INTERDISCIPLINARIDADE E TRANSVERSALIDADE
Artigo: INTERDISCIPLINARIDADE E TRANSVERSALIDADE. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: MIKELIMA • 22/3/2013 • 2.015 Palavras (9 Páginas) • 1.262 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO
ALUNO: MARCELINO BARBOSA DA SILVA
INTERDICIPLINARIDADE E TRANSVERSALIDADE
Recife
2006
Análise crítica referente aos artigos
• Interdisciplinaridade: Um conceito em construção (Alves; Brasileiro; Brito);
• Inter-transdisciplinaridade e Transversalidade (Instituto Paulo Freire/Programa de Educação Continuada);
• Transversalidade e Interdisciplinaridade (Garcia); e,
• Interdisciplinaridade como Dimensões da Ação Pedagógica (Bovo).
Atualmente há uma constante reorganização do conhecimento como resultado da dinâmica da sociedade globalizada. A interdisciplinaridade é uma das principais tendências educacionais, pois tem o objetivo de integrar os saberes tendo em vista uma melhor resolução dos problemas, intervenção e transformação da realidade.
Busca-se por uma formação do conceito da interdisciplinaridade, como vimos no artigo “Interdisciplinaridade: um conceito em construção” (Alves, Brasileiro e Brito), porém não há consenso entre os epistemólogos, filósofos e educadores. O estudo mostra que os discursos em torno do tema são baseados em dois paradigmas científicos: a filosofia do sujeito e o marxismo dialético. Localiza também a Teoria das Representações Sociais no âmbito desses discursos, além de chamar a atenção para a perspectiva ideológica que transforma a interdisciplinaridade em fenômeno de moda.
De forma histórica e crítica as autoras discorrem sobre as filosofias de base enfatizando que “a filosofia do sujeito limita-se a uma concepção histórica do objeto filosófico científico, interdisciplinaridade, cujo processo de especialização e disciplinaridade é entendido como doença a ser curada pelas práticas interdisciplinares”. Não há intenção de esquecer a disciplinaridade, mas aponta a possibilidade de um diálogo entre várias disciplinas, uma troca/integração de diversos saberes para questionar os problemas de forma contextualizada e buscar soluções visando à transformação.
A contextualização não deve ser entendida como uma proposta de esvaziamento, como uma proposta redutora do processo ensino aprendizagem, limitando-se ao que está na realidade imediata ao redor do aluno, experiências e vivências. Um trabalho contextualizado parte do saber dos alunos para desenvolver competências que venham a ampliar este saber. Um saber que situe os alunos num campo mais amplo de conhecimentos, de modo que possam efetivamente se integrar na sociedade, atuando, interagindo e interferindo sobre ela.
Percebemos que a interdisciplinaridade é um termo que não tem um significado único, possui diferentes interpretações, mas em todas elas está implícita uma nova postura diante do conhecimento, uma mudança de atitude em busca da unidade do pensamento. Não se refere a uma teoria geral e absoluta do conhecimento, nem como uma ciência aplicada, mas como o estudo do desenvolvimento de um processo dinâmico, integrador e dialógico.
A perspectiva ideológica pode estar fundamentada na exigência dos discursos oficiais das academias ou nas leis do mercado globalizado, que demanda cada vez mais por profissionais qualificados. Uma interdisciplinaridade no ensino com vistas a novos questionamentos e buscas supõe uma mudança de atitude no compreender e entender o conhecimento, em que todos saiam ganhando: alunos, professores, as próprias instituições e a sociedade em geral.
As autoras fazem uma articulação entre as representações sociais e a interdisciplinaridade, na qual a primeira promove o avanço da Psicologia Social e seu campo de atuação, que é a relação indivíduo-sociedade e de certa forma a cognição, pois reflete sobre como os indivíduos, os grupos, os sujeitos sociais, constroem seu conhecimento a partir da sua realidade e como a sociedade se mostra e constrói esse conhecimento com os indivíduos, e a última desenvolve-se à medida que explora a filosofia do sujeito, na qual a ação do sujeito sobre o objeto é privilegiada, onde o sujeito é responsável pela construção do seu conhecimento e do seu pensamento.
Isto é, a interdisciplinaridade envolve a contextualização do conhecimento que apresenta uma relação fundamental entre o sujeito que aprende e o objeto do conhecimento, enfatizando sua realidade social e promovendo a pesquisa e exercício da cidadania, uma vez que os alunos participam das tomadas de decisões a respeito dos temas/problemas.
Os temas transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais, citados e estudados no artigo “Inter-transdisciplinaridade e transversalidade” (Instituto Paulo Freire/Programa de Educação Continuada), expressam conceitos e valores imprescindíveis à democracia e à cidadania, pois constituem questionamentos urgentes em nossa sociedade atual. Por essa razão, são adequados para o desenvolvimento efetivo da integração dos saberes curriculares (interdisciplinaridade) no contexto educacional, bem como do princípio da transversalidade e de transdisciplinaridade, que buscam superar o conceito de disciplina, rompendo os limites e alcançando um nível elevado de coordenação.
O artigo sugere um trabalho com os temas transversais através de projetos que integrem diversas áreas de conhecimento. Os conteúdos disciplinares são selecionados de acordo com o interesse dos alunos, ou seja, temas significativos para a vida deles e fundados na ética, que é o elemento constitutivo de todos os temas transversais. O método dos projetos do Fernando Hernández (1998) é apresentado como a alternativa mais viável para a realização desses trabalhos, pois serão trabalhados de forma globalizada, integrada, relacional e significativa.
Algumas características em relação à formação dos professores devem ser observadas para que o mesmo sinta-se engajado para o trabalho interdisciplinar. Por exemplo, sua formação não pode ser fragmentada, para que entenda como ocorrem os processos de construção do conhecimento (aprendizagem) dos seus alunos. É necessário
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