A Visão Dos Antropólogos Adam Kuper
Por: k1ddo • 20/10/2023 • Artigo • 2.488 Palavras (10 Páginas) • 71 Visualizações
A visão dos Antropólogos
Adam Kuper
Antropologia Ppga Ufpe
(81) 2126-8286
- Introdução: Guerras culturais
Link do livro:
https://www.passeidireto.com/arquivo/24547026/kuper-adam-cultura---a-visao-dos-antropologos-editora-edusc
O autor apresenta problemas sobre as concepções de cultura, as reivindicações feitas através deste termo, as diferentes compreensões a respeito desta ao longo dos tempos (ideias de “revoluções culturais”).
De antropólogos aos nativos, todos utilizam e evocam o termo/concepção de cultura.
A concepção de cultura problematizada como “fronteiras” (religiões, ideologias e outras instituições das sociedades) e como estas implicam numa ideia conflituosa no mundo contemporâneo (pós guerra fria) => pronunciamento de líderes a respeito de “guerras culturais”.
“as granes divisões entre a humanidade e as principais fontes de conflito são culturais”.
Embora distintas as concepções de cultura trazidas pelo autor, o que pode-se entender como semelhante entre estas:
- Em seu sentido mais amplo, cultura é simplesmente uma maneira de falar sobre identidades coletivas. Porém, o status também está em jogo. (22)
- A cultura do “establishment” é denunciada como opressiva.
Alta cultura pode representar um instrumento de dominação.
- Reforça o lugar da cultura na luta de classes.
- Apenas as tradições culturais populares podem contrapor-se à corrupção da mídia de massas.
- Discursos sobre a cultura tendem a se encaixar em categorias bem definidas.
Ele cita e critica as importantes escolas do pensamento ocidental que tiveram influência no processo de formação dos diferentes conceitos de cultura ao longo da história – França, Alemanha e Inglaterra (românticos, clássicos e iluministas), indicando que as mesmas são necessárias para se ter uma noção fundamental do surgimento de tal concepção.
- (França): Civilização vista como uma conquista progressiva, cumulativa e as pessoas são tidas como “iguais” naturalmente. => ideia de uma “cultura universal” (da mesma maneira que o Eriksen e Nielsen narram).
- O pensamento Alemão divergia em inúmeros aspectos dos valores franceses (Kultur contra civilização) => oposição dialética de uma em relação a outra.
- Cultura espiritual.
- Associada a valores materiais, ao capitalismo e muitas vezes à política externa e a influência econômica, essa civilização ameaçava a cultura autentica e condenava artes seculares à obsolescência. (26)
Contra-iluministas alemães saiam em favor da religião e contra a subversão da razão.
- Nietzsche = “Bildung” (perspectiva crítica) = formação cultural = identificava-se com a civilização francesa.
Pensamento francês: filiado a imagem e ideias do catolicismo (embora crítico a religião)
Pensamento alemão: ligados a perspectiva da reforma como oposição à civilização cosmopolita e católica francesa.
- Adquirindo cultura, ficamos conhecendo a “história do espírito humano”.
A burguesia teria condições de conservar alta cultura ao longo dos tempos?
- No século XX, a ideia de uma, civilização mundial científica progressiva foi traduzida para a teoria da globalização. (lembrando que a cultura chegou a se opor a civilização).
Ambiguidade do termo cultura quando pode representar a racionalidade e a razão ou a tradição a o “atraso”.
- Ideias clássicas de cultura se deparam com A origem das espécies (1859).
A ideia de separação biológica dos seres humanos (e todos os seres vivos em geral) fez com que a ideia de cultura fosse compreendida como não pertencente a esta ordem, sendo a cultura um processo de assimilação.
A cultura era a defesa contra a própria natureza humana.
As ideias de Darwin, na perspectiva política-filosófica, foram direcionadas contra a classe burocrata e contra o poder hereditário. => culminou numa ideologia progressista e
Adolf Bastian: “assim como as raças, as culturas são híbridas. Não existe culturas puras, distintas permanentes (o autor se refere a esse conhecimento como uma “antropologia liberal berlinense). (33)
- Boas foi aluno de Bastian e de Virchow.
- Cultura sempre é definido como oposição a algo mais. Trata-se da forma local autentica que resiste a sua inimiga implacável, uma civilização material globalizante.
- Nas ciências sociais: cultura como consciência coletiva em oposição a psique individual.
Ele fala da atuação de T. Parsons na sociologia norte americana nos anos 1950 e 1960 (ele levou conceitos clássicos dos fundadores da disciplina nesse período).
1952 Kroeber e Kluckhohn publicam uma concepção antropologia/científica de cultura.
Eles concordam com a definição científica de cultura trazida por Parsons.
A partir das décadas de 1950/60 a antropologia passa a ser realmente como ciência da cultura.
As pessoas criam e vivem num mundo de símbolos.
Geração posterior => Geertz, Schneider e Sahlins.
Geertz: cultura pode ser interpretada, não explicada, ao contrário do que a ideia de ciência carrega consigo.
- Lévi-Strauss: (...) se uma nova ciência de cultura fosse conduzida pela linguística, então, juntas, no final essas ciências estabeleceriam a estrutura profunda que todas as línguas e culturas partilhavam e que (certamente) era esboçada no próprio cérebro.
Geertzianos: a cultura pode ser um texto, mas é um texto fabricado, uma ficção produzida pelo etnógrafo.
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