COLÓQUIO INTERDISCIPLINARIDADE, HUMANISMO E UNIVERSIDADE. Porto, [2007?].
Por: Pompillo • 24/8/2022 • Resenha • 822 Palavras (4 Páginas) • 106 Visualizações
[pic 1] | UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO | [pic 2] |
RAFAEL MATOS NUNES
Resenha:
GOMES, Henriette Ferreira. Comunicação e informação: relações dúbias, complexas e intrínsecas. In: MORIGI, Valdir; JACKS, Nilda; GOLIN, Cida. Epistemologias, comunicação e informação. Porto Alegre: Sulina, 2016. p. 91-107.
Resenha apresentada como atividade para a disciplina ICIA46- Fundamentos Históricos e Epistemológicos da Ciência da Informação.
Salvador
2022
GOMES, Henriette Ferreira. Comunicação e informação: relações dúbias, complexas e intrínsecas. In: MORIGI, Valdir; JACKS, Nilda; GOLIN, Cida. Epistemologias, comunicação e informação. Porto Alegre: Sulina, 2016. p. 91-107.
Neste capítulo da obra Epistemologia, comunicação e informação, a autora Henriette Gomes buscou refletir sobre as possíveis relações entre a comunicação e a informação, a partir de suas características, conceitos existentes na literatura e de seus atributos intrínsecos, na tentativa de contribuir no entendimento de como ambos os fenômenos são vistos como, ao mesmo tempo, distintas, próximas e cooperantes. Além de discutir a cerca das dimensões da mediação da informação, a fim de observar os entrelaçamentos da comunicação com a informação.
Incialmente, destaca-se que tanto a comunicação quanto a informação caracterizam-se como manifestações presentes no agir humano e são determinantes para o agir de cada individuo na sociedade. E é a partir do processo de socialização que tais sujeitos se constituem (formando suas consciências individuais) e constituem o mundo, ressaltando que a interação é um elemento essencial na construção de sentidos, signos e significados, estabelecendo-se também como um espaço de possibilidades de interligação entre informação e comunicação.
Evidencia-se que a comunicação proporciona o desenvolvimento de técnicas, linguagens, processos, instrumentos, recursos e ambientes que funcionam como prolongamentos do próprio homem afim de que ocorra o efetivo compartilhamento de saberes e conhecimentos. Derivada desse fenômeno, a transmissão se diferencia por sua qualidade de prolongar a ação comunicativa, ultrapassando a simultaneidade e efemeridade da comunicação. E é na transmissão, que segunda a autora, a informação adquire maior visibilidade, por demandar dispositivos mediadores que a transportem no tempo e no espaço.
Gomes (2016) analisa que na transmissão a materialidade da informação ganhar maior destaque, enquanto na comunicação a informação transita entre a materialidade e imaterialidade. E ambas as ações (comunicação e transmissão), as quais promovem a interação social para compartilhar e debater ideias, experiências e conhecimentos, concretizam-se por meio das informações que são geradas nesses processos. Desta forma, observa-se uma zona de interligação entre a informação e a comunicação.
No decorrer do texto, a autora destaca alguns conceitos do fenômeno informação que evidenciam sua relação com a comunicação e o define como conhecimento em estado de compartilhando, visto que se trata de um fenômeno que emerge do esforço do compartilhamento de saberes humanos, sendo o produto desse processo. E nessa perspectiva, a comunicação seria o próprio processo de compartilhamento.
Em seguida, reflete-se sobre a mediação enquanto uma área de confluência entre a informação e a comunicação, voltada ao desafio da interligação dos sujeitos que buscam compartilhar e acessar os saberes e conhecimentos. Ressalta-se esse processo como essencial ao desenvolvimento humano, considerando a dialogia sua base de sustentação nos ambientes informacionais.
Compreendendo a mediação da informação como uma ação dialética e interacionista, Gomes (2016) a analisa a partir de cinco dimensões: dialógica, estética, formativa, ética e política. Tais dimensões devem ser levadas em consideração para que se ocorra uma efetiva ação mediadora, contribuindo para a apropriação da informação e tomada de consciência por partes dos sujeitos envolvidos, favorecendo também o desenvolvimento do chamado “protagonismo social”.
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