Analise A Respeito da Identidade e de Sujeitos Estigmatizados

Análise Do Texto: A Respeito da Identidade e de

Sujeitos Estigmatizados.

Caio Becker Horta (1)

1. Acadêmico de Publicidade e Propaganda, Universidade Feevale, RS/Brasil. E-mail: [e-mail]

        De acordo com Goffman (2004), estigma social pode ser definido como a situação do indivíduo que está inabilitado para aceitação social plena. O autor afirma que a sociedade estabelece modelos de categorias, que acabam catalogando os indivíduos de acordo com seus atributos e determinando as categorias que o sujeito deve pertencer.

        O sujeito estigmatizado possui uma realidade real, com a categoria e atributos que a pessoa prova ter, ou seja, quem realmente ela é. E a realidade social virtual, em que preenche as expectativas do outro sobre quem ela deveria ser. Dessa forma, os sujeitos considerados “aceitáveis”, criam estereótipos que definem e determinam sujeitos ou grupos de sujeitos e conferem a eles, um status aviltante, por serem percebidos como diferentes. (GOFFMAN, 1988). Ainda de acordo com Goffman (1988), a sociedade, ao rejeitar o sujeito, destrói seus atributos e qualidades, fazendo com que ele perca a confiança em si mesmo e reforça o aspecto simbólico de que esse sujeito é nocivo para a comunidade, fortalecendo a exclusão social.

Na concepção sociológica, a identidade é o resultado de um processo construído socialmente e que muda de acordo com as mudanças de valores e expectativas dos grupos sociais que pertencemos. Desse modo, a identidade pessoal e a identidade para os outros, são construídas simultaneamente e em um processo instável. (SANTOS, 2005). Goffmann (2003), por sua vez, analisa a identidade como representações que o sujeito tem de si mesmo e das outras pessoas e os elementos que usa para regular a imagem que formam ao seu respeito.

Uma identidade pode ser definida também, como o conjunto de significados que definem alguém enquanto desempenha algum papel dentro da sociedade. (BURKE, 2009). Esses papéis sociais são como máscaras, que definem a imagem do indivíduo na sociedade. Esses papeis, na maioria das vezes, são involuntários, e o grau de liberdade de escolha depende das condições e da situação que sua família desfruta na sociedade. Nas sociedades mais simples há poucas opções, enquanto nas mais complexas, as opções de escolhas são maiores.

        Sabendo que é construída pelo processo de interações e pelo sentimento de pertencimento, a busca da identidade é um processo em constante construção e cada vez mais inconcluso, uma vez que, nas sociedades contemporâneas as relações estão cada vez mais líquidas. A fluidez das relações está cada vez mais em evidência e existe uma tendência voltada ao individualismo, devido à dificuldade de viver em sociedade, ao sentimento de insegurança e a fragilidade das relações. É um tempo de grandes incertezas, fluidez e desconexão. (BAUMAN, 2005).

        Relacionando as questões de estigma e identidade com a realidade brasileira, é evidente que temos um contraste muito forte de realidades e que, indivíduos de classes sociais inferiores são estigmatizados por indivíduos que possuem papéis sociais valorizados na sociedade. Os indivíduos estigmatizados são menosprezados, não possuem voz nem posição, o que fortalece a discriminação e o que acaba, muitas vezes, levando os indivíduos estigmatizados à marginalização.

Referências Bibliográficas:

ARAÚJO, Marcele. Identidade Social. Toda Matéria, 2019. Disponível em: https://www.infoescola.com/sociologia/identidade-social/. Acesso em: 17 nov. 2019