A Distribuição de Recursos Familiares
Por: Denis Valente • 12/9/2015 • Trabalho acadêmico • 807 Palavras (4 Páginas) • 219 Visualizações
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais
Disciplina: Métodos Quantitativos em Ciências Sociais
Professor: André Ricardo Salata
Aluno: Denis Souto Valente
Resenha 1: HASENBALG, Carlos. Capítulo 2: A Distribuição de Recursos Familiares. In: Hasenbalg, C. Silva, N.V. (Orgs.) Origens e Destinos: desigualdades sociais ao longo da vida. Rio de Janeiro. Topbooks. 2003. pp 55-84.
Os Recursos Familiares são definidos como os recursos materiais e não materiais provenientes da família, os quais influenciam a qualidade do aprendizado e as oportunidades de permanência e progressão escolar. Tais recursos são de três ordens: (a) Capital Social; (b) Capital Cultural; e (c) Capital Econômico. A distribuição dos recursos familiares é recebida e percebida de formas diferentes por cada integrante na hierarquia familiar. O capital social foi mensurado a partir da presença física dos adultos e da atenção destinada às crianças, o cultural foi medido pelo grau de escolaridade dos pais e demais residentes de 15 anos ou mais, já no econômico considerou o resultado da renda familiar per capita para o domicilio com filhos.
O capitulo de livro estudado propõe modelos de análise e formas de inferência que permitem, com bastante precisão, entender as relações entre Recursos Familiares e educação. Basicamente se trata de estimar as relações entre a origem social e o alcance educacional, ou seja, onde algumas pessoas de origem social diferentes podem chegar dentro do sistema de ensino formal brasileiro.
No Brasil o sistema educacional costuma reproduzir as disparidades socioeconômicas passadas de pais para filhos. É através do sistema escolar que as oportunidades sociais são distribuídas, sendo que a mobilidade social individual está associada com as realizações educacionais das pessoas, o sucesso ou o fracasso destas pessoas no sistema educacional está relacionado em parte com os recursos familiares que lhes foram disponibilizados. Dessa forma, ocorre uma forma de estratificação educacional que seria a seleção e socialização em relação à origem social dos indivíduos.
Essa estratificação educacional tem relação entre as características de origem socioeconômica dos alunos ao entrar no sistema escolar e as características individuais na sua saída, da mesma forma que os mecanismos através dos quais essa relação é estabelecida. Se realmente existe uma relação entre os recursos familiares e o desempenho escolar, a melhora recentemente observada deste desempenho nas escolas brasileiras não tem relação exclusivamente com a melhora do sistema de educação, mas também com a melhora da situação das famílias no âmbito dos recursos disponíveis, visando facilitar a educação dos filhos, bem como o acesso a serviços e bens culturais. Isso não se dá exclusivamente com o aumento de renda, mas também com aspectos demográficos, como a redução do tamanho das famílias (queda da taxa de fecundidade) e a migração para centros urbanos, onde as oportunidades de estudos, disponibilidade de serviços públicos e acesso a cultura intelectual é maior.
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