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A Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Por:   •  4/11/2022  •  Ensaio  •  2.098 Palavras (9 Páginas)  •  115 Visualizações

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Faculdade de Letras da Universidade do Porto – 2021/2022

1º Semestre

DESCARTES – Cogito Ergo Sum

Unidade Curricular:

Filosofia do Conhecimento I

Francisco Pinto (up202005241) - Licenciatura em Filosofia                              15/1/2022

Índice

Introdução…………………………………………………………………………...pag.3

O Racionalismo Cartesiano…………………………………………………………pag.3

A Dúvida Metódica…………………………………………………………………pag.4

O argumento da ilusão dos sentidos…………………………...……………………pag.4

O argumento dos sonhos……………………………………………………………pag.5

O argumento do génio maligno……………………………………………………..pag.6

Como aplicar a dúvida………………………………………………………………pag.7

Cogito Ergo Sum……………………………………………………………………pag.8

Conclusão………………………………..………………………………………….pag.9

Bibliografia……….…………………………………..……………………………pag.10

Introdução

 René Descartes (1596-1650) foi um filósofo e matemático francês, que para muitos, é considerado o pai da filosofia moderna. Publicou o “Discurso do Método” em 1637 e quatro anos mais tarde, em 1641, publica as “Meditações sobre Filosofia Primeira”. Em 1644 publicou os “Princípios da Filosofia”, e a sua última obra publicada acabaria por ser o “Tratado das Paixões da Alma”, em 1649.

 Este filósofo contribuiu de várias formas para o progresso científico, matemático e também geométrico na sociedade. No entanto, com este trabalho pretendo apresentar a sua noção de racionalismo – racionalismo cartesiano – , posteriormente apresentar o método da dúvida, as suas caraterísticas e a sua importância e, por fim, como é que a partir da dúvida, Descartes chega ao cogito - a primeira verdade indubitável.

O Racionalismo Cartesiano

 O racionalismo cartesiano é uma teoria filosófica que afirma não ser possível alcançar a verdade pura através dos nossos sentidos, uma vez que Descartes não acreditava que a nossa experiência garantisse a verdade das nossas crenças. Nesta teoria filosófica, o conhecimento é alcançado através da razão e apenas as verdades indubitáveis são consideradas conhecimento, ou seja, se não podemos estar completamente seguros da verdade de uma afirmação, essa afirmação não constituiria conhecimento, assim como as afirmações falsas.

 Descartes distingue ainda três tipos de ideias: as ideias adventícias, as ideias factícias

e as ideias inatas. As ideias adventícias são provenientes dos sentidos (experiência sensorial) e geralmente são falsas ou ilusórias, pois não correspondem à realidade das próprias coisas, mas ao modo como nós compreendemos essas coisas. As ideias factícias são ideias criadas pela nossa imaginação, através de partes das ideias adventícias (sentidos) que se encontram na nossa memória e que nos permite imaginar coisas que nunca vimos e que não correspondem à realidade, como por exemplo as fadas, os monstros, as sereias, etc. As ideias inatas são aquelas que nascem connosco, ou seja, não são aprendidas ou adquiridas. Podemos pensar nelas enquanto verdadeiras essências, eternas e imutáveis, originadas no nosso entendimento sem recurso aos sentidos, o que lhes garante o fundamento necessário para constituir conhecimento infalível.

A Dúvida Metódica

 A dúvida metódica é algo extremamente importante para este tema, já que foi através da dúvida que Descartes chegou à primeira verdade indubitável.

 O método da dúvida é, muito resumidamente, duvidar de tudo e considerar como falsas (ou enganadoras) todas as crenças das quais haja razões para se duvidar da sua veracidade. Desta forma, ao nos libertarmos dos preconceitos e ao nos afastarmos dos sentidos, a dúvida prepara-nos para reconhecer a verdade.

"Quanto às opiniões que até então eu aceitara, o melhor que podia fazer era suprimi-las de uma vez por todas, a fim de substituí-las depois, ou por outras melhores, ou então pelas mesmas, quando eu as tivesse ajustado ao nível da razão." (O discurso do método, René Descartes)

 A dúvida cartesiana é justificada por três argumentos: o argumento da ilusão dos sentidos, o argumento dos sonhos e o argumento do génio maligno (ou Deus enganador).

O argumento da ilusão dos sentidos

 Este argumento afirma que os nossos sentidos são, muitas vezes, enganadores e que, portanto, não são fiáveis. Este argumento é fácil de entender pois é comum a todos os seres humanos serem enganados pelos seus sentidos, por exemplo pela visão, enquanto observamos uma ilusão de ótica.

"Tudo o que recebi, até presentemente, como o mais verdadeiro e seguro, aprendi-o dos sentidos, ou pelos sentidos: ora, experimentei algumas vezes que esses sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou."

"Com efeito, algumas vezes, mostravam-se de perto como quadradas torres que de longe me parecem redondas, e enormes estátuas que se elevam nos seus terraços não me pareciam grandes, vistas do rés-do-chão." (Meditações sobre a Filosofia Primeira, René Descartes)

 Resumidamente, Descartes afirma que nenhuma crença que tenha origem nos sentidos, é uma crença indubitável, devido ao facto de que por vezes, os sentidos enganam-nos.[1]

O argumento dos sonhos

 O argumento dos sonhos baseia-se no facto de por vezes não sabermos distinguir aquilo que é produto da nossa mente (os sonhos) daquilo que é a realidade, ou seja, quando sonhamos, acreditamos que aquilo que está a acontecer no nosso sonho é real e apenas quando acordamos é que nos apercebemos que era apenas um sonho.

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