A FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE
Por: Francisco Wilson Ferreira da Silva • 8/6/2022 • Resenha • 1.184 Palavras (5 Páginas) • 121 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO E CONTROLADORIA
RESENHA 1: Obstáculos Epistemológicos
Professor José Carlos Lázaro da Silva Filho, Dr. Docente / Francisco Wilson Ferreira da Silva: Ms.C., Discente.
O progresso da ciência está sujeito a condições psicológicas e é, em termos de obstáculos, que o problema do conhecimento científico deve ser colocado, no âmbito da lentidão e do conflito. Essa concepção resta evidente quando se avalia o conhecimento empírico: torna-se claro, posteriormente, quando o conjunto de argumentos que o fundamenta se estabelece.
A noção de obstáculo epistemológico pode ser estudada no desenvolvimento histórico do pensamento científico e na prática da educação. Se embute no conhecimento não questionado, embora estudos que antes possam ter se tornado úteis e sadios, entravam o pensamento científico. É fator de inércia para a construção do conhecimento. O instinto formativo cede a vez ao instinto conservativo, Confirma o seu saber àquilo que o contradiz, mais responde do que pergunta, cessa o crescimento espiritual. Um fato mal interpretado, em uma determinada época, permanece um fato, para o historiador; enquanto para o epistemólogo, um obstáculo, um contra pensamento.
Entretanto, com efeito, haverá chegado o momento em que as crises do pensamento reorganizam o sistema de saber, se refazem, são refeitos, mudam de espécie, opõe-se a espécie anterior por uma função decisiva, razão da natureza mutante do ser humano, que tem necessidade de modificar-se, continuamente. Um pensamento inquieto, que desconfia das habitualidades, e exige mais precisão, mais condições de distinção que fogem da incerteza e da unidade, e que encontram nos sistemas homogêneos mais obstáculos do que estímulo. Substituição de uma saber obtuso, fechado, por um saber dinâmico, que converse com todas as variáveis experimentais na busca da evolução do conhecimento.
Merece destacar a relação psicológica travada entre professor-aluno, considerada patogênica pelo autor, que traz ao estudo a necessidade de detectar-se o primeiro obstáculo epistemológicos para a fundamentação da psicanálise da razão: a primeira experiência ou a observação primeira repleta de imagens: pitoresca, concreta, natural, fácil e, empós, perigosa, pelo encantamento que traz trava o espirito científico, que precisa abandonar o empirismo imediato, perceptíveis nos jovens pesquisadores, seguros de suas teorias e observações, mas de olhos fechados ao conhecimento, obstáculo verbal, falsa explicação obtida por meio de uma palavra explicativa, analisa um conceito, quando deveria inserir uma conceituação particular, numa síntese racional. Examinam-se o obstáculo animista nas ciências físicas que introduzem valorações que prejudicam os valores do pensamento científico, românticas, por sua natureza.
Um conhecimento imediato, de natureza quantitativa, traz impressões subjetivas que precisam serem expurgadas. Oferece certezas prematuras que entravam o saber. O conhecimento científico é sempre algo novo e as suas composições primeiras são, forçosamente, indesejáveis, mas os obstáculos epistemológicos andam aos pares atraídos por um matematicismo demasiado preciso: excesso de precisão, crença no realismo da medida, sob a realidade, esgotamento de uma vez só da determinação quantitativa, deixando escapar as relações do objeto, aplicações numéricas sem a preocupação com o erro. Em algumas vezes, o cálculo é aplicado a determinações que não o comportam.
Dentre outros exemplos do obstáculo nimimista que ronda o saber, o autor cita a recusa de uma informação matemática discursiva, que, em tese, permitiria a expansão do conhecimento, feita em proveito de uma forma de conjunto, formulada em matemática vaga, satisfatório à pouca necessidade de rigor das mentes mais sem nitidez: Um doutor de Sorbonne, Delairas, escreve um livro intitulado Physique nouvelle formant um corpos de doctrine, et soumise à la démonstration rigoureuse du calcul onde inexiste equação e o autor confia em questões subjetivas para defender a sua tese.
O espírito pré-científico abusa das determinações recíprocas. Todas as variáveis características de um fenômeno estão a seu ver em interação, e o fenômeno é considerado como igualmente sensível a todas as variações, o que não é verdadeiro, dado que considerando-as interrelacionadas é de se supor que sua sensibilidade não é recíproca. Cada pesquisa tem um caso de espécie. Ideias de interações sem limite permanecem nos espíritos pré-científicos, passam por ideias filosóficas e profundas, dão pretexto a todas as falas ciências. Deve-se afirmar que tudo não é possível na cultura científica e que só se consegue reter o possível, daquilo que se demonstrou a possibilidade. À hostilidade a matemática, acrescenta o autor, é mau sinal quanto o seu intento e pretensão é captar, diretamente, os fenômenos científicos.
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