → mudança no imaginário¹ e nas estruturas de poder;

¹ - O imaginário é a construção simbólica, na qual uma comunidade (racial, sexual, nacional) define a si mesma, sendo o que forma a diferenciação entre o Simbólico e o Real. Consoante à Glissant[a], Mignolo confere um emprego no sentido geopolítico do tempo e a aplicação do imaginário na fundação e formação do “sistema-mundo” moderno colonial.

Formação do imaginário ocidental e a imagem atual da civilização ocidental

  • O Mediterrâneo(transição) deixa de ser o centro e o Atlântico passa a integrar o circuito comercial e inicia o processo de formação da sua exterioridade.
  • No Ocidente, a “imagem interior” é acompanhada de um “exterior interno”, ou seja, de uma exterioridade que vem de dentro.
  • O imaginário exterior do Ocidente foi convertido a partir de suas próprias concepções interiores.

“O fora que está dentro” (pp.35)

  • Não apenas construído pelo(e no) discurso colonial, mas também pelas diferenças internas e pelas respostas (ou falta delas) das comunidades que estão envolvidas na própria autodescrição do imaginário ocidental.

“Mas o que entendo por mundo moderno/colonial ou sistema mundo/moderno colonial?” (pp.36)

  • Walter utiliza uma metáfora, proposta por Wallerstein (1974), sob intenção de dissertar sobre o quadro histórico de reflexões que escapam à ideologia nacional. Fabricação do imaginário continental e subcontinental.
  • O autor considera que o início do círculo comercial do Atlântico está ligado à história do capitalismo e da modernidade/colonialidade.

  • Colonialidade como o outro lado da modernidade

“a metáfora de sistema-mundo moderno não traz à tona a colonialidade do poder (Quijano, 1997) e a diferença colonial(Mignolo, 1999; 2000)” (pp.36)

  • Logo, essa metáfora não considera outros imaginários ao pensar no sistema do mundo moderno.

Exemplo: “As rebeliões indígenas e a produção cultural ameríndia, do século XVI em diante e a Revolução Haitiana, no início do século XIX” (pp.36) em comparação com a Revolução Francesa, considerada um marco para a fundação do sistema mundo moderno. Ambos são momentos constitutivos para a construção do imaginário local, mas a RF é considerada um referência para o mundo, enquanto as primeiras supracitadas são meras ocorrências no discursos hispânico.

A colonialidade mantém um discurso do capitalismo como produção europeia “de dentro” ou “de dentro para fora”, a narrativa explora o capitalismo como um fenômeno europeu e as “colônias” colocados como coadjuvantes (ou inteiramente excluídas) da história que só foi possível em vista de sua exploração.

“a colonialidade do poder é o eixo que organizou e continua organizando a diferença colonial, a periferia como natureza.” (pp.36)

Quijano e Wallerstein (1992: 449) consideram que poderia não haver capitalismo sem as Américas. Mignolo compartilha da mesma ideia, mas focado no fato que o capitalismo “mudou de rumo e acelerou seu processo com a emergência do circuito comercial do Atlântico [...] e estabeleceu novas relações de raça e trabalho” (pp. 36-37). Logo, é impossível entender a modernidade sem levar em consideração a colonialidade.

Diferença colonial → assume uma posição passiva nos discursos pós-modernos, apesar de ter lugar ativo na modernidade ou no capitalismo.

  • percebida a partir de movimentos de descolonização e independência.

Uma vez que envolve diferentes sociedades que possuíam dinâmicas próprias de organização, existem pontos de vista distintos pelos quais a história da colonialidade é narrada, e ainda, existem também narrativas forjadas pela colonialidade do poder nas Américas, na Ásia ou na África.

Modernidade na Europa é a Colonialidade no resto do mundo, o que coloca a modernidade como assegurada pela colonialidade, ou seja, é difícil pensar (sob esses termos) que pode haver modernidade sem colonialidade, “que a colonialidade é constitutiva da modernidade, e não derivativa.”(pp.38)

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