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A Educação Profissional E A Precoce Inserção De Adolescentes No Mercado De Trabalho

Por:   •  17/4/2023  •  Artigo  •  5.488 Palavras (22 Páginas)  •  65 Visualizações

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A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E A PRECOCE INSERÇÃO DE ADOLESCENTES NO MERCADO DE TRABALHO  

Autor:  [1]

Orientador:[2]

Resumo:[a]

O presente estudo, traz como foco A Educação Profissional e a precoce inserção de adolescentes no mercado de trabalho na cidade de Formosa. Sendo assim problematizou-se o tema questionando: De que maneira A Educação Profissional pode subsidiar a completa formação do cidadão se as políticas públicas que a fundamentam e a justificam, se não vão de encontro com a assistência à família, sujeitando adolescentes ao trabalho precoce e interrupção do desenvolvimento de suas habilidades sociais e humanas? O Objetivo Geral foi analisar as contradições existentes na proposta governamental para a Educação Profissional de Nível Médio considerando o percurso histórico/legal em contraposição com a realidade vivida na prática pelos alunos egressos do Ensino Profissionalizante na cidade de Formosa, especificamente do Instituto Federal de Goiás da cidade. Os objetivos específicos foram: identificar alunos egressos do IFG de 2010 a 2014; realizar levantamento sobre a atual situação dos mesmos em relação a empregabilidade e a continuidade dos estudos; analisar as contribuições reais do Ensino Profissional na realidade aplicada dos referidos egressos.  A revisão bibliográfica concentrou-se na literatura sobre educação e mercado de trabalho e na discussão sobre a real importância da educação técnica e profissional na vida de adolescente formandos do Ensino Médio, tendo em vista a aplicação de esforços do governo para este fim. A pesquisa tem um enfoque qualitativo e quantitativo onde os resultados confirmaram os questionamentos do trabalho ao concluir, de fato, que a inserção dos jovens concluintes do ensino médio no mercado de trabalho está aquém do esperado pelas políticas públicas definidas para a expansão e que uma mínima parcela de adolescentes vão de fato atuar na sua área de formação e que muitos são obrigados a se empregarem para garantir a sobrevivência da família ao invés de investir em sua formação continuada de qualidade priorizando suas habilidades e vocações. Isso ocorre em virtude de problemas sociais, estruturais, econômicos relacionados a maneira como foi formatada a Educação Profissional no Brasil, que favorece a precocidade do trabalho de jovens que, nessa idade, deveriam reunir esforços na continuidade de seus estudos e na abrangência de seus conhecimentos e capacidades como garantia de seus Direitos de ser em desenvolvimento.

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Palavras chave: Educação. Mercado de trabalho. Profissional. Egressos. Assistência.

1-INTRODUÇÃO:

É evidente o avanço da Educação Profissional no Brasil, que obteve esforço acentuado rumo a interiorização dos Institutos Federais na última década. A estrutura pedagógica e curricular oferece a oportunidade aos estudantes de iniciar os primeiros passos rumo a pesquisa alavancando o contato e o diálogo com novos espaços acadêmicos e visões de mundo, respaldada por uma mobilização de profissionais que se empenham por um ensino integrado.

Desde 2010 Formosa conta com um câmpus do IFG, a unidade oferta cursos técnicos de nível médio, nível superior e cursos de extensão, que por iniciativa própria ou em parceria com o Governo Federal oferta vagas em cursos técnicos de curta duração para a comunidade local e região. Desde, então a comunidade se beneficia de uma estrutura de ensino mais adequada que conta com professores com melhor formação, salas de aulas e laboratórios para pesquisas e estudos dirigidos, quadra de esportes e ainda a construção de refeitório outros espaços que contemplam o projeto original do câmpus. Tanto no quesito espacial, quanto no atitudinal percebe-se um diferencial no ensino ofertado nesses espaços.

Mas apesar das inúmeras mudanças causadas pela Reforma da Educação Profissional no país sustentadas e ordenadas pelas diversas leis surgidas desde 1988 com a Constituição Federal até a LDB de 1996, a produtividade ainda é assunto principal no debate econômico. No meio acadêmico a dicotomia entre educação para o desenvolvimento das habilidades técnicas aliada a formação crítico e social do indivíduo não alcança o espaço oportuno e no mundo do trabalho os aspetos quantitativos pautados pelo lucro ainda superam ou ignoram os qualitativos que se referem a formação humana dos alunos.

A Educação Profissional ofertada pelos IFs no Brasil continua, apesar das manifestações de críticos e educadores, atendendo as demandas do mercado desconsiderando a necessidade que os adolescentes nessa faixa etária necessitam para se desenvolverem completamente antes da inserção no mundo do trabalho e assim como em todo o território nacional, os jovens egressos do IFG câmpus Formosa também estão a mercê da política impositiva de inserção no mundo do trabalho.

A discussão central desse trabalho está justamente na polarização que ocorre hoje entre educação para o mundo do trabalho e educação para a vida. Tendo como parâmetro a análise da situação educacional e profissional de alunos egressos do Instituto Federal de Goiás na cidade de Formosa. A presente reflexão inclina-se para a real função e eficiência da Educação Profissional, baseando-se no trajeto histórico dessa modalidade no Brasil e as reais garantias de direitos necessárias ao jovem e futuro trabalhador. O objetivo é compreender as causas de inserção precoce desses indivíduos no mundo do trabalho e o quanto isso afeta o seu futuro em relação a qualificação e o desenvolvimento de suas habilidades e competências naturais.

  1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Constituição de 1988 assegurou além dos princípios básicos como igualdade de condições para o acesso permanência nas escolas; liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber, e pluralismo de ideias e concepções pedagógicas outras premissas que embasaram conquistas futuras como a obrigatoriedade da oferta do ensino gratuito pelo estado e a universalização gradual de acesso a todas as modalidades da educação básica.

 Não obstante, o Estado desde então vem se empenhado em propor medidas que sugerem a sustentação desses princípios e garantias contidas no texto constitucional. No entanto, apesar da eficiência dos explícitos direitos presentes na Constituição Federal e em várias leis surgidas após a sua promulgação, fica claro que os direitos expressos no artigo 205. “ A Educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa , seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” vem, de certa forma, sendo ignorados ou mesmo deturpados em proveito das intenções governamentais e econômicas do país.

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