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CONECTIVIDADES MÚLTIPLAS E NOVAS TEMPORALIDADES

Por:   •  29/1/2016  •  Resenha  •  2.773 Palavras (12 Páginas)  •  274 Visualizações

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Resenha

JUVENTUDES, CONECTIVIDADES MÚLTIPLAS E NOVAS TEMPORALIDADES

Suzana Feldens Schwertner*

Rosa Maria Bueno Fischer**

O texto inicia destacando o depoimento de um jovem italiano chamado Júlio e levantando as seguintes questões:

“Juventude: um período de vida obscuro, incerto, repleto de insegurança e instabilidade? Juventude: lugar da irresponsabilidade, da ansiedade, da alienação, das experiências de risco e violência? Juventude, afinal: sempre um problema?”

Chamando a atenção para o discurso amplamente difundido que associa o jovem a uma realidade perdida cujo  único caminho seria a maturidade da vida adulta.

O artigo destaca ainda, que dentro do depoimento do jovem Júlio existe um pedido para que esta ideia de marginalidade seja abolida ou no mínimo revista, tendo em vista a velocidade e a diversidade com que as informações transitam.

Há a proposta de discutir a juventude contemporânea, tempo, temporalidade  e sua relação com as conectividades digitais. Destacando ainda a relação entre tempo e juventude, praticas de consumo cultural baseados numa pesquisa realizada com jovens estudantes do sul do país.

Juventude: Breve síntese de alguns achados

Neste ponto do texto é apontada uma “gênese” para o termo juventude, termo este que teria surgido na década de 50 do sec. XX e que se caracterizaria, nas palavras do texto, por:

“(...)vitalidade, otimismo e descoberta, a uma força social renovadora (em certas situações e épocas tornando-se sinônimo de rebeldia e até de delinquência – classicamente visível na figura do ator James Dean e de seus personagens no cinema): ou, para além de uma etapa cronológica, de um tempo de quase irresponsabilidade e dependência, ao momento de constituição de um modo de existência próprio.”  Pag 397

O debate a respeito da faixa etária na qual a juventude se encaixaria e sobre o discurso predominante que liga esta fase da vida a problemas sociais há muito são destaque. Problemas como gravidez na adolescência, consumo de drogas, violência, apatia, etc. geralmente são relacionados a esta categoria.

Apontando outro viés, o artigo destaca estudos que trabalham outros pontos de vista, colocando os jovens como protagonistas, como um agente capaz de influenciar o meio social no qual está inserido. O texto exemplifica algumas linhas de pensamento a respeito:

A – neste ponto é chamada a atenção para a noção de ampliação da etepa de juventude, considerando uma saída precoce da infância e uma entrada tardia na fase adulta. Criando inclusive novas nomenclaturas para classificação geracionais como:  pré-adolescente (crianças entre nove e onze anos), adultescentes ou “criadultos”5 e “melhor idade” (eufemismo utilizado comumente para as pessoas que se encontram na faixa dos 70 anos em diante).

Ocorrendo inclusive um “culto” a juventude ou juvenilização, tornando o estado de juventude como uma meta tanto para os que se encontram na fase infantil quanto para os adultos. “Paralelamente, essa juvenilização

não significa, necessariamente, a efetiva valorização dos jovens, em sua condição própria (de idade e das respectivas formas de vida social).”, Embora  independente dessas definições, ainda hajam problemas para definir o que seria um “jovem”.

“Talvez até possamos afirmar que, inevitavelmente, falar em juventude remete sempre ao tema do tempo, pela própria condição desse objeto – uma fase da vida, uma etapa “x” da vida das pessoas.”

B –  Outro ponto a se destacar seriam as novas formas com que o tema juventude tem sido abordado dentro das pesquisas, seja na relação de consumo dos jovens, como estes são influenciados pela cultura popular, a interação com diversas mídias e até sua produção.

“De acordo com recente estudo (SETTON, 2009), apenas levando em conta as pesquisas dos programas brasileiros de pós-graduação na área das Ciências Sociais, encontraram-se 74 trabalhos relacionados à temática “juventude e mídia”, entre 1999 e 2006. Trata-se de um número expressivo, se comparado aos treze trabalhos sobre a mesma temática entre 1980-1998.”  Pag. 398

Houve um aumento no numero de produções a respeito do tema, inclusive dentro das áreas de comunicação, pesquisas que aumentam na medida em que aumenta o interesse por saber os interesses desta juventude.

“Longe de uma metodologia de escuta sem crítica (e demagógica), trata-se de compreender os fenômenos de maneira complexa, atentando para juventudes que tanto reproduzem práticas sociais quanto criam possibilidades de agenciamento.” Pag. 399

C –  “Fala-se, cada vez mais, em protagonismo jovem. Confere-se, nos últimos anos, acentuado destaque à participação efetiva dos jovens nas instituições e nos movimentos sociais, na escola, na família, nas próprias mídias, no trabalho.”

Se faz necessário como sujeitos ativos e não como simples sorvedouros ideológicos. Destacando ainda o uso do termo “protagonismo juvenil” em diversos campos de pesquisa, em especial a partir da década de 1990, seja a nível governamental ou não.

“com diferentes interpretações, mas com uma ênfase: protagonismo passa a ser, para muitos, sinônimo de participação, autonomia, cidadania e responsabilidade social”

“Uma das inúmeras problematizações desse tema diz respeito a um olhar voltado exclusivamente para o entendimento do jovem como um “pré-projeto” de futuro, como alguém que seria levado em consideração somente a partir de um “vir a ser”;” Pag 399

Quando a ideia deveria ser  potencializar o que já é produzido em diversas áreas, dando a devida importância ao simbolismo , de características que demonstram e afirmam o que é ser jovem na sociedade atual.

O texto chama a atenção para o uso da ideia de “protagonismo jovem” por diverso tipos de instituições e com interpretações diferentes.

“Assim, “protagonismo jovem” pode estar se tornando quase uma expressão mágica, de salvação, muitas vezes associada a populações mais pobres, foco de atenção de políticas públicas ou ONGs, por exemplo; ou, por outro lado, pode ficar liga- da a certo tipo de ativismo ou de empreendedorismo jovem, sem levar em conta facetas importantes da vida desses grupos, como as referidas à arte, a ações comunitárias importantes, a diferentes formas de sociabilidade; ainda, o termo também vem associado a uma ideia de vanguarda e de liderança, esquecendo-se com isso uma proposta maior, de alguém que efetivamente pode vir a tornar-se sujeito principal de suas ações, como o próprio termo protagonismo o designa.” Pag 399 - 400

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