A Sociologia Brasileira

Leonardo F. Vidal de Negreiros

Sociol. Brasileira.

CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos. Rio de Janeiro; São Paulo : Laemmert C., 1905

 Comentário

              A matriz da origem brasileira: tupi, juntamente com colonizadores europeus e negros, também pode ser explicada em seus detalhes na condição de indivíduo [personalidade, e capacidade cognitiva], sob a vertente de Nina Rodrigues, nos fatores evolucionistas (antropometria) e condições climáticas, na qual passa a ser determinista no argumento da mudança de caráter, que deixa uma raça mais dominante que a outra.

              A "formação de uma raça" na construção de uma identidade una, talvez mesmo no mundo civilizado e estruturas sociais se organizando de forma pragmática, a identidade homogênea ainda está longe de se concretizar, porque o debate da procedência do ser brasileiro ainda é bastante pertinente.

              Sobre o sertanejo, esteticamente ele aparece de forma desacomodada nas vestimentas e no corpo, de personalidade forte se adequando ao clima seco (mais hostil), o " Hércules-Quasímodo" [figura criada por Euclides]. Já os heróis: indios, negros e portugueses, "as três raças formadoras", onde cada um se caracteriza de uma forma considerando o fator climático, a exemplo dos negros que ficavam no litoral na busca de sua subsistência.

              O contexto de grandes terras, poucos índios e um aglomerado de brancos europeus, definia a situação dos primeiros povoados, e mais tarde o início de uma civilização.

             Um debate intrigante surge na definição do caráter racial, num dialogo entre ciência no âmbito evolucionista e na mestiçagem - sendo a explicação benéfica ou maléfica - de haver ou não uma raça que se sobreponha a outra.  

             Em suma, a identidade racial no conceito das três raças, se configura também no conjunto de qualidade de cada indivíduo, onde as nuâncias surgem de acordo com o contexto histórico, cultural, nas crenças, costumes e moralidade.